segunda-feira, 5 de maio de 2014

Os três trabalhos de Jorge Jesus

"O treinador do Benfica tem em agenda um desafio que poucos enfrentaram: preparar uma equipa para três finais em 11 dias.

O Benfica inicia na próxima quarta-feira, em Leiria, uma caminhada que pode levá-lo a um cume nunca antes atingido. No limite, os encarnados jogam para vencer tudo, proeza jamais escrita no livro de honra da Luz.
Há um ponto em comum entre as três finais que a equipa de Jorge Jesus tem de disputar entre 8 e 18 de Maio: o favoritismo. Esse é o primeiro inimigo que o Benfica deve combater, se quiser levar a sua nau a bom porto. Bastará que os jogadores e técnicos encarnados se recordem da última passagem pelo Jamor para captarem o sentido do que acabei de escrever.
O segundo inimigo é a confusão: se o Benfica jogar a final de Leiria a pensar na final de Turim e a final de Turim a pensar na final do Jamor, arrisca-se a dar-se mal. Isto não invalida que Jorge Jesus, até pelos castigos, separe as águas. Mas - num caso como este, pouco visto até em termos internacionais, de tantas decisões em tão pouco tempo - a clareza e a concentração para cada objectivo são absolutamente fundamentais.
Além dos inimigos, já identificados, há os adversários, Rio Ave e Sevilha, duas equipas diferentes, mais cerebral e organizada a turma de Vila do Conde, mais na base da alma e do coração a turma andaluza. Uma e outra sem deverem nada a ninguém no caminho para as finais onde terão o Benfica como adversário.
Jorge Jesus, ao longo da época (especialmente em 2014), tem mostrado mestria na gestão de cada partida. A ver vamos como se aguenta perante o supremo desafio que é ter três finais em 10 dias...

(...)

E os Italianos encarregaram-se de responder-lhe
«Se calhar a estratégia do Benfica de se queixar muito antes do jogo acabou por resultar. Acho que o árbitro não esteve à altura do jogo...»
António Conte, treinador da Juventus

ONTEM, perante a derrota da Roma em casa do Catania, António Conte celebrou, mesmo sem jogar, o tricampeonato como técnico da Vecchia Signora, que teve um discurso patético depois de ter sido eliminado pelo Benfica e foi criticado, sem dó nem piedade, pelos media italianos, que acharam que não esteve à altura da Juve.

(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

Parabéns...

"O Benfica volta a estar na final de uma competição europeia ultrapassando com classe a poderosa Juventus.
O jogo de Turim foi de enorme exigência sendo este empate um dos mais saborosos da história do Benfica.
Jogou com 10 desde o minuto 66, por expulsão de Enzo, e terminou com 9 em campo após a lesão de Garay.
O Benfica precisou de ser muito competente para chegar à final de Turim.
Coesão, garra e determinação foram fundamentais para o sucesso que pode transformar o actual momento numa época de sonho onde já conquistou o título nacional e tem três finais para jogar.
Saber sofrer é uma virtude extraordinária. É isso que tem acontecido numa impressionante e inesquecível época desportiva. Este sucesso desportivo também contribui para que Portugal ganhe prestígio internacional no futebol.
Já aqui escrevi sobre Luís Filipe Vieira, Jorge Jesus e Luisão e o seu papel na vitória do campeonato. Hoje acrescento o nome do jovem Oblak que fez uma exibição soberba mostrando coragem e segurança não dando qualquer hipótese aos avançados da Juventus.
O presente mês de Maio vai ser certamente de enorme intensidade para as águias de Jesus. Se não, vejamos: na quarta-feira joga em Leiria a Taça da Liga; no dia 14 vai a Turim discutir a Liga Europa com o Sevilha; e poucos dias depois, mais concretamente a 18 de Maio, joga no Jamor a final da Taça de Portugal frente ao Rio Ave.
Poderá ser uma época de sonho vencendo no mesmo ano um conjunto significativo de troféus nacionais e internacionais.
Ficará na história o ano de 2014, marcando de forma indelével os protagonistas do sucesso. Podem ser mesmo considerados heróis.
Parabéns."

Hermínio Loureiro, in A Bola

270 minutos

"O Benfica tem pela frente duzentos e setenta minutos de finais. Como escreveu Miguel Zamora «sem fé, o futuro era uma ilusão»!


