domingo, 5 de julho de 2015

Liga Italiana e Liga Francesa na BTV...

A BTV anunciou ontem, que nas próximas 3 épocas, vai transmitir em exclusivo para Portugal, as Ligas Francesa e Italiana - além da UFC (desta vez em exclusivo total...). Sendo que as negociações ainda não estão fechadas em relação à Liga Espanhola (e parece que a Liga Alemã também pode ser uma hipótese!!!). Com a Liga Inglesa mais uma ano na BTV (pelo menos), corremos o risco de ter todos os principais campeonatos Europeus na BTV...
A Liga Italiana parece estar a recuperar, os principais clubes estão bastante activos no mercado, apesar da Juventus continuar a ser a grande favorita, o histórico das rivalidades na Série A garante sempre jogos interessantes...; a Liga Francesa, além do milionário PSG não parece muito atractiva, mas mesmo sem os grandes nomes do Futebol internacional, existem sempre muitos jovens com talento, muita força Africana, e jogos abertos e competitivos... além do nosso Bernardo!!!

Com este cenário, é praticamente certo que vamos ter uma BTV3 (e até podemos ter uma BTV4!!!), também é provável que o preço da subscrição para clientes particulares suba... Tendo em conta os potenciais conteúdos, é justo que assim seja.

Pessoalmente, creio ser importante manter as transmissões dos directos da modalidades nos Pavilhões da Luz aos fins-de-semana (um canal 'exclusivo' para as Modalidades seria uma ideia interessante, com a possibilidade de ser integrado na nossa oferta da BTV para fora de Portugal...), na última época já tivemos alguns deferidos das Modalidades por conflito de horários (nem sempre  é fácil antecipar, ou adiar os jogos das Modalidades para dias de semana, já que muitos dos nossos adversários são 'amadores'...); outra consequência importante da nossa politica de compra de conteúdos 'caros', é o asfixiamento da concorrência, algo que numa futura negociação centralizada dos direitos da Liga Portuguesa, poderá ser muito importante...!!!
Imaginem um cenário onde a BTV participava numa parceria, com outro canal (SIC, TVI ou RTP, por exemplo...) na compra dos direitos da televisão da Liga nacional, e além de ficarmos com os jogos na Luz, ficávamos com os jogos fora da Luz... com os nossos parceiros a ficarem com o resto?!!!



PS1: A nossa secção de Atletismo conquistou mais um título este fim-de-semana: Campeões Nacionais de Juniores Masculinos (2.º lugar no feminino)...

PS2: Uma nota ainda para os prémios individuais conquistados pelos nossos funcionários do Futsal: Chaguinha (melhor jogador); (Joel Rocha (melhor treinador); Juanjo (melhor guarda-redes).

PS3: Uma nota final para o Campeonato 'Mundial' de Sueca das Casas do Benfica, e do Torneio de Futsal entre as Casas do Benfica, disputado este fim-de-semana no complexo da Catedral... Mais uma excelente forma de envolver os Benfiquistas com o Clube...

Benfica em tempo de viragem

"Os primeiros dias de Rui Vitória no Benfica não estão a fugir um milímetro ao guião: empatia com o balneário, forte apoio da estrutura, aceitação dos adeptos. Exactamente o que se esperava. Ontem, no Seixal, no primeiro dia em que a bola saltou, Luís Filipe Vieira, Rui Costa e Lourenço Coelho fizeram questão de estar ao lado do treinador. No dia da apresentação, no Cosme Damião, já tinham aparecido todas as figuras de peso do clube e, sobretudo, da SAD. E o mais provável - e natural - é que este estado protector se mantenha enquanto o técnico não conquistar o seu espaço de afirmação. E esse, como é evidente, é um processo que só está concluído quando chegam as vitórias.
Até lá, porém, há muitos passos a dar. E o primeiro, no caso de Rui Vitória, é esta aproximação ao futebol de formação do Benfica, tal como Vieira tinha prometido. A porta que liga os sonhos dos mais novos ao futebol profissional das águias está agora aberta. A notícia que lhe contamos na página 11 desta edição é um importante sinal de viragem nos bicampeões nacionais.
Rui Vitória já tinha explicado na BTV que não era "tonto" e que sabia "muito bem" que não se ganham campeonatos "apenas com jogadores vindos da formação". É difícil haver quem não concorde. E o próprio presidente, que tem sido o motor da ideia, será o primeiro a reconhecer que é impossível ser campeão apenas com Bernardos Silvas.
A questão, no entanto, deve ser vista a partir de outra perspectiva. Ter três, quatro ou cinco jovens - formados em casa - integrados no plantel é vantajoso para o treinador e para os próprios jogadores? Há talento no Seixal que justifique a aposta de forma consistente? Deve dar-se aos técnicos da formação a possibilidade de assistir aos treinos da equipa principal? A mesma resposta a todas as perguntas: sim."

