sexta-feira, 20 de março de 2015

Sagrado coração de Jesus

"Passaram Javi Garcia, Matic e Fejsa, mais Ramires, Witsel e Enzo. Eis, agora, Samaris e Pizzi nas mãos do artesão da Luz.

O Benfica teve Javi Garcia, depois teve Matic, depois julgou que teria solidamente Fejsa. Teve, ali mesmo ao lado de cada um daqueles, Ramires, depois Carlos Martins ou Rúben Amorim, a seguir Witsel e nos últimos anos Enzo Pérez. De todos eles, resta apenas Rúben Amorim, e nem sempre disponível, se considerarmos que Fejsa ainda continua à espera de saber se conseguirá (e oxalá consiga, naturalmente) voltar a ter condições para discutir um lugar na equipa principal após tantos meses afastado pelas graves lesões nos joelhos.
Quer isto dizer que Jorge Jesus tem tido, realmente, a necessidade permanente de reconstruir o chamado coração da equipa, estabilizada, mais coisa menos coisa, na defesa - mesmo alterada, esta época, em mais de 50 por cento se incluirmos o guarda-redes - e no ataque, suportado pela incrível capacidade colectiva de Gaitán, Salvio e Lima, desta vez verdadeiramente reforçados pela genialidade e inteligência de Jonas.
Desta vez Jesus pegou nas peças do seu lego e, aos poucos, foi procurando um coração novo para a equipa. Demorou tempo porque essas coisas precisam sempre de tempo, mas eis que o treinador do Benfica apresenta Samaris e Pizzi que, não sendo, claro, Matic e Enzo, foram, na minha opinião, os melhores em capo há 8 dias, com o Braga.
O treinador do Benfica é mesmo um artesão do futebol.

Parece não haver qualquer dúvida, nesta altura, sobre a intensa luta que Benfica e FC Porto vão ter de continuar a travar na corrida ao título de campeão do futebol português. É, pelo menos, essa a expectativa, naturalmente quebrada no fim de semana em que eventualmente venha a aumentar a distância entre os dois rivais. Pode, pelo contrário, suceder que seja o FC Porto a aproximar-se do campeão em título e nesse caso a luta será titanicamente travada nestes dois meses que restam de campeonato.
Benfica e FC Porto jogam os dois este sábado em campos tradicionalmente difíceis, o Benfica em Vila do Conde frente a um Rio Ave ferido pela classificação talvez abaixo da expectativa, e o FC Porto na Madeira, a ter de medir forças com um Nacional provavelmente atingido pela mesma sensação da época um pouco menos conseguida do que seria de esperar. Benfica e FC Porto que se ponham, pois, a pau. Estão proibidos de se distrair.
(...)"

João Bonzinho, in A Bola

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