sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Sem razões para festejar

"A última jornada do Campeonato mostrou que nenhum dos três candidatos ao título está a jogar o suficiente para ser considerado favorito. Bem sei que é início de época, mas não há em nenhuma das massas adeptas de Benfica, FC Porto e Sporting muitas razões para festejos. Em bom rigor, só têm festejado os percalços da concorrência.
O Sporting falhou o apuramento para a Liga dos Campeões, diria até que foi de lá tirado com a mão, mas há no discurso leonino um problema: como se queixa sempre já ninguém liga quando tem razão. Desta vez tem razão, quer na primeira, quer na segunda mão contra os russos, houve erros que prejudicaram os portugueses. Mas isto é como a parábola: tantas vezes indevidas se grita fogo, que quando há fogo já ninguém acredita.
Para os objectivos de Bruno Carvalho foi uma derrota difícil de digerir mas para os de Jorge Jesus foi uma derrota sem consequências. Veremos para o Sporting.
Como quero que o Benfica jogue melhor, não fico nestas linhas a queixar-me de uma arbitragem contra o Arouca que nos prejudicou consistentemente até ao último segundo. Acredito num Benfica, que fique a salvo de erros dos árbitros em jogos deste género. Espero que assim seja já amanhã contra o Moreirense. 
Fantástico Nélson Évora, que campeão! A fibra com que por três vezes foi buscar uma medalha perdida, mostra uma vez mais a argamassa de um dos mais brilhantes atletas que Portugal conheceu. É do Benfica e merece o aplauso e reconhecimento.
O sorteio da Liga dos Campeões ditou um grupo equilibrado. O sorteio terá sido bom se o Benfica estiver bem, e mau se não jogarmos bem. É o Benfica a ditar a sua própria sorte. Ir longe na Champions não é só viajar até Astana. Temos que acreditar em nós e não na sorte. Importante mesmo é ganhar amanhã ao Moreirense!"

Sílvio Cervan, in A Bola

O adeus de Platini e o futuro do prémio

"Mónaco - Michel Platini terá entregue, ontem, o troféu de Melhor Jogador na Europa (MJE) pela última vez enquanto presidente da UEFA: se nada de anormal acontecer, o francês vencerá a eleição para presidente da FIFA, a 26 de Fevereiro.
Será curioso perceber que futuro terá o MJE sem Platini, pois foi ele a criá-lo, em 2011, com o objectivo de trazer de volta o espírito que presidiu à criação da Bola de Ouro da France Football, em 1965, destinada apenas a jogadores europeus (é por isso que nem Pelé ou Maradona a venceram, enquanto Platini a ganhou por três vezes).
Desde a sua primeira edição, a intenção de Platini esteve sempre presente: impedir que a FIFA fosse a única protagonista na escolha anual do melhor jogador do mundo (lembre-se que a Bola de Ouro da France Football fundiu-se, em 2010, com o prémio Jogador do Ano FIFA). E desde logo com uma diferença: dar a escolha, apenas e só, a jornalistas, nascendo aí uma parceria com a European Sports Media (ESM, da qual A Bola é fundadora), que faz a ponte com um jornalista de cada um dos países das 54 federações membros da UEFA.
É legítimo questionar como será em Agosto de 2016: Platini em Zurique, sentado na cadeira de Blatter, assistindo pela TV à obra criada exclusivamente por ele, ao mesmo tempo que os assistentes e técnicos da FIFA já preparam as formalidades para a Bola de Ouro, entregue em Janeiro.
Não acreditamos que o MJE caía com a saída de Platini. Mas cinco anos ainda não foram suficientes para fazer deste troféu um concorrente ao FIFA Ballon d'Or. O impacto mediático criado é reduzido, o evento morre logo após o início do sorteio da Champions e até o nome não ajuda: é demasiado técnico, pouco sexy e nem a estatueta foi, sequer, baptizada. Nem que fosse conhecida como Michel, tal como me dizia ontem um jornalista nórdico: «Um Michel de prata»."

