quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Um lugar na história do Benfica

"Chegou envolto em desconfiança para um clube que vivia ainda sob os efeitos do período mais negro da sua existência. Luisão começou por ser a quimera de um novo ciclo na Luz mas não capitulou à dúvida; mastigou a impertinência das considerações precipitadas, venceu a hostilidade, sobreviveu às areias movediças em que teve de caminhar e afirmou-se como um dos melhores centrais da história do Benfica. Sabemos hoje que esteve sempre um passo à frente das recriminações de que era alvo: talvez não tivesse qualidade para jogar no Benfica e já era internacional pelo Brasil; quando todos desacreditavam na conquista do título em 2004/05, ele prometeu-o depois de uma derrota em casa com o Beira-Mar; ninguém lhe atribuía particular influência no grupo e já era um dos líderes do balneário; dias depois de alguns terem anunciado a derrota por velhice, superou as brumas de desencanto, reergueu-se e reassumiu o papel na equipa como se tivesse 25 anos.
Há um brilho especial e ainda uma perspetiva de futuro no crepúsculo de Luisão como jogador. A caminho dos 35 anos, é tempo de render tributo a um defesa que, não satisfazendo todas as exigências de clássicos, puristas e académicos, se impôs pela eficácia dos grandes. Mesmo fugindo à estética pomposa dos antepassados mais distintos, como herdeiro de uma dinastia composta por Félix, Germano, Humberto Coelho, Mozer e Ricardo Gomes, já ninguém ousa negar-lhe um lugar entre os maiores de sempre. Em pleno século XXI, é o alicerce máximo do conhecimento do clube e da identificação com os adeptos. Mais do que um soldado de elite, é o fiel depositário de um passado glorioso, o estrangeiro com mais temporadas de águia ao peito e quem mais vezes a capitaneou, razão pela qual, por assiduidade e liderança, já se instalou no patamar sagrado da história benfiquista.
Como qualquer defesa que se preze, sobrepõe o rigor do ofício à tentação de divagações líricas que só servem para dispersar a concentração e desvirtuar os fundamentos da tarefa; orienta-se pela necessidade de ser o polo aglutinador do seu exército e não por alimentar o recreio inconsciente de quem vive sob regras apertadas de segurança e responsabilidade. O futebol é um desporto democrático, porque nele é possível ser grande abdicando de qualidades consideradas relevantes, algumas até indispensáveis. Há grandes craques rápidos e lentos; corajosos e medrosos; gordos e magros; altos e baixos; artistas e lutadores; fortes e frágeis; velhos e novos... Mas ninguém pode prescindir da inteligência. Luisão tornou-se menos contundente, mais sóbrio e um foco de estabilidade para toda a equipa. A caminho do fim da carreira, aproveitou o tempo para consolidar maturidade e prudência; depurar o entendimento estratégico do jogo, moderar os ímpetos mais temperamentais e curar os males do exagero.
O capitão venceu todos os títulos conquistados pelo Benfica no novo século - e nesse período nenhum outro jogador encarnado se aproximou das 12 temporadas que leva de águia ao peito. Em mais de uma década, revelou a exuberância de uma autoridade plena: táctica dentro das quatro linhas e moral como símbolo do clube que se impõe a todos os agentes do jogo. Cúmplice principal de Jorge Jesus nos seis anos que mudaram o futebol português, ninguém como ele assimilou e transmitiu princípios e ideias; sustentou cumplicidades e propagou demais segredos de forma e conteúdo. Muito do funcionamento da equipa, incluindo agora com Rui Vitória, depende da sua acção, da sua voz, da sua liderança. Luisão pertence à estirpe de futebolistas que não ganham jogos sozinho. Mas ao fim de 12 anos em Portugal, é consensual a ideia de que muitas vitórias e títulos do Benfica só foram possíveis porque ele estava em campo."

'Boxing' e 2016

"Por cá, não há boxing day. O boxing é outro, ora protagonizado nas redes sociais e não só. Este ano, o boxing day inglês brindou-nos com grandes jogos. Derrotas do surpreendente líder Leicester, desastres do Arsenal e do Man. United, empate do Chelsea com novo técnico e a 2 pontos da linha de água. Dois dias depois, nova jornada. Só mesmo na Inglaterra, onde escasseia o lugar para fitas, espertezas e saloices. Assim sim: viva o futebol!
Por cá, o ano acaba com a excitante Taça da Liga. A tal que é aparentemente desprezada por FCP e SCP, enquanto não a ganharem. A corrida ao ouro televisivo aí está em todo o seu esplendor, o ano termina com uma invejável distinção internacional para as estruturas de formação do SLB.
E, para começar o novo ano, com matéria para informar, especular e discutir, lá vem mais um mês de bons retornos para os intermediários do futebol. Compra-se e vende-se a retalho e por atacado, a pronto pagamento e por fatias, spot e no mercado de futuros, por generoso empréstimo e por cedência parcial do passe, que não do atleta.
2016, ano de Europeu, agora tão democratizado que quase só lá faltam as Ilhas Féroe e o renegado Platini (finalmente...). Pena ser em França, onde não costumamos ser felizes, ainda que levando Eliseu. Por falar em Eliseu, falta a Holanda apesar de Hollande lá estar. E também não haverá árbitros portugueses. Alguém se admira por isso?
Em 2016, prevejo que se escrevam tratados sobre a bola na mão e a mão na bola, assim como a arte de cotovelar e de se fingir cotovelado ou com dor de cotovelo. Talvez assunto para uma próxima crónica."

