"Os dias e horas que antecederam o derby foram um amontoado opinativo que, profusamente e com sapiente pretensão, nos convidou a ler o que havia de ser o jogo. No sábado e domingo, nem o zapping nos libertava de canais (todos) em infindáveis explanações ad nauseam, acompanhadas do tão habitual, como abominável lote de pseudo reportagens cheias de nada para encher o tempo em jeito de salsicha. A provável vitória do Sporting era a linha dominante nos editoriais e previsões, roçando, não raro, a falta de distanciamento que importa preservar no jornalismo profissional. Não direi que, neste cacharolete editorial, os leões tivessem sido levados ao colo (sempre são leões... pesados) para um embalo vitorioso, mas andaram lá perto. Houve até jornais de serviço para desestabilizar o Benfica que, em tempo de vésperas, escreveram sobre falsas exigências de Jorge Jesus para renovar o contrato.
Mas, finalmente, chegou o que interessava: o jogo. E aí, foi (quase) tudo ao contrário do que se vinha dizendo e comentando. Que seria um jogo escaldante. Não foi. Que o Sporting iria entrar de rompante. Não entrou. Que o Benfica iria jogar para ganhar. Não jogou. Que Jorge Jesus estava a fazer bluff com a lesão do Gaitán. Não estava. Que desta vez o técnico encarnado não iria inovar, como o fez em anteriores situações com insucesso. Inovou. Que a tenrinha defesa do Sporting iria permitir oportunidades aos experientes Lima e Jonas que juntos somam 61 anos. Não permitiu. Que Artur iria ser o elo mais fraco do Benfica? Não foi. Que o fim do blackout leonino anunciado horas antes do jogo era uma decisão de mestre. Não foi."
Bagão Félix, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!