segunda-feira, 17 de agosto de 2015

É irreversível. Mas seria inevitável?

"Provavelmente, haverá surpresa apenas na velocidade vertiginosa a que se degradaram as relações de Jorge Jesus com o universo Benfica.

Quando decidiu trocar a Luz por Alvalade, Jorge Jesus sabia que iria passar a ser um dos mal-amados de estimação do Benfica. A lei de uma rivalidade com 109 anos assim o impunha, e os adeptos encarnados nunca lhe perdoariam a deceção de o verem de leão ao peito. Jesus, ao longo de seis anos intensos na Luz, criou uma ligação emocional ao clube que muitos julgaram ser suficiente para não fazer a desfeita de se passar para a concorrência. Porém, quem assim pensou, enganou-se e Jorge Jesus, menos de seis meses depois de se declarar «apaixonado» pelo Benfica (mais uma vez se provou que o amor é eterno enquanto durar...) decidiu dar um novo rumo à sua vida profissional. Esta circunstância seria suficiente para criar um fosso afectivo profundo, quiçá intransponível, entre o agora treinador do Sporting e os adeptos benfiquistas.
Todavia, a forma que Jesus escolheu para fazer a sua afirmação verde-e-branca, acelerou exponencialmente a degradação dos elos remanescentes com o outro lado da Segunda Circular. Para além da questão dos SMS - ou o Benfica mostra provas ou perde esta guerra em toda a linha, com danos inclusivamente no balneário, que fica sob a suspeição da devassa - Jesus, ao seu estilo, é certo, nada que não o tenhamos visto fazer com Manuel Machado, por exemplo, disparou violentamente contra Rui Vitória, a propósito de, alegadamente, nada ter mudado no Benfica, excepto o pormenor de na Luz já não morar o cérebro.
Como na maior parte das coisas relacionadas com o futebol, a opinião pública dará razão, nesta demanda, ao vencedor, àquele que tiver mais sucesso dentro das quatro linhas. Se Jesus falhar no Sporting e Rui Vitória vingar no Benfica, o primeiro será um arruaceiro e o segundo um senhor; se acontecer o contrário, Jesus passará a arguto líder e de Vitória se dirá que não tinha vida para aquilo.
Quer isto dizer que Jesus levou a discussão para o patamar mais elevado - o do confronto directo - e, mesmo que não queira, Rui Vitória já está envolvido numa guerra que não desejou.
Depois de mim o dilúvio, parece ser o mote da estratégia de Jorge Jesus para o Benfica. Para já, as incursões no balneário encarnado revelaram que o treinador do Sporting conhece, como ninguém, onde atacar. Mas será que, na Luz, alguém estará surpreendido?


Toda a gente viu o contrário. O que quer Jesus?
«A equipa de arbitragem [no jogo Tondela-Sporting] esteve muito bem e decidiu sempre bem.»
Jorge Jesus, Treinador do Sporting
A equipa de arbitragem liderada por Carlos Xistra cometeu dois erros graves, que acabaram por dar dois golos, um para o Tondela, outro para o Sporting; e em relação a isso a doutrina é perfeitamente pacífica. Jesus também o sabe. Por isso só pode causar estranheza a forma como se referiu ao mérito de Xistra e companhia em Aveiro. Gato escondido com estratégia de fora?

(,,,)
Duque
Pedro Proença
Mesmo que não tenha estado na base do problema, é ele que deve resolvê-lo. Estou a falar da peregrina ideia de transformar os fotojornalistas presentes nos estádios onde se joga a liga portuguesa em placards publicitários ambulantes. Uma estupidez, ao arrepio do que consigna o estatuto de carreira...
(...)

Barcelona tomou um banho de humildade
A arrogância do Barcelona sofreu duro golpe com a goleada em Bilbau na primeira mão da Supertaça de Espanha. Ninguém duvida da força do futebol 'balugrana', mas a forma panfletária como celebram os triunfos e exaltam os seus heróis, como se o resto do mundo não existisse, merece, de quando em vez um 0-4!
(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

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