"Agora não há jogo sem duas polémicas: a de um mariola bracinho ou uma mão dormente a tocar na bola e a de um salto a dois em que um maroto braço ou um atrevido cotovelo tocam, via GPS, na face ou cabeça do adversário.
Vejo futebol há muito e só nos últimos anos se adensou a discussão à volta dos tais membros superiores. Até há uma razão objectiva para isso: as transmissões televisivas, as câmaras de todos os ângulos e que tudo esmiúçam e as repetições até implorarmos o seu fim. Mas há, também, outras explicações para ajudar à festa: a fita que jogadores fazem por um qualquer afago, assim como a profusão de programas nos quais, entre uma cotovelada e o seu contrário, só o árbitro é alvo de apreciação. Por fim, o mimetismo que leva o apito a aderir à moda consoante o estádio, as equipas e os resultados.
Confesso que só na televisão (e em velocidade lenta) percebo certas cotoveladas, ainda que não tenha capacidade (que outros têm em demasia) para medir cientificamente a intenção, a direcção e a determinação. Ao vivo, nos estádios, de pouco me apercebo, num desporto em que é suposto haver contacto físico e choques com ou sem cheques. Mas o problema deve ser meu, que uso óculos e tenho astigmatismo.
Nos saltos dos jogadores, gostaria de ver explicado como é que se pode subir sem movimentar os braços, em jeito de foguetão. E porque não uma cotoveleira com um chip ligado aos árbitros para registar a trigonometria do braço e do antebraço? E já agora a premeditação...
O certo é que entre cotovelos e cotoveladas, há quem fale pelos cotovelos sobre a hermenêutica cotovelar. Será dor de cotovelo?"
Bagão Félix, in A Bola
de fato dr so mesmo uns troca tintas verde e anões para nos entreter a passar o tempo a rir ..
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