terça-feira, 8 de março de 2016

A Batalha de Leverkusen

"Um hino ao futebol que será recordado como um dos melhores jogos de sempre do futebol europeu.

Soou o apito final, houve um ligeiro momento de silêncio e depois uma multidão entrou em erupção. Tinham acabado de assistir a uma verdadeira 'batalha', na qual 22 guerreiros tinham dado tudo de si para derrubar o adversário. Quem ganhou? O Benfica, claro! A equipa 'encarnada' garantia assim presença na meia-final da Taça das Taças de 1994.
O jogo em Leverkusen foi uma verdadeira batalha e os jogadores do Benfica foram os guerreiros que olharam para os seus adversários de frente, mesmo em terreno hostil, desafiando-se. Os gigantes guerreiros alemães olharam com desdém para os pequenos guerreiros portugueses, pensando que ultrapassariam com facilidade essa batalha. Sentimento que estava tão longe da verdade. A liderar as hostes alemãs, estavam os temíveis Bernd Schuster e Ulf Kristen.
O palco estava montado para aquele que é considerado um dos melhores confrontos europeus de sempre. Começou melhor o Leverkusen, com um golo na primeira parte de Kristen. No começo da segunda parte, Schuster ampliou a vantagem para 2-0, o que para muitos seria o fim, mas para os guerreiros 'encarnados', que nessa noite vestiam de branco, foi como o rastilho que os levaria a uma noite de gala. A comandar as tropas encarnadas estava um jovem 'maestro', Rui Costa. O jovem jogador esteve nos três primeiros golos do Benfica: Abel Xavier, João Pinto e Kulkov corresponderam da melhor maneira aos passes de Rui Costa. Os gigantes alemães voltaram a dar a volta ao jogo com golos de Kristen e Hapal. O 'golpe fatal' dos guerreiros 'encarnados' não foi dado pelo 'matador' de serviço, mas sim pelo herói improvável Kulkov, que era uma espécie de 'sargento' no meio campo do Benfica.
A palavra final coube aos cerca de 10 mil Benfiquistas que vieram em auxílio dos seus bravos guerreiros. Durante 90 minutos nunca deixaram de apoiar, empurrando a sua equipa para a frente. Com o fim da batalha, entraram em erupção e foi com uma mistura de emoção e orgulho que aplaudiram aos seus guerreiros.
Estas são as batalhas que os Benfiquistas aplaudem e sentem orgulho. As batalhas conquistadas dentro de campo com suor, sangue e lágrimas, e sempre com um profundo respeito pelo adversário. Esta e outras batalhas inesquecíveis podem ser recordadas no Museu Benfica - Cosme Damião."

João Fortes, in O Benfica


2 comentários:

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