domingo, 27 de dezembro de 2015

Facebook Arena, ponto!

"Jorge Jesus concedeu uma entrevista bem interessante a um jornal macaense chamado 'Ponto Final'. O título do jornal tem a sua graça tendo em conta que o presidente do Sporting termina por norma as suas frases orais com a palavra 'ponto!', proferida exclamativamente em modo de patrão. Como quem diz que a conversa acabou ali e que não se admite sequer discussão perante a evidência dos factos.
Já quanto aos seus pensamentos, transcritos quase diariamente na página pessoal da rede social que frequenta, o presidente do Sporting apenas utiliza o sinal gráfico do ponto propriamente dito porque, na realidade, seria uma redundância escrever 'ponto' e depois meter o sinal de ponto logo a seguir, embora ainda possa vir a acontecer, se é que não aconteceu já.
A verdade é que o presidente do Sporting dá-se bem com os pontos finais. Já com as vírgulas não se mostra tão à-vontade e também está no seu direito porque, neste mundo da comunicação, trata-se de uma arte mais exigente. E nestas coisas da bola até a pontuação tem o seu preço.
Dizem agora os especialistas na matéria financeira que fará falta ao Sporting o dinheiro que vai ter de pagar à famigerada Doyen em função da decisão do TAS sobre os meandros da transferência de Rojo. Na realidade, nem é preciso ser-se um grande especialista para concluir que aos clubes portugueses, nomeadamente aos grandes, fará falta sempre qualquer receita com que se contava em caixa e que tenha de ser devolvida por razões absurdas.
Veja-se o caso do Porto. Só abdicou de patrocinador para as suas camisolas porque a venda das camisolas de Iker Casillas tem gerado fortunas que lhe permitem dispensar os trocos. A venda do nome dos estádios parece ser agora a próxima fonte de receita dos clubes grandes. Romantismos postos de lado nesta era de crueza financeira, os adeptos conformam-se com a ideia - esta sim, uma ideia moderna - e fazem votos para que os líderes das suas respectivas SAD encontrem, no mercado internacional parceiros com nomes sonantes para o 'naming' dos seus estádios. Do lado do Porto e do Benfica, ainda nada transpira sobre este assunto.
Do lado do Sporting. tudo leva a crer que será Mark Zuckerberg o parceiro na calha para que, finalmente e fazendo-se justiça, Alvalade se passe a chamar rapidamente 'Facebook Arena'. Ou mesmo, 'Facebook Arena. ponto!'"

Arbitragem voltou ao passado

"Benfica, FC Porto e Sporting acabaram o ano a festejar as derrotas e insucessos dos rivais, mais do que eufóricos com as suas prestações. O União da Madeira deu mais alegrias aos portistas em oito dias do que Lopetegui em quase dois anos. O Benfica venceu o Rio Ave com mais uma inacreditável arbitragem. Três penalties num jogo só, depois de se ver o que vem acontecendo nos jogos do FC Porto, faz pensar que o campeonato foi negociado antes do seu início. Mesmo sem deslumbrar havia sido um jogo tranquilo, sem incidências arbitrais. Fez bem o Benfica em falar porque ganhou. Jonas levava mais de dez golos de vantagem na Bola de Prata, se as regras fossem cumpridas, e os penalties marcados quando são. Mesmo assim leva cinco.
Em época de balanço, 2015 foi muito bom para o Benfica. Esperemos um 2016 em linha com o anterior, no futebol e nas modalidades. A cinco pontos do líder, que teremos receber na Luz, só resta acreditar, porque Jorge Sousa não vai arbitrar os jogos todos. (se houver vergonha, não arbitra mais nenhum dos três primeiros). A arbitragem voltou ao tempo dos Guímaros e dos Calheiros. Queria era perceber o porquê? Última referência para o jogo mágico do nosso hóquei em patins. A perder a três minutos do fim, com um jogador a menos, com um livre directo e um penalty defendidos, e oito segundos finais com dois golos. A vitória foi inesquecível e projectou o Benfica para um título que ainda não está ganho, mas está muito bem lançado."

Sílvio Cervan, in A Bola

Toda a grandeza

"Atribuímos hoje o 11.° Prémio Artur Agostinho. Porque a história deste troféu já vai longa, permitam-me aqui recordar duas pessoas. Uma, aquela que dá nome a este prémio, o seu patrono e grande mestre Artur Agostinho. Em boa hora regressou a esta casa emprestando carisma e prestígio e, sobretudo, oferecendo o carinho a um título que ficou ligado à sua enorme carreira de jornalista e comunicador. É por isso também que é para mim para nós, um grande privilégio ter hoje aqui connosco a sua filha Teresa que nos irá ajudar nesta cerimónia.
Outro nome que não posso deixar de referir é o de Alexandre Pais. Se Artur Agostinho voltou a esta casa, foi por iniciativa e vontade do antigo director do Record que continua a ser um dos nossos. Foi ele o grande impulsionador deste prémio.
Vamos então ao premiado.
Doze anos não são doze dias, disse Luisão há semanas numa frase que continha uma grande dose de frustração pelas críticas que na altura recebera. Mas nessa expressão cabe muito mais. São 12 anos de títulos conquistados, 12 anos de trabalho dedicado e profissional, 12 anos a construir uma liderança que hoje não sofre a mínima contestação, 12 anos de muitas alegrias e algumas tristezas, 12 anos que criaram a imagem de um jogador que é admirado pelos seus e respeitado pelos rivais.
Luisão recebe hoje o Prémio Artur Agostinho não apenas por ter ganho no último ano o bi-campeonato pelo Benfica nem por ter batido recordes atrás de recordes no clube que onde joga há mais de uma década. 
Recebe-o por tudo aquilo que tem representado no futebol especialmente desde que se encontra entre nós. 
Luisão é um grande jogador e é um grande homem, algo que não se aprecia apenas pela medição da sua estatura mas sim pela avaliação do seu profissionalismo e do seu carácter. Por tudo isto, obrigado e parabéns LUISÃO."