sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Murro no estômago

"Os cerca de quarenta anos que levo a ver futebol ensinaram-me uma máxima, segundo a qual, uma grande equipa pode perder jogos decisivos contra outra grande equipa, uma grande equipa pode até perder jogos não decisivos contra equipas menores, mas uma grande equipa jamais poderá perder jogos decisivos contra equipas que não são da sua igualha. Na Mata Real, o Benfica – que nas semanas anteriores havia justificado o epíteto de “grande equipa” – falhou na resposta a essa equação. As pessoas ligadas directamente futebol (jogadores, treinadores, dirigentes, etc) encontrarão explicações para este tipo de acontecimento. Muitas dessas explicações resumem-se à simples e batida frase “é futebol”. Para o adepto comum, mesmo o mais atento (como, perdoem-me a imodéstia, creio ser o meu caso), as coisas não são assim tão fáceis de entender. E muito menos de digerir.
Em Paços de Ferreira, a nossa equipa desperdiçou uma oportunidade soberana para quase colocar uma pedra sobre este importantíssimo campeonato. Não o fez, e se as consequências na moral dos jogadores 'encarnados' estão ainda por aquilatar, já quanto à moral dos principais adversários na luta pelo título, tenho, neste momento, poucas dúvidas: esta generosa derrota recuperou o ânimo do FC Porto, e reforçou fortemente o do Sporting.
Dito isto, importa não chorar mais sobre o leite derramado. Importa, sobretudo, olhar para os próximos jogos com redobrada atenção, e redobrada vontade de vencer. Continuamos na frente, com uma vantagem ainda considerável, e não deixámos de ser os principais candidatos ao título.
Este sábado, diante do Boavista, temos nova 'final'. É imperioso vencer, para afastar fantasmas, e repor uma certa ordem na história deste campeonato. É importante que os adeptos esqueçam rapidamente a frustração da passada segunda-feira, e voltem a focar-se no apoio a uma equipa que, ainda assim, continua a realizar uma temporada bastante acima das expectativas iniciais.
Perdemos uma batalha, mas estou seguro de que venceremos a guerra."

Luís Fialho, in O Benfica

1 comentário:

  1. A forma como se abordou o jogo e sobretudo, aquele período d uns 20 minutos na segunda parte, de total equilíbrio, se que o "mestre" tivesse feito alguma ubstituição, parec-me, mais uma vez, demonstrativo da falta de "estofo" do "conducator" para momentos decisivos. E agora, temos uma equipa que vai trazer dois autocarros. E o JJ, temo muito, não vai ter antídoto, como quase nunca o teve com equipas assim. Mas também já não aprende!

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