«O Benfica tornou-se independente do BES e da PT»

" «É a primeira vez que um clube português está acima dos €200 milhões», diz Domingos Soares de Oliveira (...) O administrador financeiro da sociedade anónima desportiva (SAD) explica que os proveitos se dividem entre direitos televisivos (41%), patrocínios (39%) e bilheteira (20%), semelhante à distribuição dos grandes clubes da Europa. Só que «os clubes portugueses vão ter cada vez mais dificuldades em conseguir manter a competitividade». Há que formar miúdos, jogar com eles, vendê-los (...). Nos primeiros nove meses do ano que agora acabou (o ano económico das SAD é como a época, de Julho a Junho), o Benfica teve receitas de €140 milhões (incluindo vendas de jogadores) e lucros de €14 milhões. O passivo caiu 9%... e os capitais próprios estão positivos, em €6 milhões. O activo (que inclui um plantel avaliado em cerca de €100 milhões) desceu após a venda de jogadores, mas incluiu €16 milhões em caixa. Cofres cheios? «Não significa que estejamos a seguir o exemplo da ministra (das Finanças), mas tomámos medidas de prudência.» A descida do passivo resulta da redução de dívidas de fornecedores: o Benfica antecipou pagamentos, por exemplo de passes de jogadores, em troca de descontos financeiros. Mas os empréstimos mantêm-se: cerca de €300 milhões.

- O Benfica tem vários empréstimos bancários (...). A exposição à CGD é baixa e o BCP reduziu os empréstimos. A questão é o Novo Banco, que quer baixar créditos. Daí a actual emissão obrigacionista.
- O enfoque está nas situações de curto prazo, que têm sido renegociadas e somam cerca de €150 milhões. Vamos reduzir esse valor, em três componentes: uma é negociar e estender num financiamento de longo prazo, com prazos de maturidade mais próximos de 2024, 2027; depois, é este empréstimo obrigacionista de três anos e eventualmente renovável, dependendo das condições de mercado; uma terceira parte serão descobertos bancários normais. Estes €150 milhões têm vindo a ser renovados por prazos de dois ou três meses. O nosso objectivo é ganhar estabilidade, em prazos e em diversidade de fontes de financiamento. Estamos dependentes do Novo Banco e vice-versa.

- Dos €150 milhões no Novo Banco, de quanto será o novo empréstimo de longo prazo?
- Se fizermos os €45 milhões no obrigacionista e deixarmos €30 milhões, €40 milhões para um descoberto normal, será o resto.

- €70 milhões?
- À volta disso.

- A relação com o Novo Banco tem sido a super curto prazo?
- Sim, nos últimos tempos, para resolver situações como o Benfica Stars Fund.

- Que o Benfica recomprou. Qual o custo médio da dívida?
- Cerca de 6%.

- Pagam €17 milhões de juros por ano. As vendas de jogadores não reduzem o passivo?
- Fizemos uma redução de passivo de 9%, adquirimos o Benfica Stars Fund e temos €16 milhões em caixa. O objectivo não é pôr a dívida a zero. A dívida é de €300 milhões, o que corresponde a uma vez e meia o nosso volume de facturação - e ela já foi quatro vezes o nosso valor de facturação. No dia em que a dívida foi igual à facturação, estaremos confortáveis.

