quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sempre a carburar...

Benfica- 0 Arouca

Após a primeira jornada da Taça da Liga, com a vitória do Moreirense, ficámos a saber, que independentemente dos resultados nesta 2.ª jornada, o Benfica nunca ficaria matematicamente qualificado, nesta jornada. Seria sempre necessário na última ronda, em Moreira de Cónegos, obter no mínimo um empate. Talvez por isso, a rotação do Jesus foi maior do que o habitual... Deu inclusive, pela primeira vez, a titularidade ao Rui Fonte (estreia absoluta na equipa principal), e ao Gonçalo Guedes. Só os Centrais não mudaram (a falta de opções neste momento assim obriga...). Destaque ainda para o regresso do Sílvio, após aquela estúpida lesão no jogo com o AZ o ano passado... praticamente 9 meses depois!! O Sulejmani também foi titular... a primeira vez, desde da Final de Turim...
Mas independentemente do contexto, é sempre importante manter a onda vitoriosa, e no Benfica, todas as competições (e todos os jogos) são para ganhar...
O Arouca é uma equipa chata nestes jogos, dão porrada, defendem com muitos, fazem anti-jogo... Mas, aos 30 minutos o jogo ficou decidido: penalty, e expulsão do Dabó... A única dúvida que ficou, foi: quantos são?! Foram 4, porque o Benfica também não forçou muito... Repetindo assim o resultado do Campeonato, num jogo com o mesmo placar, mas com uma história mais complicada!!!
Deu para ver bons pormenores do Guedes (ainda algum irregular, como seria de esperar...), o Rui Fonte a mexer-se bem, num esquema de dois avançados, que ele não está rodado... Mas quem esteve com a rotação toda, foi como sempre o Maxi: até parece que ficou ainda com mais fome de bola, após o castigo!!! O Sulejmani fez um 1.º tempo razoável, mas com alguma falta de ritmo, no segundo tempo, o Benfica esqueceu-se de jogar pela esquerda!!! O Derley voltou a demonstrar as suas qualidades e as suas limitações, deu muito trabalho aos Centrais, muito físico, fez uma assistência... mas falta-lhe alguma coisa, no momento do remate.
Mas para mim os homens do jogo, foram os dois centro-campistas: Cristante e Pizzi. O jogo 'ajudou', mas acabaram por estar muito bem na distribuição de jogo... Contra 10 tiveram mais espaço, é verdade, no 2.º tempo só tinham olhos para o Salvio (!!!), mas tanto na pressão alta, recuperando logo a bola, como nos passes médios e longos tiveram bem... Apesar do Pizzi ter participado, nos 4 golos, acabou por cometer ainda alguns erros... o Cristante foi mais consistente, raramente (ou nunca) falha um passe, mas isso ficou logo na retina, mal deu os primeiros toques com a camisola do Benfica... agora, em termos de agrssividade defensiva, evoluiu muito, e se não fosse o 'zelo' do árbitro nos primeiros minutos, o Cristante terminaria este jogo, com uma quantidade considerável de recuperações de bola, em zonas perigosas!!!
Ao intervalo, os miúdos saíram: o Salvio precisa de minutos, o Guedes acabou por ser o sacrificado; enquanto o Rui Fonte, fez os primeiros minutos após 1 mês e meio parado devido a lesão. O Toto foi quase obrigado a marcar um golo, foi muito solicitado, algumas más decisões, mas acaba sempre por desequilibrar... O Jonas, também marcou o golo da ordem, mas hoje entrou algo complicativo, a meio do segundo tempo, lá começou a abrir o 'livro'...
Quando parecia que finalmente o 'estaleiro' estava a ficar desanuviado, nova lesão de um Central: César. Parece que o Luisão vai estar apto para os Barreiros, mas não deixa de ser preocupante, até porque o Girafa, já está de fora, desde do jogo no antro da Corrupção...
O Bruno Esteves lá marcou um penalty claro a favor do Benfica... coisa rara. Mesmo assim ainda ficou outro, sobre o Derley!!! E neste lance 'caricato' sobre o Jonas (em cima na foto), também não marcou nada!!!

PS: Muito cuidado para a nomeação do Xistra para os Barreiros. É sinal de desespero... Só um Benfica muito competente, vai conseguir agarrar os 3 pontos na Madeira.

Algo 'enferrujados', mas com uma vitória...

