quarta-feira, 22 de abril de 2015

Maxi é assunto de Estado

"É o melhor lateral-direito encarnado e um símbolo da águia. O Benfica vai ter de lutar por ele até ao limite das possibilidades. O grande futebol e os grandes clubes também se fazem de jogadores assim.

1. Sendo uma questão de honra em cada batalha de hora e meia, o futebol é fonte de emoções que a sociedade não pode desprezar - tudo quanto compromete a felicidade do ser humano assume transcendência nem sempre explicável pela razão. Será assim tão estranho, nestes tempos miseráveis de crise, corrupção, desemprego e insensibilidade de quem nos governa como se fôssemos animais que as pessoas se agarrem a uma paixão lúdica e se revejam em personagens comprometidas com o emblema, a bandeira e a história que suporta a paixão comum? Diz Jorge Valdano que o jogo do pontapé na bola mostra o homem autêntico num Mundo que é, cada vez mais, a total consagração da mentira. Talvez por isso, as plateias revelem debilidades na apreciação a quem compensa com suor o que lhe falta em talento.

2. Maxi Pereira é um caso nos nossos dias, porque aglutina paixões e é exemplo para gerações vindouras, correspondendo ao sentir de adeptos fiéis pelas memórias de infância, pela eterna busca de identidade, pela alegria, pelo orgulho, pelo desejo de vingança... Sendo uruguaio, encarnou os alicerces da cultura benfiquista - sabe que está associada a um modo de ser e que a ela correspondem uma sensibilidade, um estilo, ma estética e um compromisso com as raízes. Na gloriosa história da águia não entram só génios de todas as gerações, como Rogério Pipi, Eusébio, Chalana, João Vieira Pinto e Aimar, dela também rezam os porta-estandartes desse valor abstracto que é a mística, cuja origem é atribuída a Francisco Albino, mas de que Ângelo Martins, Veloso, Petit e, fatalmente, Maxi Pereira são exemplos perpétuos.

3. Maxi não é um jogador perfeito mas é um jogador à Benfica, elogio que resiste à tendência de quem prefere enaltecer os seus principais defeitos: comete erros por exageros desfasados da realidade, tanto mais graves quanto está longe da melhor condição física; estabelece eléctrica e permanente comunicação com as bancadas, indiferente aos perigos demagógicos dessa entrega incondicional ao jogo; nem sempre parece entender que as sucessivas descargas energéticas estão proibidas de superar a inteligência, sob risco de a exaltação provocada criar problemas onde devia levar a solução. Ao cabo de quase uma década na Luz, importa reconhecer, porém, que a prestação de Maxi, não sendo imaculada, tem sido suficientemente boa para colocá-lo no lote restrito dos mais marcantes defesas benfiquistas de sempre.

4. É o melhor lateral-direito encarnado, está a fazer uma grande época e, ao contrário do que chegou a suceder a espaços, não tem hoje alternativa credível. Mas os princípios ideológicos que aconselham a renovação do contrato que está no fim excedem a parte desportiva. Confrontado com a necessidade de salvaguardar todos os interesses na ligação futura com um jogador de 30 anos, o Benfica está perante melindroso assunto de Estado, envolvendo fundamentos emocionais, filosóficos e de bem-estar da comunidade. E é essa vertente que condiciona a decisão institucional sobre um símbolo dos nossos tempos, tendo em conta o peso relativo na águia; o espírito que dá personalidade à equipa; a atitude que remete para um passado grandioso; o exemplo que ressuscita o conceito de amor à camisola. O Benfica vai ter de lutar por Maxi até ao limite das possibilidades. O grande futebol e os grandes clubes também se fazem de jogadores assim.

(...)"