- Baixar até aos €200 milhões.
- O objectivo é esse. Em que prazo é que isso acontece? Depende das oportunidades. Este ano conseguimos reduzir €40 milhões do passivo em nove meses; não acredito que esta seja uma velocidade para manter mas temos condições para, todos os anos, baixar o passivo entre €10 a €15 milhões.

- Como?
- Dependíamos do BES e da PT. Demos o salto, somos uma marca internacional, com um patrocinador internacional (Emirates). Conseguimos substituir a dependência daquilo que (não vou chamá-los 'donos disto tudo') era o establischment. Segundo aspecto: para dependermos menos da importação de jogadores estrangeiros, tínhamos de criar uma fábrica de jogadores. ela forma como vendemos os nossos activos mais novos, provámos que o investimento no Seixal é certo. E temos um grupo de elite, 30 jogadores, com 15, 16 e 17 anos, que temos de introduzir no nosso futebol profissional. Queremos, assim, baixar o custo médio do plantel.

- Qual é o valor do patrocínio da Emirates?
- Não posso revelar.

- A BTV vai expandir-se?
- O contrato com a liga inglesa acaba daqui a um ano e temos duas novas ligas para a próxima época: a francesa e a italiana. Admito que possamos subir ligeiramente o custo para o subscritor no futuro.

- Qual o resultado líquido da BTV para este ano?
-  Acima do anterior, entre os €19 milhões e os €20 milhões.

- É abaixo da proposta da Olivedesportos que o Benfica recusou.
- A Olivedesportos fazia uma proposta média de €22 milhões (silêncio). A decisão da Olivedesportos foi sobretudo baseada em termos políticos.

- Ou seja?
- A não dependência de alguém com enorme influência no futebol português. Essa pessoa (Joaquim Oliveira), ou entidade (Olivedesportos) tinham influência na condução do nosso futebol.

- Admite participar numa centralização dos direitos televisivos?
- Precisamos disso: a diferença entre o clube que ganha mais e o clube que ganha menos é de 1 para 10. O problema é que os clubes são os primeiros a dizer que não.

- Porquê?
- Devem estar condicionados.

- Os clubes estão reféns?
- Numa reunião da Liga, ouvi um dos responsáveis de um clube: '90% das minhas receitas dependem da Olivedesportos'.

- Como é que se pode gerar mais receitas?
- Cinco factores. O primeiro é a redistribuição da receita que fica no distribuidor. Segundo, a receita internacional. O terceiro, a receita de publicidade da primeira linha que, no Benfica, nos dá uns milhões com 17 jogos. O quarto é a receita que se pode gerar revendendo os direitos a canais abertos. O quinto, a publicidade no intervalo dos jogo. As pessoas não querem discutir isto.
«Jesus valoriza activos mas não os vende»
Aqui,  fala-se sobretudo de futebol, de salários, de Rui Vitória e de Jorge Jesus, que é bom mas não é o Messias.

- No Benfica há tectos salariais para os jogadores?
- Não, mas há valores que não podemos ultrapassar.

- Qual é o máximo?
- Não quero falar de máximos porque isso quase seria revelar situações específicas sobre alguns futebolistas, mas vocês ouviram falar de notícias de renovações contratuais...

- Maxi Pereira.
- Estou a falar do Maxi e de outros jogadores.

- Então o máximo é de 1 milhão e 200 mil euros.
- Por aí. A massa salarial é €42 milhões. €14 milhões por trimestre. Gostaríamos de, no futuro, reduzir esse valor em 20%. Não será um corte radical e, por aquilo que se vê, no espaço de 5  anos teremos 10 jogadores do grupo de elite na equipa principal.

- Qual é o orçamento para este ano?
- Não será muito inferior ao do último.

- Que era de €80 milhões.
- Um bocadinho menos.

