Ricardinho, um golo para a eternidade

"O golo de Ricardinho à Sérvia devolveu-nos aquilo que é realmente importante no desporto: o talento, o génio, a arte e a inspiração...

O golo de Ricardinho à Sérvia, no Europeu de futsal, representa um momento de reflexão sobre a teoria de tudo. Anda o mundo do desporto tão envolvido em discussões (por mais relevantes que sejam) sobre matéria laterais - arbitragem, corrupção, doping, batota - que de vez em quando é preciso que alguém toque o sino despertador daquilo que é, na verdade, mais importante: o talento, a arte, a capacidade, presente desde os jogos da antiguidade, de subir ao Olimpo. E foi isso que o Mágico da selecção de futsal fez na partida com a Sérvia. Devolveu-nos às origens, colocou-nos na perspectiva certa, fez-nos aplaudir, admirar e venerar um momento de inspiração apenas ao alcance dos eleitos. E levou-nos, também, a reflectir sobre o tempo que perdemos com personagens menores, medíocres, que vão e vêm, vivendo do talento alheio, apropriando-se de um espaço mediático que, na sua vulgaridade, não justificam. O desporto tem a dimensão planetária que hoje conhece, em grande parte graças à genialidade de uns quantos (e vou referir apenas aqueles que estão no activo) - Stephen Curry e LeBron James, Cristiano Ronaldo e Leo Messi, Usain Bolt, Daniel Carter, Payton Manning, Tom Brady, Nikola Karabatic, Chris Froome ou Michael Phelps. Quando se fala do futsal, o nome de Ricardinho torna-se incontornável e a homenagem universal que recebeu depois do que fez contra a Sérvia foi quase instantânea e vai perdurar pelos tempos. Porque aquilo que fica na memória são os registos prodigiosos, feitos de talento e arte. O resto acabará, quanto muito, como nota de rodapé.

Um dos jogos do título

Na próxima sexta-feira, ao receber o FC Porto, o Benfica inicia uma nova fase da temporada, marcada por jogos de grande dificuldade, ou não estivesse, logo a seguir, de regresso a Liga dos Campeões. Apesar da recaída de Luisão, da lesão de Lisandro López, das dúvidas quanto a Fejsa e da incerteza que envolve o regresso de Salvio, a verdade é que Rui Vitória tem sabido ultrapassar todas essas contrariedades e o Benfica dos dias de hoje apresenta um coletivo sólido e coerente, bem arrumado e confiante. Uma chapada de luva branca nas dúvidas (sistemáticas) que foram sendo levantadas quanto à capacidade do técnico encarnado. Assunto arrumado, creio.

Coisas ditas sem a preocupação de ser simpático

«O Benfica é um clube fantástico. Pelos adeptos, pela sua dimensão. Sem dúvida o que mais me surpreendeu na minha carreira.»

Javier Saviola, Ex-internacional argentino

Foi numa entrevista à ESPN, que não estava, claramente, vocacionada para atingir o público português, que El Conejo passou os olhos por uma carreira recheada de grandes momentos e não teve dúvidas em afirmar a sua surpresa pela dimensão planetária do Benfica, realidade que desconhecia quando assinou pelo clube da Luz. Um elogio sincero de um extraordinário jogador.

ÀS

Kostas Mitroglou

Quando chegou à Luz, o presidente do Olympiakos afirmou que era preciso ter atenção à sua motivação, como que se trata de um jogador que só funciona bem desde que devidamente enquadrado. Hoje, Mitroglou sente-se como peixe na água no Benfica. Mérito para o grupo que soube recebê-lo

ÀS

Erwin Sanchez

O Platini da Bolívia, que brilhou em Portugal com as camisolas do Estoril, Boavista e Benfica, está a levar água ao seu moinho nesta missão quase impossível que é manter os axadrezados na I Liga. Organização, disciplina e muito querer têm sido os argumentos que vão permitindo esconder algum défice de qualidade.

ÀS

Lito Vidigal

Depois de já ter ganho ao Benfica (em Aveiro, casa emprestada...), o Arouca derrotou o  FC Porto (primeiro golo aos dez segundos!!!) no Dragão. Parecia que o FC Porto ia retomar a normalidade, mas este resultado vem colocar em causa a candidatura ao título da equipa azul-e-branca. Que na sexta-feira vai à Luz.

6 Nações, o grande espectáculo está aí...

É um dos eventos imperdíveis do desporto internacional, na 116.ª edição. Com o equilibro a ser a regra (como evoluiu a Itália...), as mais fortes seis nações do râguebi europeu estão na luta. Na primeira jornada a Inglaterra venceu a Escócia, a França derrotou, à tangente, a Itália e Irlanda e Gales empataram (que luta, meu Deus...).

Madrugadas de 'Sevens'
Desta vez, quem decidiu abdicar de algumas horas de sono para acompanhar a Selecção portuguesa de 'sevens' na etapa australiana das World Series, não se arrependeu dos palitos nos olhos para ficar acordado. Nítida melhoria na turma nacional, muitíssimo melhor na consistência defensiva, mais sólida no 'handling' e capaz de lançar contra-ataques mortíferos (Tiago Fernandes, do Belenenses, é uma revelação!). Tudo somado, duas vitórias (Canadá e Japão) e cinco pontos no bornal. Felizmente, alguma esperança..."

José Manuel Delgado, in A Bola