sexta-feira, 13 de março de 2015

Levado ao colo dos adeptos

"No passado domingo não pude ir a Arouca porque estava em Santo Tirso com a equipa de voleibol do Benfica, que aliás venceu a sua 15.ª Taça de Portugal de forma clara (e conseguiu pela primeira vez, na passada quarta-feira, umas meias-finais europeias na história do voleibol do clube). Não nego que apesar da muita simpatia pelo voleibol do Benfica, que acompanho em permanência com gosto, havia uma natural expectativa no jogo de futebol. Eram os olhos no voleibol e os ouvidos no futebol. Era mão na Taça e coração em Arouca. Era um abraço ao professor Jardim e o pensamento em Jorge Jesus. Quando o voleibol acabou, perdíamos em Arouca e, por isso, a minha alegria estava mitigada. Saí do Pavilhão em direcção a casa na ânsia de ver algo de melhor em Arouca. Foi com natural alegria que recebi os golos da reviravolta durante o trajecto.
Chegado a casa vi o jogo em diferido, sabendo o resultado. Não havia na análise, nem insegurança do desfecho, nem incerteza. O Benfica voltou a ganhar um jogo em que foi prejudicado de forma acentuada. A perder 0-1 há um penalty não assinalado, empatado 1-1 há outro penalty por marcar, foram muitos os erros e de sentido único. Foi um resultado óbvio e uma vitória indesmentível, que podia e devia ter números mais expressivos.
Sábado, com o SC Braga, vai ser ainda mais difícil. Só um Benfica de superior qualidade poderá superar o que aí vem. Sabemos que nos próximos dois jogos se joga 51 por cento do campeonato, mas os nossos adversários também sabem isso. Sábado espero ser levado ao colo pelos adeptos e não ser atirado ao tapete por ninguém. Se o Benfica jogar tão bem como no jogo da Taça de Portugal que perdeu, ganhará com tranquilidade ao Braga. Será com um estádio cheio e muito apoio que se inicia esta corrida final ao 34.º título nacional."

Sílvio Cervan, in A Bola

Lotação esgotada!

"Uma dezena de jogos é o que nos separa do fim do Campeonato. São seis em casa (SC Braga, Nacional, Académica, FC Porto, Penafiel e Marítimo) e quatro fora (Rio Ave, Belenenses, Gil Vicente e Vitória de Guimarães). E aquilo que vimos no último domingo em Arouca é o que tem de acontecer até à última jornada - estádio cheio, bandeiras ao alto, apoio sem limites. Não há desculpas! A onda vermelha tem de continuar já amanhã com o SC Braga.
O próximo adversário venceu-nos duas vezes esta época (na Pedreira para a Liga, na Catedral para a Taça de Portugal) e não vai ser fácil. Principalmente porque a equipa de Sérgio Conceição e António Salvador não vem à Luz para não acertar uma única vez na baliza, como aconteceu na semana passada contra o FC Porto. Vem para tentar tirar pontos ao líder e oferecer a possibilidade de recuperação ao segundo classificado. Por isso, os jogadores do Benfica têm que ser mais inteligente, mais rápidos, mais agressivos, mais fortes. E têm de contar com as bancadas cheias.
A onda vermelha tem que durar até à última jornada (em casa, com o Marítimo). Temos dez oportunidades para dar a estocada final numa realidade de 30 anos de corrupção baseada no medo, no tráfico de influências, nas prendas a meio da noite em quartos de hotel, na violência e na falsidade dos resultados. Amanhã podemos juntar o útil ao agradável: conquistar os três pontos, tirar ainda mais esperança aos adversários e impedir o crescimento do SC Braga enquanto herdeiro natural das artimanhas do FC Porto. Não é fácil, mas poderá sê-lo se tivermos mais de 60 mil nas bancadas da Luz. Encontramo-nos lá."

Ricardo Santos, in O Benfica

Onda vermelha em movimento

"Amanhã vai haver casa cheia na Luz para receber o SC Braga. Apesar da importância do jogo e da dificuldade que os arsenalistas representam para os encarnados, não pode dizer-se que seja normal que se juntem 65 mil pessoas para presenciar este embate. Há, de facto, outro factor que explica o aviso de lotação esgotada nas bilheteiras do anfiteatro benfiquista e que tem a ver com a onda vermelha que está em movimento, de norte a sul, para apoiar o actual campeão nacional da sua demanda pelo bi.
Olhe-se, então, para as assistências, nos jogos para a Liga, no estádio da Luz, em 2015:
V. Guimarães - 44065; Boavista - 40346; V. Setúbal - 40564; Estoril - 46712. São números que traduzem uma adesão muitíssimo significativa e que se explicam pelo crescendo de confiança dos adeptos do Benfica na conquista do bicampeonato, proeza que foge aos encarnados desde 1982/84, aquando da primeira passagem de Sven-Goran Eriksson pela velha Luz. Mas é possível identificar um outro motivo para uma mobilização tão significativa: há, de uma forma geral, a percepção de que este Benfica joga em superação constante, não se atira para fora de pé à procura de nota artística nem vive na abundância de grandes nomes. É uma equipa voluntariosa e organizada, que faz do trabalho a arma principal. Por isso, caiu no goto aos adeptos que não têm parado de apoiá-la, mesmo em situações de adversidade, como sucedeu nas desvantagens revertidas de Moreira de Cónegos e Arouca. Não é a primeira vez que este movimento popular do benfiquismo se mostra em favor de uma equipa. Em 1986/87 (época da derrota em Alvalade por 7-1), verificou-se um fenómeno semelhante. E o FC Porto, campeão europeu e com melhor equipa, não chegou ao título. Semelhanças..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Jogos especiais

