"Ânderson Luís da Silva - mais conhecido pelo aumentativo Luisão, não tivesse ele 1.93 de altura - faz 35 anos no próximo sábado. É o jogador do Benfica com mais longa permanência no clube, após a generalizada globalização de transferências no futebol. Ainda me recordo de o ver jogar como debutante encarnado em Setembro de 2003, marcando um golo no que seria, contudo, insuficiente para uma recuperação do Belenenses de 1-3 para 3-3 nos últimos minutos. De Luisão não se pode dizer que «chegou, viu e venceu». Precisou dessa variável, às vezes tão desprezada e traiçoeira, que é o tempo. Hoje é vertiginosa a velocidade com que, num ápice, se transforma um jogador banal num astro e como se reduz a pó uma antes cognominada estrela. Luisão teve que vencer, com profissionalismo, perseverança e determinação, fases de desconfiança da exigente óptica tribunícia encarnada. Passo a passo, soube conquistar a consideração e gratidão dos adeptos e construir uma carreira brilhante, enquanto jogador e na qualidade de capitão de equipa (é na história do SLB o jogador com mais jogos como capitão).
O momento por que passa Luisão, impossibilitado por grave lesão de dar o seu contributo nos relvados, é difícil e ingrato. Mas tem força psicológica e anímica para ultrapassar estes percalços e poder vir ainda a contribuir, nesta temporada, para o seu almejado quinto título de campeão ao serviço do seu único clube fora da sua pátria.
Entre muitos momentos marcantes da sua carreira, elejo o seu golo, em Maio de 2005, que derrotou o SCP e permitiu acabar com um penoso jejum de títulos no campeonato.
Benfiquistas sempre gratos, Luisão!"
Bagão Félix, in A Bola
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