terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Regresso às vitórias...

Benfica 5 - 2 Candelária

Na véspera de recebermos os Corruptos, a vitória era obrigatória... O Candelária já não tem o plantel que tinha a alguns anos, mesmo assim devido aos últimos resultados, o jogo adivinhava-se difícil... Voltámos a não fazer uma grande exibição, mas pelo menos conseguimos marcar um golo de Livre Directo, algo raríssimo!!!

Lixívia 16

Tabela Anti-Lixívia:
Benfica......39 (-7) = 46
Sporting.....37 (-1) = 38
Corruptos...36 (+7) = 29
Braga.........23 (+2) = 21

Hugo Miguel é um exemplo vivo de como funciona o Sistema: incompetente, medroso, bajulador, 'frutado'!!! Aqui estão as características exigidas para se chegar a Internacional!!!
O primeiro jogo que apitou do Benfica, foi na Reboleira. E as coisas saíram-lhe mal, muito mal!!! O Benfica venceu, e Hugo Miguel ficou com a 'fama' de ter beneficiado o Benfica!!! Durante várias semanas, só se falou do jogo da Reboleira, onde teve o azar de marcar, no mesmo jogo, 2 penalty's a favor do Benfica, sendo que num deles, a falta foi cometida fora da área!!! Também não marcou um penalty contra o Benfica (bem, na minha opinião...), muito reclamado... E ainda permitiu um golo ilegal ao Estrela da Amadora (mas este pormenor, não interessa!!!). O barulho criado por este jogo foi tanto, que a carreira 'promissora' de Hugo Miguel, ficou em risco!!!
Passado alguns meses, voltou a apitar um jogo do Benfica. Um Benfica-Atlético de Madrid para a Eusébio Cup. Apesar de ter sido um jogo 'particular', foi aqui que a carreira do Huguinho começou a encarreirar!!! O Benfica perde por 0-1, golo de penalty, por uma falta 'duvidosa' do Miguel Vítor sobre o Aguero, mas a cereja em cima do bolo, foi uma descarada Mão na bola, dentro da área do Atlético, numa jogada com o Reyes, que Hugo Miguel fechou os olhos!!!
Com esta demonstração de subserviência, a carreira ficou lançada. Depois da derrota dos Corruptos em Barcelos (último jogo dos Corruptos apitado por Bruno Paixão), a conferência de imprensa do Vitinho lançou os dados... a vantagem de 5 poucos do Benfica era muito grande, era necessário rapidamente reduzir-la antes do famoso jogo da Luz, apitado pelo Proença!!! A primeira nomeação inquinada foi a do Jorge Sousa, para um Benfica-Nacional: não resultou, o Benfica goleou; mas depois tivemos o Xistra em Guimarães, após o congelador do Zenit; e logo a seguir levámos com o Hugo Miguel em Coimbra: os lances foram vários, mas aquele que ficou na memória de todos, foi o pontapé que o Aimar levou dentro da área da Académica, que foi transformado numa falta ofensiva!!!
A confirmação do estatuto de Internacional, foi confirmada na última jornada da época anterior, apitando o jogo que confirmou mais um Campeonato corrupto, ganho pelos Corruptos, com um extraordinário penalty, que não existiu, e que a existir seria fora da área, que ainda deu na expulsão de um jogador adversário...!!!
A carreira começou torta, mas endireitou-se... o estatuto de Internacional e agora de Profissional dá a esta gentalha, um rendimento legal, muito acima da média nacional... E isto sem contabilizar os envelopes frutados, e afins...

A 1.ª parte na Luz, até foi razoável... O erro principal (e foi do fiscal-de-linha), deu-se no 2.º golo do Benfica, onde o Rodrigo está mesmo em fora-de-jogo. No Estádio fiquei com dúvidas, porque não tinha a certeza de quem tinha sido o último toque: do Maritimista, do Markovic, ou menos do Rodrigo... creio que foi por isso, que nada foi marcado...
Ao intervalo deve ter sido informado do erro. Assim se explica ter passado toda a 2.ª parte a tentar compensar o erro!!! O penalty não assinalado sobre o Markovic foi o erro maior... mas, os erros foram muito mais. Só em lançamentos laterais 'trocou' 4, sempre em prejuízo do Benfica, e pelo menos um canto!!! Permitiu ainda uma disparatada discussão com o Gegé, central do Marítimo, isto depois de durante o jogo ter demonstrado um autoritarismo ridículo com os jogadores do Benfica... O critério na marcação dos contactos, nesta 2.ª parte foi tão torto, que permitiu à equipa com menos bola, e com menos ataques, ter beneficiado de praticamente o dobro dos livres junto da área do adversário...!!!
É que ficar com a fama (mesmo sem o proveito) de beneficiar o Benfica, pode ter um efeito devastador sobre a carreira de um árbitro, e o Hugo Miguel teve essa experiência logo no início da carreira, e só com muito esforço conseguiu alterar o quadro... veja-se por exemplo o Capela, que dos vários árbitros que tiveram erros, descarados, na época anterior, é o único que este ano tem sido afastado, dos jogos de elevado risco!!! Quando expulsou o Cardozo por ter dado o murro na relva, nada disto lhe aconteceu, bem pelo contrário...!!!
(Ainda sobre o golo do Rodrigo: a lei do fora-de-jogo tem algumas interpretações subjectivas, e um dos casos é nos ressaltos de bola:
Se um passe é efectuado, para um jogador em fora-de-jogo, mas a bola tabela, num defesa, considera-se fora-de-jogo na mesma, porque o toque no defesa foi um ressalto...!!! Se quando um defesa chuta uma bola, e esta tabela, num avançado, e vai ter com outro avançado em fora-de-jogo, marca-se sempre fora-de-jogo, isto apesar do toque do colega, ter sido um ressalto!!!
Neste caso, as repetições mostram mesmo que foi o Markovic a tocar na bola, mas estas situações de ressaltos não são claras, perante a lei...)