O hóquei campeão

"Nesta coluna já escrevi sobre o fascínio que, para mim, tem o hóquei em patins. Do ponto de vista clubista, é o título que considero mais saboroso a seguir ao hegemónico futebol. Do ponto de vista nacional, é onde mais sinto a ideia desportiva de Portugal. Há vários factores que para tal contribuíram: a expressão deste desporto no tempo em que era criança e jovem e que guardo afectuosamente na memória e no coração, o fascínio da rádio e o empolgamento dos relatos no tempo em que não havia desporto televisionado e - sinal de outrora - o sabor do nosso país vencer a Espanha, o rival sempre temido.
Com o tempo, o hóquei que, entretanto incluiu a força e magia argentinas, perdeu protagonismo diante do avassalador futebol. E, paradoxalmente, com a televisão o hóquei perdeu para a concorrência, por ser um desporto tão rápido e com uma bola tão minúscula que, no pequeno ecrã, nem sempre somos capazes de a acompanhar. Ainda hoje me pergunto - talvez por ignorante na matéria - por que razão a bolinha não tem uma cor bem viva e fluorescente.
Escrevo também este texto para saudar a equipa do meu clube, que acaba de se sagrar campeã nacional e passa a deter o maior número de títulos (22). Um pavilhão do Benfica cheio, um jogo empolgante, uma vitória indiscutível e um final de grande desportivismo entre vencedores e vencidos, que é justíssimo salientar. E eu, vendo o jogo, misturando passado e presente (e espero que futuro): Matos, Trabal, Cruzeiro, João Rodrigues, Livramento, Nicolia, Lisboa, Jorge Vicente, Paulo Almeida, Valter Neves, Panchito, Ramalhete, Diogo Rafael, Perdigão e tantos outros..."

Bagão Félix, in A Bola

Tão perto e tão longe do sucesso

"Aproxima-se o final da época e nada está definido para as equipas grandes em Portugal, continuando as três - Benfica, FC Porto e Sporting - a curta distância de boa ou má temporada; e parece-me que o Sporting será talvez a que mais se pode aproximar daquelas que seriam as expectativas mais realistas no início.
O Benfica continua em primeiro lugar na liga e com mais três pontos que os portistas. Se vencer, Jorge Jesus alcançará a glória e a tão desejada festa pela segunda vez consecutiva no Marquês de Pombal; mas se deixar fugir o campeonato cairá em desgraça, depois de envergonhada campanha europeia e também precoce eliminação na Taça de Portugal. A eventual conquista da Taça da Liga, numa final a disputar com o Marítimo, seria muito insuficiente para encher a barriga. O Benfica tem, pois, muito a ganhar mas demasiado a perder. Os fantasmas ainda não estão exorcizados.
O FC Porto já disse adeus às taças portuguesas e ainda olha para cima na tabela da liga com três degraus a separá-lo do Benfica, mas o título não é miragem e domingo, na Luz, tem o jogo mais importante e decisivo para marcar posição. Na Europa, apesar da goleada em Munique mostrou que é equipa de Champions, importante em época com novo treinador, novo plantel, nova filosofia. Com o que apostou, presumia-se que tivesse calçado melhor o sapato português e arrisca não ganhar qualquer título, mas tem atenuantes; será que basta para Pinto da Costa?
O Sporting não vai ganhar o título e nem sequer o segundo lugar, mas tem o terceiro praticamente assegurado. Irá ao play-off de apuramento para a Champions; e depois? O FC Porto também lá esteve. E o leão tem boas possibilidades de conquistar a Taça. Em ano de luta desigual, o Sporting talvez seja aquele que menos tem a perder. Mas tem de vencer a Taça."

Nélson Feiteirona, in A Bola

PS: Parece que os Corruptos, se não ganharem nada, pelo segundo ano consecutivo, têm atenuantes!!! Se alguém os conhecer, avise-me...!!! O Benfica é que parece não ter atenuantes, para nada...
Também parece que afinal o grande objectivo das equipas, não é a qualificação automática para a Champions, isto tem mais graça, é quando se vai ao play-off (ou à 3.ª pré-eliminatória!!!)...