1. Hoje, à tarde, o Estádio da Luz viverá, no fervor legítimo das suas bancadas bem coloridas, o seu penúltimo jogo oficial da presente época desportiva. Mas o último que envolve o Benfica. Com transmissão natural na Benfica TV. O campeão voltou! E acolherá um Vitória de Setúbal bem liderado por José Couceiro e com um conjunto de jogadores, bem jovens, que merecem particular atenção e acrescido respeito. E veremos, desde já, e na sua envolvência, um conjunto significativo de alterações que preparam o ambiente para a realização, no centenário da nossa Federação, da final da Liga dos Campeões. O jogo que encerra a época. De hoje a vinte dias Lisboa será a capital do futebol europeu e a montra global da indústria, bem capitalista, do futebol mundial. Os dois grandes clubes de Madrid arrastarão a Lisboa milhares de adeptos. Por terra e pelo ar. E pelos carris! E nós teremos o gosto e a satisfação de acolher Cristiano Ronaldo e Pepe, Bale e Diego Costa e, em particular, dois nomes que o mundo benfiquista não esquece e que são Fábio Coentrão e Tiago. Nas próximas duas semanas o Estádio da da Luz passará a ser o Estádio da UEFA. É uma honra para o Benfica, para a nossa Federação e para Portugal! Mesmo que alguns intelectuais não gostem nem de futebol nem das suas tertúlias. Como nós poderemos não gostar, ou estar cansado, das suas repetidas afirmações!


2. Mas o Benfica tem pela frente duzentos e setenta minutos de finais. Como escrever Miguel Zamora «sem fé, o futuro era uma ilusão»! Tenho fé nestes noventa vezes três. Nestas três finais que nos esperam. Duas em Portugal. E ambas contra o mesmo adversário, o Rio Ave. A primeira decorrerá já na próxima quarta-feira em Leiria e nela estará em causa a conquista da Taça da Liga. Taça que o Benfica sempre respeitou e que merece continuar no calendário desportivo português. Só merece mais carinho e, logo, ser apetecível para os potenciais patrocinadores. A segunda final decorrerá no emblemático Estádio Nacional. Será de hoje a quinze dias. E com os primeiros minutos a serem transmitidos pela RTP a preto e branco. Recordando outros tempos do futebol. E acompanhado o centenário da Federação Portuguesa de Futebol. E dando sinal que o mundo mudou. É que eu sou filho de uma televisão que era única. Era à sua volta que se reunia a Família e assistia, em conjunto, aos programas. Fui criança com a televisão a preto e branco e assisti à guerra do Vietname, à chegada do homem à Lua, à presença de Portugal no Mundial de 66 e às duas primeiras finais europeias do Benfica. Eu cresci e comigo cresceu a televisão. Mais tempo de emissão. Outro canal, primeiro o dois. De preto e branco passou a cores. Deixou de ser única e passou a ser múltipla. Canais privados. Canais temáticos. Canais de todo o mundo. E, agora, até programamos o nosso tempo de televisão. O que significa, na linha de uma frase célebre de Barak Obama que, sim, nós pudemos. Frase que deu lugar a uma canção interpretada pelos Black Eyed Peas e que, de certa forma, - assumo a ousadia! - representou o caminho do Benfica nos últimos meses. Caminho que envolveu humildade - reduzindo a euforia - sofrimento, convicção, paixão, fidelidade a um modelo e sentimento de equipa. E é este caminho que nos trouxe de Turim e que nos levará, no próximo dia 14, de novo, à bonita cidade que chegou a ser, no final do século XIX, capital de Itália. Ali fomos felizes, muito felizes, na quinta-feira passada. Com sofrimento como vimos em Garay. Com fidelidade a um modelo com sentimos no momento da expulsão de Enzo Pérez. E com a convicção que irradiava de Luís Filipe Vieira ao arranque do jogo: «Acreditai que voltaremos a este Estádio neste mês!» Ali regressaremos. Com ânimo. Para disputar, frente a um Sevilha com a fúria da Andaluzia espanhola, a final da Liga Europa. Para desgosto, com insultos, de alguns furiosos adeptos da Juventus. Como bem senti na passada quinta-feira, perto das onze da noite, em Turim! Mas logo a seguir reli uma reedição de um livro de Tim Parks que nos relata a Itália através do futebol. Dos seu calcio! Que relato!

3. O Benfica desta época, mesmo faltando estes duzentos e setenta minutos - sem prolongamentos! - é um dos exemplos da tripla liderança. Liderança do seu Presidente. liderança do seu treinador. Liderança dos seu capitão. Liderança, individual, liderança de equipa e liderança organizativa. Aquilo que em termos empresariais determina, e impõe, o fluir, o in-fluir e o con-fluir! O que nos leva a Menandro quando escreveu que «quem tem vontade, tem força»! Muita força!

4. (...)"

Fernando Seara, in A Bola

Amorim, o Nené do século XXI

"Há um instante do jogo de Turim que definiu tudo: Amorim avançou cinco metros. Nem precisou de tocar na bola para decidir a eliminatória.