"Terminado o jogo entre o SC Braga e FC Porto, esperava-se alguma indignação por parte dos dirigentes da equipa da casa, face a um lance de grande penalidade que ficou por sancionar, e que poderia ter dado o empate.
Pelo contrário, o presidente bracarense não só ignorou esse lance, como afirmou, a despropósito, que a sua equipa teria de fazer tudo para ganhar... ao Benfica.
Independentemente da falta de oportunidade da declaração, fica por saber o que será esse 'tudo'. Mas olhando à diferença de atitude competitiva que o SC Braga tem revelado quando defronta o Benfica - jogos que disputa de faca nos dentes, com níveis de agressividade próximos do intolerável - e, quando tem pela frente o FC Porto - jogos em que normalmente é dócil e submisso -, podemos chegar a algumas pistas.
O Futebol tem coisas estranhas, que escapam ao entendimento do adepto comum. É normal que uma equipa mais pequena se agigante quando tem pela frente nomes sonantes. Mas não é normal que, ano após ano, jogo após jogo, uma mesma equipa coloque grandes dificuldades a um adversário, e apresente total passividade face a outro. Desde os tempos de Domingos Paciência que assim é.
Certamente por coincidência. Quem terá de ignorar tudo isto somos nós. E a solução para vencer é apenas uma: entrar com a mesma intensidade do adversário minhoto, sabendo que, assim, a maior capacidade técnica dos nossos jogadores fará a diferença. É também importante que o apoio dos adeptos se faça sentir, não com bolas de golfe ou intimidação (como por vezes sucede em Braga), mas com incentivos capazes para empurrar a equipa para o golo."

Luís Fialho, in O Benfica

Ecléctico e ganhador!

"As conquistas Benfiquistas na presente temporada sucedem-se a um ritmo notável. É a tendência dos últimos anos, fruto da recuperação económica e desportiva do clube, com repercussão na valia das nossas equipas.
No fim-de-semana passado foi a vez do Voleibol, na Taça de Portugal, e do Atletismo, no Campeonato Nacional de Corta-Mato Curto. O Benfica venceu nove das 12 provas já decididas esta época nas sete modalidades mais relevantes, em popularidade e investimento, do desporto português (as 'cinco de pavilhão, Atletismo e Futebol). Além das supertaças de Futebol, Basquetebol e Voleibol e dos triunfos acima referidos, ganhámos a Taça Hugo dos Santos e o Troféu António Pratas no Basquetebol e os Campeonatos Nacionais em pista coberta e estrada do Atletismo.
Para o Benfica, pelo seu historial, grandeza e ambição, o objectivo passa por vencer todas as provas em que se vê envolvido, seja qual for a modalidade. No presente, há expectativas reais de igualar ou até superar os 18 títulos da temporada passada (seniores masculinos das sete modalidades), mesmo sem disputar as taças continental e intercontinental de Hóquei em Patins, conquistadas em 2013/14. Acresça-se o bom desempenho das equipas femininas de Futsal e Hóquei em Patins e a perspectiva de mais títulos em desportos de menor notoriedade como, por exemplo, o Triatlo, a Canoagem ou o Pool. E há ainda o projecto olímpico, de Telma Monteiro, Nelson Évora e outros que honram o clube e o país porque são predestinados, trabalhadores e têm, no glorioso Sport Lisboa e Benfica, a (única) instituição que lhes providencia condições de excelência para o desenvolvimento das suas capacidades."

João Tomaz, in O Benfica

Afinal o colinho

"É caso para perguntar, afinal, onde estava o colinho de que tanto os nossos adversários falam, no passado fim-de-semana em Arouca. Dois penáltis por marcar, conclusão que, efectivamente, dispensa qualquer detalhada análise informática ou televisiva. Para além, ainda, de um conjunto de decisões estrategicamente mal tomadas que, não fora a persistente vontade do SLB, a partir do início da segunda parte, em dominar o encontra, poderiam ter tido consequências desastrosas na tabela classificativa.
É evidente que o Arouca entrou em campo - e legitimamente - para roubar pontos ao Benfica. Mais uma vez, com um ânimo, uma força e um desespero que não são comuns na equipa de Pedro Emanuel. Mas a isso o Benfica já tem de estar habituado!
O que surpreende (ou talvez não!) é que o resultado tão imbecilmente colocado em causa comentadores desportivos poderia, na verdade, ter sido muito maior. Pela mera realidade do jogo, o resultado poderia, sem grande margem de erro, cifrar-se num resultado de 1-5 a favor do Benfica. Mas disto a imprensa já não deu conta. E, curiosamente, nas horas e nos dias seguintes ao jogo disputado na bela vila de Arouca, sob a leve vigia do Douro, palavras como 'colinho' ou 'favorecimento' desapareceram das linhas da imprensa desportiva e generalista.
Fica apenas uma questão, que se levanta genuinamente no espírito de toda a nação benfiquista, e que dirijo a todos os jornais e comentadores desportivos, desde o Sr. Rui Santos ao Sr. Paulo Andrade: porque nos querem tanto tirar o mérito? Porquê?"

André Ventura, in O Benfica