Fernando Urbano, in A Bola

Bronzes para o Rio

"Sucedem-se os eventos em diversas modalidades com disciplinas no Programa Olímpico e, consequentemente, os decisivos apuramentos para os Jogos Olímpicos (JO) Rio 2016. Nos distintos sistemas de qualificação, há muitos nos quais o resultado nos Campeonatos do Mundo é determinante. Outros centram-se na obtenção de determinada marca e há ainda os que valorizam o ranking mundial. Temos ainda modelos em que o atleta conquista a quota garantindo assim a sua participação e outros em que a quota é atribuída ao país.
A canoagem conseguiu seis quotas no Campeonato do Mundo. Fernando Pimenta com uma inédita medalha de bronze no K1 1000 metros assegurou a primeira que veio a ser aumentada para quatro com o quinto lugar do K4 1000 metros (Fernando Pimenta/João Ribeiro/Emanuel Silva/David Fernandes), Hélder Silva com um 8.º lugar na C1 200 metros e Teresa Portela com um 9.º lugar em K1 500 terão garantido mais duas vagas. Uma equipa que há anos se destaca no desporto português e que só não foi alargada a mais quatro atletas por umas malfadadas milésimas de segundo (0,018) que impediram o K4 500 (Joana Vasconcelos/Francisca Laia/Beatriz Gomes/Helena Rodrigues) de garantir a participação olímpica.
Os Mundiais sucedem-se e resultados como o espectacular desempenho de Nelson Évora, que o levou ao bronze com a sua melhor marca do ano, sinal de superação, ou a decisão técnica que afastou Telma Monteiro podem repetir-se.
A um ano dos JO, Portugal contabiliza duas medalhas de Bronze em Mundiais de disciplinas do programa do Rio 2016. Em período homólogo, para Londres 2012, o único medalhado era Rui Bragança no taekwondo, mas, apesar disso, não teve acesso aos JO.
Preparar-se pois estes resultados, os bons e os menos bons, não vão determinar o resultado no Rio 2016."

Mário Santos, in A Bola

Perdoe-se-lhe a ignorância, mas não a difamação

"Para que não me digam que quis fugir ao assunto, uma nota breve sobre a derrota em Aveiro: demos avanço a um Arouca que soube aproveitar uma das boas oportunidades de golo que dispôs nos minutos iniciais da partida. O resto do jogo resume-se à nossa ineficácia, tão gritante que me leva a pensar que de nada nos valeria se o árbitro tivesse assinalado uma grande penalidade evidente sobre Mitroglou na 1.ª parte. Já a sua permissividade às perdas de tempo dos arouquenses e a aparente selectividade na amostragem dos cartões amarelos, beneficiaram, indubitavelmente, o nosso adversário. Não fosse o péssimo resultado obtido, não dedicaria uma única linha ao desafio.
Isto porque, apesar de achar que o presidente do Sporting é considerado, por muitos Benfiquistas, um tolo a quem nem sequer deve ser dada conversa, considero que as suas acusações ao nosso Clube são graves e não poderão ser ignoradas, sob pena do seu teor, por ausência de resposta, se perpetuar e, assim, validar o mais pérfido argumentário anti-benfiquista.
Acusar-nos de manipulação da data de fundação e do número de Campeonatos é próprio de um ignorante que desconhece que o SLB comemora desde sempre a sua fundação em 1904 e que a FPF, no seu relatório de 1938/39 (ano da mudança de nome de '1.ª Liga' para 1.ª Divisão'), refere expressamente que as provas são as mesmas. Mas a afirmação do que manipulamos o número de Sócios e adeptos é, se infundada, difamatória.
Não cabe, ao SLB, considerar inimputável o presidente da terceira maior potência desportiva portuguesa. Em defesa da nossa honra, deveria ser-lhe exigido que se retrate ou que prove, em tribunal, o que afirmou."

João Tomaz, in O Benfica

Tempo de Vitória

"Apesar do que ouvi, em Aveiro e ao longo da semana nos vários órgãos de comunicação social, gostei do jogo frente ao Arouca, no último Domingo. Gostei da insistência ofensiva da equipa e da persistência do jogo de meio-campo.
Apostando num esquema táctico claramente de vitória, o novo treinador começa a encontrar a sua própria ideia de jogo e do seu próprio esquema táctico.
Tudo fizemos para vencer o Arouca e merecíamos, de longe, esses três pontos. Mas o Futebol é mesmo assim e, quem gosta verdadeiramente da modalidade e do espectáculo, sabe retirar as ilações devidas.
Eu retirei três ilações, que quero partilhar esta semana com os leitores. Assumo-as e por elas sou responsável:
- Rui Vitória está lentamente a consolidar um esquema de jogo extremamente ofensivo no Benfica, que irá resultar de uma das épocas mais goleadores dos últimos anos.
- Rui Vitória está a apostar num trabalho de dupla ofensiva Motroglou-Jonas que se revelará uma parceira infernal para os adversários.
- Rui Vitória está a definir e a construir uma equipa que, ao mesmo tempo que se revelará eficaz, proporcionará um enorme encaixe financeiro ao Clube ao longo dos próximos tempos.
Este é, por isso, não tenho dúvidas, o tempo de Vitória e um tempo de vitórias. Em Maio falaremos."