ERA adolescente quando comecei a ouvir a frase que ficou encostadinha aos meus tímpanos durante anos e anos: Nené é muito bom a jogar sem bola. Demorei a perceber o que era, exactamente, jogar sem bola, sobretudo porque via Nené a marcar golos atrás de golos, logo a jogar pouco sem bola e muito com ela. Mais tarde, claro, percebi. Era, no fundo, não precisar da bola para enganar um adversário, deslocar um outro ou abrir espaços na defesa para outros marcarem. Para mim, portanto, Nené passou a ser craque: marcava golos como poucos e, sem bola, era considerado um dos maiores. Lembrei-me dele (como se fosse possível esquecê-lo) há três dias, pouco antes das 22 horas de quinta-feira. Pirlo recebeu a bola sobre a esquerda e, instantes antes de a cruzar para a área, Pogba estava em jogo. Quem o colocava em posição regular? O Nené do século XXI: Rúben Amorim. Entre o momento em que Pilro recebeu a bola e a cruzou, passaram décimos de segundo: um, dois, três, não consegui contabilizar. Mas Amorim, apesar de cansado física e mentalmente, fez o que se tornaria decisivo: avançou cinco metros e colocou Pogba em fora-de-jogo. Na sequência, Osvaldo marcou, mas o 1-0 foi invalidado. Houve grande Oblak em Turim, houve enormíssimos Luisão e Garay e houve o movimento de Rúben Amorim, muito bem a jogar sem bola. É um exagero, claro, mas para mim Rúben Amorim é o Nené do século XXI.

(...)"

Rogério Azevedo, in A Bola

Bicampeões

Benfica 3 - 1 Fonte do Bastardo
25-22, 22-25, 25-16, 25-23

É o primeiro Bicampeonato da história do Voleibol Benfiquista, este facto, é suficiente para demonstrar a importância do título conquistado esta tarde.
Só vi o início da partida (1.º set... depois tive que me fazer à estrada...), e muito sinceramente não gostei!!! A equipa pareceu-me demasiado nervosa, e com muitos erros não forçados... Mas o mais importante, é a vitória. Depois de uma época de total domínio, seria de uma injustiça tremenda, a não conquista do Campeonato. Este formato da competição não ajuda nada, mas a equipa parece que se põe a jeito...!!!
Este ano voltámos a ter algumas lesões durante a época (menos que o ano passado), mas na fase decisiva ficámos com praticamente todo o plantel disponível...
Se mantivermos os nossos principais jogadores, creio mesmo, que temos quase a obrigação de 'tentar' as competições europeias. O plantel merece, e não creio que exista conflitos de calendário, o único problema será os custos financeiros... mas repito o plantel merece.
Internamente, para o ano creio que o grau de dificuldade vai aumentar, porque suspeito que os problemas financeiros que impediram os caloteiros do Sp. Espinho, de formar uma equipa forte no início da época, vão desaparecer...!!!

PS: Parabéns ao Flávio, que depois de várias épocas, a representar o derrotado na Final, desta vez, acertou!!!

Descompressão...

Benfica 1 - 1 Setúbal

Era expectável que o jogo de esta tarde, fosse encarado como um jogo treino/festa... Tinha consciência, de que estes ambientes de euforia não são bom conselheiros, só desejo que a descompressão que hoje foi evidente, não tenha efeitos nas próximas Finais, começando na próxima Quarta em Leiria com o Rio Ave.
O resultado até acaba por ser justo, demos demasiadas abébias, mas depois do 1-0, podíamos ter 'morto' a partida, com alguns falhanços escandalosos...
Nem num jogo a feijões, o Duarte Gomes, disfarça a incompetência/vontade em demonstrar que não é Benfiquista!!!
Tenho pena que o Djuricic continue a desperdiçar todas as oportunidades que o Jesus lhe tem dado!!! O Cardozo continua completamente fora de forma, sem confiança, e mais lento do que é habitual(!!!)... hoje, apesar da festa (perdoaram quase tudo...), conseguiu mesmo assim, irritar os adeptos!!!
O André Gomes marcou um excelente golo (curiosamente assistência do Cardozo!!!), porque foi agressivo na jogada, objectivo, e notou-se que após o golo, manteve essa agressividade positiva. Basta manter esta filosofia, durante 90 minutos, e será um enorme jogador... Apesar do individualismo em excesso gostei de ver o Salvio a fazer os 90 minutos, depois de braço partido, e dos dias que passou sem se treinar, demonstrou hoje que podemos contar com ele, nas 3 Finais que faltam... Parabéns ao Paulo Lopes pela estreia no Campeonato, excelente exibição, e com bastante trabalho. Espero que o Maxi ainda tenha combustível na Quarta!!!
Este jogo, em momentos, pareceu-me a Final do Jamor do ano passado!!! Este tipo de descompressão mental, quando ainda temos objectivos pela frente, pode ser perigosa... Quando for preciso, voltar a jogar a 'sério' as pernas podem não responder!!! Espero que ninguém se esqueça disso dentro da equipa... o facto de amanhã haver treino às 10 da matina, é bom sinal...!!!

PS: Alguém tem de me explicar muito devagarinho, como é que num jogo a feijões, os jogadores do Setúbal sentiram a necessidade de fazer anti-jogo para garantir o empate!!! A mediocridade mental destes profissionais é extraordinária...