sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Vídeo-árbitro é bom sinal

"Era expectável que, à medida que se fosse aproximando o último terço do campeonato, aumentasse o tom de contestação em relação às arbitragens. Uma situação que, infelizmente, tem sido, habitual no futebol português, e que ganha maior ruído este ano; por termos três candidatos ainda com possibilidades de conquistar o título. A provável chegada do vídeo-árbitro às nossas competições talvez possa trazer alguma tranquilidade ao sector da arbitragem. Mas será isso suficiente?
Em primeiro lugar, no que respeita às críticas aos árbitros, é importante constatar 'o óbvio'. Quem mais chora, ou seja, os três grandes, são por norma os clubes mais beneficiados pelas arbitragens. Estão envolvidos nos jogos de maior mediatismo, onde se concentram as atenções de todos os adeptos, e acaba-se por omitir que os clubes mais pequenos são, na maioria das vezes, aqueles que tem maior razão de queixa.
Por outro lado, há a questão do erro humano. E isso vai sempre acontecer, fazendo parte da essência do jogo. Ainda esta semana no jogo entre Chelsea e Valencia para a UEFA Youth League, que foi decidido por grandes penalidades, vimos um golo dos espanhóis a ser invalidado, porque nenhum dos juízes (nem mesmo o de baliza) se apercebeu que a bola, depois de passar a linha de golo, embateu num ferro e voltou para trás.
O exemplo acima é precisamente um tipo de situação que poderá ser resolvido com o recurso ao vídeo-árbitro, cenário que parece estar em vias de ser testado em breve nas competições de nove federações internacionais, Portugal incluído. Cabe agora ao International Board decidir na próxima semana quando é que os testes poderão arrancar.
Aproveitar as novas tecnologias para auxiliar o difícil trabalho dos árbitros parece uma ideia muito positiva e vai ajudar a diminuir o número de decisões incorrectas, contribuindo para a verdade desportiva. E se esta situação for uma realidade ainda durante a presente época, bem que ajudaria a diminuir os níveis de contestação existentes. Em boa hora a FPF assumiu este desígnio de ser uma das federações pioneiras.
É importante também perceber que o vídeo-árbitro não vem eliminar os erros todos de arbitragem e erradicar todos os males, mas é um passo em frente, essencial para o futuro da modalidade e de uma indústria que movimenta imensos milhões. Certamente existirão lances de fora-de-jogo ou de grande penalidade, que nem com recurso a imagens permitirão decisões consensuais, pela sua complexidade. Basta ver o tão falado penálti cometido sobre Jonas no Paços de Ferreira-Benfica, que levantou opiniões diferentes entre especialistas, com a maioria a dizer que foi mal assinalado, mas com o observador do jogo a dar o lance como bem decidido.
É também por aqui que há por fazer algo pela arbitragem nacional. Tornar mais explícitas as avaliações que são feitas pelos observadores ao desempenho dos árbitros, para que não voltem a acontecer casos como os de Marco Ferreira, despromovido num ano em que foi nomeado para a final da Taça de Portugal. Além disso, um sistema de nomeações mais coerente parece ser necessário.

PS: Vítor Pereira vai deixar o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) no final do mandato. Face ao rol de críticas que se vem acentuando onde para além dos clubes, segundo notícias recentes, parece haver também uma contestação interna no CA, a decisão não surpreende. O desgaste da liderança de Vítor Pereira era evidente."


PS: Têm sido vários os colunistas a escrever sobre o video-árbitro, após ter sido anunciado que Portugal vai ser cobaia numa experiência patrocinada pelo International Board.
Pessoalmente sempre defendi o vídeo-árbitro, muito antes da grande maioria dos actuais paladinos!

Agora, parece que se estão a esquecer daquilo que diariamente se passa nas televisões, rádios e jornais desportivos deste País, em alguns casos com ex-árbitros, supostamente especialistas independentes a passarem atestados de estupidez a todos os espectadores!
Com vídeo-árbitro o penalty do Naldo em Arouca será marcado?! O penalty e expulsão do Patrício com o Tondela serão assinalados?! O Jonas mesmo sofrendo um toque em Paços (como por exemplo o Pedro Henriques admitiu), será assinalado penalty?! (ou como o Pedro Henriques defendeu: houve toque, mas não o suficiente para ser falta)!!! O Slimani teria sido expulso no jogo da Taça com o Benfica?! A falta do Renato em Belém, no penúltimo ataque do Benfica, será suficiente para anular o golo do Jonas?! E o Almeida em Paços, anula-se o golo do Jota?!
Desconfio que com os 'expert's' nacionais à frente da TV o Benfica vai marcar talvez 10 golos por época (os outros 90 vão ser anulados!); e vamos uma média de 3 a 4 penalty's por jogo, contra...!!!

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