André Ventura, in O Benfica

Levanta-te e ri

"É tão fácil cair na depressão quando a nossa equipa sai de campo sem os três pontos. O jantar de domingo cai mal, o pequeno-almoço de segunda custa a passar, as piadas dos colegas de trabalho doem mais. O árbitro apita para o final do jogo e o mais fácil é pedir que rolem cabeças. Exige-se tudo, critica-se ainda mais. É normal. ninguém gosta de perder. E muito menos nós, Benfiquistas. Eu, pelo menos, detesto perder. Fico seriamente irritado e desconfortável (para não usar linguagem menos própria), mas não me vão ouvir nunca assobiar a equipa ou quem faz parte dela.
Posso até reclamar com uma perda de bola, uma falta de empenho ou uma substituição menos conseguida, mas logo a seguir estarei a aplaudir uma grande defesa, um passe magistral ou um corte milagroso.
Posso até levar as mãos ã cabeça quando a bola passa a rasar o poste da outra baliza (a dos "maus") e ficar de rastos quando percebo que nem jogando três horas a bola vai entrar, mas não contem comigo para deitar abaixo quem serve o SL Benfica. Com esta ou com outra Direcção. Com este ou com outro treinador. Com estes ou com outros jogadores.
Na segunda-feira acordei com um sabor amargo na boca.
Olhei-me ao espelho, revi mentalmente o jogo com o Arouca, lavei bem a cara e deitei para trás a frustração - com o Moreirense a história será diferente. Mas por que razão é que haveria de cair na depressão? Sou Bicampeão, ainda estamos na segunda jornada do Campeonato, o meu Clube não comprou nenhum jogador lesionado ou de qualidade duvidosa por mais de 20 milhões de euros, não estou há 13 anos sem ganhar um Campeonato, não vivo de favores de amigos banqueiros...
Carrega, Benfica!"

Ricardo Santos, in O Benfica

"E" de Europa

"O sorteio da Liga dos Campeões de ontem vai permitir ao Benfica entrar na história da prova: será, tal como o FC Astana, a equipa que vai jogar mais longe de casa. Entre Lisboa e a capital do Cazaquistão são acima de 6.000 km - é mais longe do que de Lisboa a Nova Iorque. Oficialmente, a antiga república soviética é um país transcontinental, com uma pequena parte a oeste dos Montes Urais e, por isso, na Europa. Mas pouca gente percebe como é que uma nação que territorial e culturalmente é quase toda asiática faça parte da UEFA - sim, o 'E' da sigla significa europeia.
Israel também fica na Ásia, mas há questões políticas a justificar a sua presença entre as federações europeias. A Turquia também está quase toda na Ásia, mas alguns dos principais clubes - Galatasaray e Besiktas, por exemplo - até têm a sede no Velho Continente, além de os turcos, culturalmente, serem muito mais próximos dos europeus do que dos asiáticos.
No caso do Cazaquistão, o FC Astana é um clube artificial, fundado em... 2008, sem apoio popular, e alimentado com os dinheiros públicos das riquezas naturais do país, em especial gás natural e petróleo. Tudo para dar prestígio a um regime político alérgico à democracia - o líder do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, que é presidente honorário do clube, está no poder desde a independência, em 1991, e já foi eleito até 2020.
Mas a UEFA parece não se importar. Um dia destes, a Champions jogar-se-á também em alguns países africanos. Haja dinheiro."