- É nessa lógica que o Benfica contrata Rui Vitória?
- Hoje, há jogadores que saem do Seixal para chegarem ao topo do futebol português, como o João Cancelo (jogador do Valência), o Bernardo Silva (Mónaco), o André Gomes (Valência). Só que não tem havido capacidade por parte do Benfica, como um todo, para trazer estes jogadores para a equipa profissional. O perfil de Rui Vitória enquadra-se nesta lógica.

- Essa incapacidade tinha a ver com Jorge Jesus?
- Não é uma responsabilidade de uma pessoa só.

- Se tivesse jogado mais, o Bernardo Silva, que saiu por 15,7 milhões, teria sido vendido por mais, provavelmente. Está arrependido?
- Se eu vendo um miúdo com 19, 20 anos no máximo da sua curva de valor é porque algo correu mal. Se tivéssemos segurado o valor dele seria outro? Provavelmente, sim. Mas também temos de reconhecer que o Bernardo ganhou valor pelo que fez na liga francesa. Acertar no Totobola à segunda-feira é fácil.

- Há alinhamento do Rui Vitória com o modelo de negócio do Benfica, portanto.
- O Rui Vitória tem uma visão do seu papel que vai muito além do papel de treinador. Aliás, os treinadores modernos dizem: 'Quem só sabe de futebol, nada sabe sobre futebol'. O Rui Vitória quer perceber e participar no modelo de sustentação do Benfica. E isso é (e não quero estar a dizer mal de ninguém) uma lufada de ar fresco.

- O Benfica perdeu um grande vendedor com a saída de Jesus?
- O Jesus valoriza os activos tal como o Rui Vitória terá capacidade para valorizar. Mas dizer que quem faz as vendas é o Jesus é ter uma visão muito restrita daquilo que é o futebol. Quem conduz o processo é o presidente, quando as vendas são bem feitas o mérito é dele, e quando são mal feitas o demérito também é dele.

- A saída surpreendeu-o?
- Sim. Confesso que não esperava que o Sporting fosse o projecto do Jorge Jesus.

- Sentiu-se traído?
- Não. Nos faremos o nosso caminho e ele fará o dele.

- Tem ressentimentos?
- Não, até porque nunca tive relação pessoal com ele.

- O Benfica também poupou nos salários com Rui Vitória...
- Sim, é um saltério substancialmente mais baixo.

- O FC Porto anunciou à CMVM a contratação de Imbula, do Marselha, por €20 milhões. Alguns jornais escreveram que a operação poderá ter sido feita com a ajuda do fundo Doyen. Como interpreta esta compra, à luz das novas leis da FIFA que proibiu o third-party owenership?
- Houve uma reunião da UEFA que aligeirou as restrições do Fair Play Financeiro, mas não o TPO, o third-party owenership. Basicamente, a alteração tem a ver com isto: as pessoas que andavam a investir em fundos, agora podem investir directamente nos clubes, através de uma posição accionista. or exemplo, a Doyen poderá investir directamente no clube e retirar lucro directamente do clube. Quanto a este caso, não consigo entender. No comunicado do FC Porto à CMVM não vem qualquer referência à Doyen, portanto não vou especular - mas nunca vi um clube em Portugal investir €20 milhões num jogador.

- Há alguma regra que obrigue o Benfica a informar o CMVM sobre contratações?
- Todos os clubes estão obrigados a comunicar qualquer transacção que seja igual ou ultrapasse 5% do activo. O nosso activo é de €400 milhões, portanto tenho de comunicar todas as transacções a partir de €20 milhões. Daí não termos anunciado a venda de João Cancelo (€15 milhões). Já agora, devo dizer que o João Cancelo e o Bernardo Silva foram jogadores claramente valorizados por Jorge Jesus (risos, num tom irónico).

(...)"


PS: O meu único problema com esta entrevista do nosso Director Financeiro, é a capacidade do Benfica, em 'premiar' (recorrentemente) quem trata mal o Benfica!!!
O sr. Pedro Candeias, no último ano, tem desrespeitado, destratado, mentido, injuriado o nome do Benfica e da sua Direcção, por diversas vezes, e o que é o Benfica faz: concede uma entrevista exclusiva!!! 
Continuo sem perceber...