Fintar o destino

"A chegada de Jorge Jesus à Luz revolucionou o futebol benfiquista. Só os detractores do treinador não o querem ver. O Benfica reaproximou-se do FC Porto, do qual se tinha afastado perigosamente durante três décadas, começando a disputar com ele os títulos ombro a ombro. Nos 5 anos de Jesus, o FC Porto ganhou 3 campeonatos e o Benfica 2. Só que, desses 3 títulos do Porto, 2 foram conquistados no fio da navalha.
Um foi ganho na Luz com um golo de Maicon em fora-.de-jogo aos 87 minutos. O outro foi vencido no Dragão com o célebre golo de Kelvin ao minuto 90+2.
Perante este cenário, o que irá acontecer no domingo? E que consequências terá o resultado desse jogo?
Se o Benfica ganhar, é praticamente campeão; se empatar, ainda fica e boa posição; se perder, julgo que perderá o campeonato.
O jogo da Luz vai ser, portanto, dramático. Uma prova longa, com 34 anos, decidir-se-á num jogo só, como se fosse a final de uma prova a eliminar. E o Benfica é quem tem mais a perder: após aqueles dois anos em que morreu na praia, uma terceira morte nas mesmas circunstâncias seria terrivelmente traumática.
Depois das derrotas sofridas com o golo de Maicon em fora-de-jogo e com o inacreditável golo de Kelvin nos descontos, um novo desaire constituiria um golpe demasiado cruel para os benfiquistas. Mas quem não se lembra da eliminatória da Taça em que o Benfica, depois de vencer no Dragão por 2-0, perdeu na Luz por 3-1 e foi eliminado? Cabe aos jogadores encarnados que subirem ao relvado da Luz no domingo a tarefa ingrata de fintarem o destino e fazerem um quinto do que o Bayern fez ontem na 1.ª parte."


PS: A opinião selectiva, advém a memória selectiva...
Neste caso especifico: uma não vitória dos Corruptos no Campeonato, fechará a 2.ª época consecutiva sem ganhar um único título. Será que este facto, será ou não traumático para os Corruptos?! Especialmente depois do megalomeno investimento que foi feito pela Direcção Corrupta, em contraste com o desinvestimento que existiu no plantel do Benfica...
O tal jogo da Taça, onde o Benfica foi eliminado por 1-3 na Luz, por acaso foi apitado pelo Xistra, onde tivemos golos em fora-de-jogo, faltas, cartões, impunidade... um verdadeiro festival do Xistrema: no início da 2.ª parte, durante 30 minutos, não assinalou uma única falta a favor do Benfica!!! Foi uma arbitragem, tão, ou mais grave do que a Proençada no Campeonato, mas parece que já ninguém se lembra..:!!!

Futuro...

Renovação dos contratos com o João Carvalho, e o Diogo Gonçalves e assinatura de contrato com o Juvenil José Gomes.
São três das nossas maiores promessas, o Joãozinho tem sido titular na equipa B, nas últimas partidas (recordo que ainda é Junior de 1.º ano), o Diji já jogou na equipa B, mas ainda não se conseguiu impor como titular... é quase seguro, que na próxima época, fará a transição (é da mesma Geração do João: Junior de 1.º ano).
O Zé Gomes, é um jovem ainda Juvenil, mas com futebol e físico de Júnior (espero que o contrato com o João Filipe (JP) seja o próximo...). Os jogadores com ascendência africana, usam muitas vezes da sua capacidade física para se destacarem nas camadas jovens. Mas muito sinceramente, este miúdo tem perfume na maneira como joga... na próxima época será quase de certeza o ponta-de-lança dos Juniores, só espero que as experiências tácticas dos últimos tempos, com o Zé a jogar como extremo ou 2.º ponta-de-lança, não desviem o miúdo do futuro mais que certo: Ponta-de-lança!!!