Nélson e os outros

"O futebol e os seus psicodramas, mais as suas mirabolantes operações de compra e venda de última hora, em Portugal e nas principais ligas europeias, bem que reclamam a nossa atenção exclusiva de um modo quase possessivo, mas desta feita teremos mesmo de ser implacavelmente impermeáveis. A culpa é de um homem de raiz cabo-verdiana nascido na Costa do Marfim, mas português de verdade. Chama-se Nélson Évora e já conquistou medalhas de metais diversos, como ouro, prata ou bronze, representativas de feitos de distinta relevância, com particular ênfase para as douradas nos Campeonato do Mundo de Atletismo de Osaka em 2007 e nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, sempre na disciplina de triplo-salto. Ontem voltou a conquistar uma medalha no Campeonato do Mundo que está a decorrer no Ninho do Pássaro da capital chinesa. Isto depois de, já neste ano, ter vencido o Campeonato Europeu de Atletismo em Pista Coberta disputado em Praga. Trata-se, por conseguinte, sem qualquer dúvida, do melhor atleta português. A sua marca, porém, ultrapassa em muito o brilho das medalhas, precisamente pela razão que leva a reconhecer o especial esplendor do bronze que ontem conquistou. Porquê? Porque esteve praticamente três anos sem poder competir, em consequência de impiedosas lesões que consecutivamente contra si atentaram. Ainda por cima quando já se acercava dos trinta anos, limiar que no imaginário popular português - que não italiano ou americano, por exemplo - corresponde ao terminus de uma carreira de alta-competição. Agora Nélson Évora volta a provar que aquilo que faz de si um atleta superior é sobretudo o animus que habita o seu corpus. Este é o instrumento que salta mais de 17 metros. Aquele é a entidade que lhe confere identidade."

Paulo Teixeira Pinto, in A Bola

Mercado, sorteio, crença e campeões

"Jogam-se as últimas cartadas do mercado, cada vez mais perto do encerramento. No Mónaco, Luís Filipe Vieira e Jorge Mendes tentam encontrar soluções para problemas que já podiam estar resolvidos. Em Lisboa, Rui Vitória desespera por boas notícias, ciente de que ainda não tem as mesmas armas que outros tiveram. Não deixa de me espantar, confesso, que a grande preocupação seja um lateral-esquerdo. Olho para o plantel e vejo carências mais evidentes. Mas como dizia um companheiro de redacção, o melhor reforço seria a permanência de Gaitán. Aí sim, o treinador teria razões para sorrir. Já as finanças encarnadas nem por isso. Mas essas já não parecem a maior preocupação, como há tempos acontecia. É a vida.
O sorteio da Champions foi simpático para as equipas portuguesas. Papões claramente identificados, mas capacidade de discutir os resultados com as outras e os parentes pobres também transparentes. Temos hipóteses, claro.
Acreditar é preciso e Sá Pinto tem esse condão. A coragem de assumir o Belenenses e de tentar o impossível com um plantel todo português. Parabéns ao treinador, aos jogadores, mas também a Rui Pedro Soares. Capacidade para ver além do óbvio e olho para treinadores são características do líder. E tem uma ideia para a SAD. A festa fica para depois, que o mais difícil vem agora.
Nelson Évora deu mais uma alegria a todos os portugueses. A fibra de um homem vê-se na capacidade de ultrapassar as adversidades e voltar onde poderia parecer impossível. Évora é um desses campeões. Felizmente, ao longo da história este pequeno país à beira-mar plantado tem tido o seu quinhão de heróis. Obrigado, Nelson. Brilhante. Parabéns!"

Uma mensagem para... Rui Gomes da Silva (ou a carta que Rui Vitória me poderia ter escrito no Domingo à noite)

"Por todos os que no Domingo, em Aveiro, não se cansaram de gritar Benfica mesmo na avdersidade, vamos a isso!

«Meu caro Rui, 
Sei que não é normal um treinador escrever a um adepto...
Não, não se trata de falar ou, tão pouco, convencer um vice-presidente, nem de encontrar uma justificação para lhe dar, porque disseram-me que, fazendo, nesse dia, 57 anos, deixou a família, os filhos e foi até Aveiro, ver o MAIOR QUE PORTUGAL... não ganhar!
Sabemos - os dois - que os verdadeiros benfiquistas estão sempre com a equipa, nos bons momentos, mas, especialmente, nos momentos menos bons.
E, relembrando isso mesmo, sem tirar um milímetro ao compromisso de ser eu próprio (como fez questão de sublinhar, na passada segunda feira, à noite) assumirei, com toda a frontalidade, as minhas escolhas, o meu modelo de jogo, as minhas ideias, a minha responsabilidade!
Mas isso não me impede - como sei que, melhor do que ninguém, perceberá - de buscar, no rol das recordações de todos nós, os momentos menos bons no passado que foram ultrapassados e acabaram em vitórias... nesses mesmos campeonatos.