Bagão Félix, in A Bola

Falou-se mais de futebol

"Bruno de Carvalho não é propriamente um dirigente que consiga estar muito tempo em silêncio. Mas daí fazer uma viagem até ao Algarve para falar mais do mesmo, da rivalidade com Benfica e FC Porto, que todos os dias faz questão de vincar, é demais. O Clube de Ciclismo de Tavira merecia mais respeito, a modalidade que vai voltar a receber os leões, também. Falou-se mais de futebol do que propriamente da parceria entre Alvalade e a mais antiga equipa do Mundo. É certo que foi confrontado com as perguntas dos jornalistas, mas o presidente do Sporting é suficientemente inteligente para, educadamente, recusar responder a questões que não dissessem respeito, afinal, ao que verdadeiramente o levou ao Sul do país. Por outro lado, Bruno de Carvalho sabe como ninguém usar as redes sociais para mandar farpas aos rivais. Não precisava de ter feito tantos quilómetros."

Ana Paula Marques, in Record

Até ao fim...

Benfica 1 - 0 Nacional

Ederson; Sílvio, Lindelof, Lisandro, Eliseu; Cristante (Sanches, 46'), Samaris, Pizzi, Carcela; Talisca (Jonas, 56'), Mitroglou (Jiménez, 75') 

Mais um jogo com muito sofrimento, decidido nos últimos minutos.
Cometemos muitos erros infantis, com passes errados, desconcentrações, que acabaram quase sempre por oferecer ao adversário oportunidades de marcar... Ofensivamente, continuámos a demonstrar dificuldades no último terço... a entrada do Jonas, acabou por alterar muita coisa...

Além dos lesionados, por opção muitos titulares ficaram de fora. Dos actuais titulares jogaram o Lisandro (o nosso jogador em melhor forma...), o Eliseu, e o Pizzi... neste momento o Samaris e o Mitro para mim, não são titulares!

Até não começamos mal, mas com o minutos fomos perdendo o controlo do jogo a meio-campo, mesmo assim falhámos alguns golos feitos - Carcela por exemplo... -, o início da 2.ª parte foi muito mau, a equipa fiquou inquieta, e só com as substituições melhorámos...
Estes jogos após mini-férias são 'perigosos', existe sempre alguma descompressão com as 'festas' e viagens... este jogo acabou por ser um bom 'aviso' para o jogo de Sábado em Guimarães, onde vamos ter mais uma vez um obstáculo gigante chamado: Xistra!!! 

Demos um passo importante para a qualificação para as Meias-finais da Taça CTT, mas o jogo em Moreira de Cónegos vai ser uma autêntica final...

PS: Nos últimos dias, têm sido feitos anúncios mirabolantes sobre a venda dos direitos televisivos e afins!!! Comparando o 'pacote' do Benfica, com os outros, é evidente que o Benfica fez de longe o melhor negócio... mesmo assim, tendo em conta a dimensão e o real valor de marcado dos Lagartos e dos Corruptos, acho que eles fizeram contratos muito inflacionados, mas isso não quer dizer que vão ganhar mais dinheiro que o Benfica.
Basta fazer as contas: se fizermos a comparação directa, daquilo que foi cedido pelos três Clubes, a conclusão é clara. Se o Benfica tivesse vendido em 'pacote' juntamente com os Direitos Televisivos e os direitos de transmissão da BTV: as Camisolas, a Pub do Estádio e o Naming, por 12,5 anos, com os actuais valores contratualizados (ou no caso do Naming, os valores prováveis), então teríamos anunciado um contrato próximo dos 800 milhões de euros!!!!! Sim, próximo dos 800 milhões de euros!!!!
Mesmo assim o histerismo parece que chegou à Gloriosasfera...!!! Aconselho, a fazerem as contas, em vez de 'comerem' toda a palha que a descomunicação social anda a dar...!!! Mas como a cassete do anti-Vieirismo básico, agradece a desinformação, é melhor deixar andar...!!!
Aliás o pior contrato é claramente o Lagarto, que manhosamente anunciou o valor supostamente mais alto!!! Pois os Corruptos só venderam as Camisolas por 7 anos e meio...!!! Mesmo assim o Badocha já veio na sua habitual prosápia mentirosa enganar quem quer...