"Chegou a ser a mais importante competição desportiva planetária, logo atrás dos Jogos Olímpicos e do Campeonato do Mundo de futebol. Mas o flagelo do doping tirou-lhe credibilidade, reduziu-lhe a projecção e a prova perdeu encanto, principalmente para quem, nos anos 90, testemunhou episódios de autêntica farsa e, mais tarde, já em pleno século 21, venerou um batoteiro que encarnou na perfeição o papel de super-herói.
A Volta a França em bicicleta, que hoje se inicia com um prólogo mais longo do que o habitual, tem agora condições para reviver a magia e o glamour de um passado já longínquo. Face à categoria dos ciclistas que compõem o pelotão e do próprio traçado da prova - que até reservou a escalada do Alpe d'Huez para o dia anterior à consagração nos Campos Elísios -, a edição de 2015 poderá muito bem tornar-se na mais competitiva e espectacular das últimas décadas, recuperando o Tour o prestígio que, indiscutivelmente, merece.
Raras são as modalidades capazes de reunir, durante três semanas, atletas da craveira de Contador, Nibali, Froome e Quintana e de disporem ainda de Rodríguez, Pinot, Péraud, Bardet, Van Garderen, Valverde, Porte e, claro, Rui Costa à espreita de se intrometerem entre os favoritos e, consequentemente, na discussão de um lugar no pódio. Para os espectadores portugueses, o Tour deste ano terá, assim, um atractivo muito especial. O campeão do Mundo de estrada, em 2013, e campeão nacional, no último fim de semana, nunca surgiu tão preparado para uma prova deste nível. Se tudo correr bem, não veremos certamente Rui Costa atrás do objectivo menor das vitórias em etapas de média montanha. Vamos ter, isso sim, o poveiro, tal como demonstrou no Dauphiné, a bater-se pela classificação geral."
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