2013/2014
Lembra-se do início do campeonato de 2013/14? Vínhamos - nós, Benfica - de um ano horrível, com a perda de tudo o que havia para perder!
Depois de 3 campeonatos oferecidos, não sem antes nos prometerem... jogar sempre o dobro!
Pois, nessa maldita época de 2012/13 - como na de 2010/11, ou na de 2011/12, de que agora ninguém tem memória - tínhamos perdido o campeonato com o empate com o Estoril, em casa, e com uma derrota no último minuto de um jogo em que bastava só dar ordens para colocar a bola fora do nosso meio-campo...
Vínhamos de uma final europeia perdida no último minuto de um jogo, onde o banco já só se preocupava com o prolongamento...
Para já não falar da final do Jamor, onde a minha alegria de ter ganho a Taça de Portugal, ficará, para sempre, manchada com o facto de o ter feito contra o meu Benfica...
Pois, na época seguinte, a 18 de Agosto de 2013, começamos a perder 2-1, na Madeira, contra o Marítimo (eu sei que esteve lá) e, no jogo seguinte, a 25 de Agosto de 2013, estávamos a perder 1-0, em casa, com o Gil Vicente, ao minuto 90, para só marcarmos aos 90+2 e aos 90+3.
Sabe como acabou a época? Campeões nacionais, com a Taça da Liga e a Taça de Portugal (faltando, apenas, para ser um ano perfeito, ganhar a final europeia mais fácil de toda a história do Benfica)! 

2004/2005
E ainda se lembra da antepenúltima jornada da época de 2004/2005? Vínhamos - nós, Benfica - de 11 anos de travessia no deserto por força de opções tomadas no passado a que nunca quereremos voltar.
Nesse dia, 7 de Maio de 2005, jogávamos em Penafiel, naquilo no que poderia ser o jogo de um título anunciado...
Com a velha raposa, como é conhecido Giovanni Trapattoni, no banco, também nesse dia, jogamos o suficiente para ganhar!
Mas - com a arbitragem de Pedro Proença (uma constatação de facto, não uma crítica nem recado para ninguém) - perdemos 1-0.
Também aí tudo parecia ter desabado, mas, obrigados a ganhar na jornada seguinte a um dos rivais, foi isso mesmo que fizemos.
Para, depois, a 22 de Maio de 2005, festejarmos no Porto, no Bessa (eu sei que esteve lá) a conquista do 32.º campeonato!

1993/1994
E, já agora, lembra-se do campeonato de 1993/94? Tínhamos - nós, Benfica - acabado de resistir a um dos mais ignóbeis ataques de alguém (porque nascido fidalgo) que se julgava acima da justiça com que a História faz o seu caminho.
Pois nessa época, a 21 de Novembro de 1993, com a arbitragem de José Pratas (mais uma mera constatação de facto) perdemos 5-2, em Setúbal (eu sei que também esteve lá).
Sabe como acabou a época?
Campeões nacionais (para não falar de um dos jogos mais empolgantes que me lembro, como benfiquista,... os 4-4 de Leverkusen, a 16 de Março de 1994).

1961/1962
E, por último, já revisitou os dados da época de 1961/62?
Eu sei que tinha 3 anos e eu não era, sequer, nascido...
Mas empatamos em casa com o Sporting da Covilhã e com o Belenenses, empatamos fora com o Olhanense, com o Belenenses e com o Vitória de Guimarães e perdemos fora com a Académica e com o Sporting da Covilhã...
Era Béla Guttmann o treinador e fomos... CAMPEÕES EUROPEUS... pela segunda vez!

E HOJE?
Claro que assumimos o facto de sermos BICAMPEÕES e de querermos voltar a ganhar! Mas, para isso, temos, obrigatoriamente, que libertar-nos do passado - e eu sei que tenho que ser o primeiro a fazê-lo! Porque se o passado fosse o que queríamos, seria, por certo, presente! Como - concordo consigo - não nos podemos preocupar com o futuro.
Citando Pep Guardiola, na alta competição não há tempo, não há futuro. Tudo se passa como se não houvesse amanhã. Sei o que quero, por onde vou,... até porque acredito que só os fracos não tem convicções.
Sei, como diz Epicuro, que «os grandes navegadores devem a sua reputação aos temporais e às tempestades» .
Estou pronto para combater e vencer essa guerra feita de muita conflitualidade. Pode garantir que podem contar comigo para isso.
Teremos, ao mesmo tempo, que impor (ninguém nos dará nada) o respeito que nos é devido. Por mim, cá estarei. Mas, essencialmente, por todos os que, no domingo em Aveiro, mesmo na adversidade, não se cansaram de apoiar o Benfica,... vamos a isso!
Um abraço (de adepto para adepto)».

