"«Estamos cá para cortar a direito. Sei de pessoas que são responsáveis de organizações estatais ligadas à justiça que furtam informações dessas organizações para fornecer a terceiras pessoas do desporto que, com base nas mesmas, vão à tutela ou a altos responsáveis para tentar condicionar/coagir decisões ou nomeações. Estamos a falar de bandidos.» As chocantes revelações foram feitas pelo presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADOP).
Tendo em consideração a responsabilidade e experiência do autor, devem estar fundamentadas em factos, pessoas e situações concretas. Entretanto, na sequência destas declarações, oito deputados do Partido Socialista já requereram a audição do presidente da ADOP na Assembleia da República, com o óbvio «caráter de urgência».
Sem prejuízo de esclarecimento em sede política, seria temerário se esses alegados factos não estejam já em averiguação judicial. Dúvidas não existem que, a serem provados, estamos perante a prática de ilícitos criminais. Não esclarecê-los de forma cabal seria também um crime. Igualmente inadmissível.
Muito mal andará o desporto e Portugal se, perante esta acusação de que responsáveis de instituições estatais ligadas à Justiça furtam informações para as entregarem a pessoas ligadas ao desporto, nada acontecesse!
Esta luta não pode ser apenas pela repressão: a punição dos prevaricadores é importante, mas não resolve o problema. A prevenção, a integridade das competições, os valores de um desporto limpo e os malefícios do consumo dessas substâncias devem ser reforçados, bem como a clara protecção e valorização dos atletas e dirigentes limpos.
Mas essa luta é feita pelos responsáveis máximos e se estes andam condicionados por «bandidos»... não vai ser fácil. E porque andam distraídos os Media?"
Mário Santos, in A Bola
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