Benfica 34 - 26 Belenenses

Após cerca de 1 mês de paragem o Campeonato regressou!!! Entre férias de Natal e Selecções, tivemos um interregno demasiado grande. E notou-se no ritmo da equipa, principalmente no 1.º tempo fomos demasiados passivos... e logo esta equipa, que na 1.ª metade do Campeonato se notabilizou exactamente pela agressividade que colocava nas partidas.
Sofrer 16 golos na 1.ª parte, é indicador suficiente, para provar a apatia defensiva. Até porque no ataque acabámos por marcar 17 golos, em cada metade!!!
Destaco a disponibilidade sempre positiva que o Flávio Fortes mete no jogo... Tivemos também o regresso do Carneiro após lesão. Mas a grande novidade foi a estreia da nova contratação, o internacional Espanhol Asier António. Neste jogo, não gostei, esteve pouco activo... mas com mais ritmo e entrosamento, poderá ser importante a jogar como Central na fase defensiva, e poderá dar alguns minutos de descanso ao Zé Costa, no ataque, como Pivot. Como é óbvio um jogador que já foi internacional Espanhol, tem que ter qualidades, mesmo numa fase descendente da sua carreira... E o Benfica estava a precisar de centímetros a defender, mas vai ter que espevitar mais...!!!

PS: No Dakar o Paulo Gonçalves, depois de ontem ter ganho bastante tempo ao Coma, hoje perdeu cerca de 2 minutos. Amanhã deverá o dia decisivo. Sem nenhum problema mecânico, o 2.º lugar deverá estar garantido, mas o 1.º lugar está mesmo ali... Com toda a equipa da Honda a trabalhar para o Paulo, temos que ter esperanças...

O valor da estabilidade

"Uma exibição categórica e serena, a do Benfica no sábado. Tal como há um ano, diante do Porto. Em ambas celebrando Eusébio. E homenageando o número 13 (da sua camisola nacional) ao 13.º minuto, com golos que sempre foram o alfa e o ómega do seu inigualável virtuosismo. Há um ano com Rodrigo, este ano com Jonas.
O Benfica jogou apenas com dois jogadores dos que, há um ano, derrotaram categoricamente o rival: Gaitán e Lima. Entre saídas, castigos e lesões não jogaram Luisão, Maxi, Siqueira, Garay, Enzo, Matic, Salvio, Markovic e Rúben Amorim! Jogou agora um quarteto defensivo e um pivô que, há um ano, seriam todos suplentes. Ter o mesmo treinador à frente da equipa há 6 épocas tem sido decisivo para superar essa situação. Afinal, algo de - passe o forçado neologismo - manchesterismo-united, que foi o símbolo universal da estabilidade como elemento patrimonial de coesão e de eficácia colectiva. No clube inglês, saiu Ferguson e tudo ficou pior com a, de todo inabitual, dança de treinadores.
O futebol é também pródigo em situações aparentemente imprevisíveis ou menos explicáveis. É que mesmo desfalcada, por múltiplas razões, a defesa do Benfica só sofreu golos em 5 dos 16 jogos da Liga. Não sofre golos para a Liga há 6 jogos, 4 dos quais sem Luisão. Teve que adaptar um utilíssimo polivalente, André Almeida, a quase todos os lugares excepto guarda-redes. E, como sói dizer-se, se os jogos (e as exibições) se conseguem com excelentes ataques, só com defesas sólidas se ganham competições longas. E que tal é possível quando um conjunto é superior à soma das partes. Este é um dos grandes méritos de Jorge Jesus."

Bagão Félix, in A Bola

A diferença que faz

"É tentador pensar que um guarda-redes se avalia pelo número de defesas extraordinárias que faz. Julgo tratar-se de um equívoco. Um grande guarda-redes vale não tanto pelo que defende, mas pelo que não chega sequer a precisar de defender e o que oferece tacticamente à equipa. É precisamente isto que faz de Júlio César, aos 35 anos, um extraordinário guarda-redes, à medida de um clube grande.
Talvez valha a pena recuar à temporada transacta ou ao inicio desta para se perceber o que está em causa.
O ano passado, por esta altura, depois de um jogo sofrimento em Olhão, uma lesão providencial de Artur afastou o brasileiro da baliza e deu, finalmente, a titularidade a Oblak. O Benfica, com a mesma defesa, baixou drasticamente o número de golos sofridos, ao mesmo tempo que o esloveno não fazia mais do que um par de defesas por jogo. Com Artur, a equipa termia que nem varas verdes, recuava no terreno e os defesas só em último recurso atrasavam a bola ao guardião. Oblak acabaria por se revelar decisivo ao tranquilizar a equipa. Este verão, a saga regressou, ao ponto de o Benfica ter dado literalmente dois pontos em casa ao Sporting, apenas porque a equipa não podia confiar no guarda-redes.
Tudo isto se tornou, de novo, mais claro com a titularidade de Júlio César. Com a chegada do internacional brasileiro, a defesa tranquilizou-se, pôde avançar no terreno vários metros e, acima de tudo, o guarda-redes ofereceu um controlo da profundidade notável. Já no ocaso da carreira, talvez Júlio César não seja um guardião tão espectacular a defender como Oblak, mas com ele o Benfica ganha um jogador na primeira fase de construção. Com a bola os pés, Júlio César distingue-se pouco dos defesas centrais.
A diferença que faz num clube grande um guarda-redes tacticamente maduro, tranquilo e que sabe jogar com os pés."