SE EU FOSSE...
...ÁRBITRO NESTA ÉPOCA DE 2015/16
Perceberia a imensa pressão a que vou estar sujeito... Preparar-me-ia, psicologicamente, para responder a todos os ataques de carácter e de competência de que vou ser alvo...
Reconheceria que, nos jogos do Porto e do Sporting, aconteça o que acontecer - por culpa dos jogadores ou dos respectivos treinadores - serei eu o responsável por todos os resultados que não acabem com as vitórias dessas duas equipas...
Saberia que em todos os jogos do Benfica - por melhor que Rui Vitória prepare cada jogo e por melhor que Júlio César, Nelson Semedo, Luisão, Jardel, Lisandro, Eliseu, Sílvio, André Almeida, Samaris, Fejsa, Pizzi, João Teixeira, Gaitán, Jonas, Vítor Andrade, Carcela, Jimenez, Mitroglou, Gonçalo Guedes, e, até, Sálvio, daqui a uns tempos, joguem - serei eu o responsável por todos os resultados que não acabem com a derrota do BICAMPEÃO NACIONAL...
Teria consciência que os Tribunais de Opinião Desportiva serão implacáveis comigo, quando o Porto ou o Sporting não ganharem, e serão coniventes com os meus erros se eles prejudicarem o BENFICA...
Mas, ainda assim, seria um HOMEM DE CARÁCTER, apitando de acordo com a minha consciência, com a minha competência, resistindo aos que me dizem que o... "vento está a mudar", porque... perceberia que, de onde me dizem que vão soprar esses novos ventos só vêm correntes de ar com cheiro a bafio dos tempos que envergonham a arbitragem e o futebol português,... dos tempos do APITO DOURADO. ...

...DE UMA EQUIPA QUE ESTAVA PARA IR À CHAMPIONS
Começava a acreditar nos avisos do Rui Gomes da Silva sobre a ilusão acerca do cérebro e das suas consequências sobre os adeptos desprevenidos (o amor cega...)."

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Comunicado

"Em Julho passado, no âmbito de um processo de investigação mais vasto e no cumprimento do seu dever, a Polícia Judiciária deteve em Sintra um ex-funcionário do Sport Lisboa e Benfica.
A Polícia Judiciária contou de imediato com a colaboração do Sport Lisboa e Benfica, postura que se mantém e manterá. Foi neste enquadramento que a PJ teve acesso ao antigo espaço que o referido ex-funcionário ocupava no estádio, tendo recebido, sobre o mesmo, toda a informação solicitada.
O Sport Lisboa e Benfica, como qualquer outra instituição, não é responsável pela prática de actos ilícitos dos seus ex ou actuais funcionários fora das suas competências profissionais.
A forma leviana, incorrecta e cheia de insinuações como a notícia tem vindo a ser divulgada por alguns órgãos de comunicação visa, objectivamente, atingir o bom-nome e a honorabilidade do Sport Lisboa e Benfica, comportamento que não vamos tolerar ou consentir.
Assim, irá o Sport Lisboa e Benfica denunciar, pelos meios e nos locais adequados, estes comportamentos e reclamar aos seus responsáveis a devida compensação pela reiterada violação do direito ao seu bom-nome."


PS: É sempre mau quando notícias destas saem ligadas ao Benfica. Mas é bom ter consciência que é impossível controlar a vida extra-profissional de todos os funcionários do Benfica (várias centenas).
O mais importante, é perceber que o Sport Lisboa e Benfica, colaborou e vai continuar a colaborar, com as autoridades, para o total esclarecimento do caso... Tal como já aconteceu noutras infelizes situações (poucas).
No final, será bom saber, que a investigação foi feita sem interferências, que o processo seguiu para a acusação, e caso existam provas, os culpados sejam punidos...
Ao contrário, do que acontece noutros locais...
Também é importante, durante a época que está a começar, perceber que o Grupo Cofina (que inclui entre outros, o Rascord e o Correio da Manhã...), tem interesses financeiros, na Sporting SAD. Não é uma opinião, é um facto... Não é por em causa a independência da linha editorial, é um facto indesmentível, basta saber quem são os accionistas...