"Durante as últimas semanas, assistimos a quase tudo o que o mundo do futebol tem de mau. Começamos a ver o Benfica perder em Paços de Ferreira num jogo em que poderia ter goleado. Um penálti nos momentos finais quase deu origem a festa no Marquês e na Avenida dos Aliados. Parecia que o Campeonato tinha chegado ao fim e que uma derrota no estádio da Capital da Móvel tinha dado três pontos ao Paços, sete ao segundo classificado e oito ao terceiro.
Na semana que se seguiu, não faltaram os profetas da desgraça a anunciar o fim da linha. Para além dos anti-Benfica - aquela tribo primitiva que, na vida como no desporto, fica mais feliz com a desgraça dos outros que com as suas vitórias - logo apareceram os oportunistas. São aqueles adeptos do Benfica - serão? - que sempre saem na comunicação social quando o clube perde. Os seus contactos telefónicos estão sempre à mão para encher páginas e fazer favores.
Depois veio o Boavista, a equipa que chegou à divisão principal por obra e graça dos tribunais depois de ter andado anos envolvida em falcatruas, negócios mal explicados e compadrios que só não deram condenação porque Vigo fica perto da fronteira e Gondomar já foi terra de ninguém.
Para aquecer o dérbi vieram as capas de jornais com as exigências de Jesus e as deficiências de Artur. Da outra equipa, quase não se falava a não ser para elogiar. Esqueciam-se os murais pichados e as tarjas ofensivas, péssimos exemplos de ambos os lados. Quase a terminar o jogo, veio a festa antes da hora. Durou pouco mais de cinco minutos a alegria, o normal para aqueles lados. Olé!"
Ricardo Santos, in O Benfica
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