Em Arouca tivemos mais um Cosme Vintage!!! A expulsão com o 2.º amarelo do Tinoco é completamente absurda, ainda por cima num jogo jogado, num relvado naquelas condições... Se a falta cometida pelo Maurício logo nos primeiros segundos da partida, nem sequer foi marcada, como é que aquele agarrão, dá um 2.º amarelo?!!! Foi ainda mal assinalado um fora-de-jogo, perigoso, ao Arouca.
No canto, que dá o 1.º golo ao Sporting, a bola toca mesmo, na sola da bota do Nuno Coelho, é praticamente de raspão, mas toca... não acredito que o Cosme tenha visto o toque, mas por acaso até acertou... sendo que normalmente nestes casos de dúvida, os árbitros, para se protegerem, até costumam marcar pontapés de baliza, já que as consequências são potencialmente menores...!!!
ADENDA: Só um referência à vergonhosa actuação do Nuno Almeida, que a meio da semana, no Sporting-Marítimo para a Taça da Liga, não marcou 2 penalty's descarados contra o Sporting (ainda houve outro lance discutível, por Mão na bola, mas como não foi deliberado, até foi bem decidido), e perdoou a expulsão ao Rojo (que por acaso foi decisivo neste jogo em Arouca)... tudo isto com o silêncio ensurdecedor dos mérdia e claro dos Lagartos!!!
Já agora os Corruptos, para a Taça da Liga, com o Penafiel, também marcaram um golo em fora-de-jogo!!! Mais um... eles são tantos!!!

Os Corruptos, beneficiaram mais uma vez de alguma impunidade disciplinar, mas quando é só isso, já não é mau...!!! Gostava de ver outro guarda-redes fazer aquilo que o Helton fez ao Cardozo, só para ver a cor do cartão!!! Eu acho que o amarelo foi correcto, mas com outro...!!!

Em Braga, o Proença esteve bem ao não marcar penalty aos 83 minutos, na área do Paços...


Anexos:
Benfica
1.ª-Marítimo(f), D(2-1), Jorge Sousa, Prejudicados, (2-2), (-1 ponto)
2.ª-Gil Vicente(c), V(2-1), Paulo Baptista, Prejudicados, Sem influência no resultado
3.ª-Sporting(f), E(1-1), Hugo Miguel, Prejudicados, (0-2), (-2 pontos)
4.ª-Paços de Ferreira(c), V(3-1), Paixão, Nada a assinalar
5.ª-Guimarães(f), V(0-1), Bruno Esteves, Prejudicados, Sem influência no resultado
6.ª-Belenense(c), E(1-1), Jorge Tavares, Prejudicados, (2-0), (-2 pontos)
7.ª-Estoril(f), V(1-2), Manuel Mota, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8.ª-Nacional(c), V(2-0), Jorge Ferreira, Nada a assinalar
9.ª-Académica(f), V(0-3), Hugo Pacheco, Prejudicados, Sem influência no resultado
10.ª-Braga(c), V(1-0), Nuno Almeida, Prejudicados, Sem influência no resultado
11.ª-Rio Ave(f), V(1-3), Paixão, Nada a assinalar
12.ª-Arouca(c), E(2-2), Rui Costa, Prejudicados, Beneficiados, (3-2), (-2 pontos)
13.ª-Olhanense(f), V(2-3), Vasco Santos, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
14.ª-Setúbal(f), V(0-2), Paulo Baptista, Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
15.ª-Corruptos(c), V(2-0), Soares Dias, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
16.ª-Marítimo(c), V(2-0), Hugo Miguel, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado

Sporting
1.ª-Arouca(c), V(4-1), Rui Costa, Nada a assinalar
2.ª-Académica(f), V(0-4), Soares Dias, Beneficiados, Sem influência no resultado
3.ª-Benfica(c), E(1-1), Hugo Miguel, Beneficiados, (0-2), (+1 pontos)
4.ª-Olhanense(f), V(0-2), Benquerença, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
5.ª-Rio Ave(c), E(1-1), Xistra, Prejudicados, (2-1), (-2 pontos)
6.ª-Braga(f), V(1-2), Paulo Baptista, Nada a assinalar
7.ª-Setúbal(c), V(4-0), Duarte Gomes, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8.ª-Corruptos(f), D(3-1), Soares Dias, Nada a assinalar
9.ª-Marítimo(c), V(3-2), Bruno Esteves, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
10.ª-Guimarães(f), V(0-1), Paulo Baptista, Nada a assinalar
11.ª-Paços de Ferreira(c), V(4-0), Jorge Ferreira, Nada a assinalar
12.ª-Gil Vicente(f), V(0-2), Jorge Sousa, Nada a assinalar
13.ª-Belenenses(c), V(3-0), Hugo Pacheco, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
14.ª-Nacional(c), E(0-0), Miguel Mota, Nada a assinalar
15.ª-Estoril(f), E(0-0), Proença, Nada a assinalar
16.ª-Arouca(f), V(1-2), Cosme Machado, Beneficiados, Impossível contabilizar

Corruptos
1.ª-Setúbal(f), V(1-3), João Capela, Beneficiados, Impossível contabilizar
2.ª-Marítimo(c), V(3-0), Jorge Ferreira, Beneficiados, Sem influência no resultado
3.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-1), Rui Costa, Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
4.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Hugo Pacheco, Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
5.ª-Estoril(f), E(2-2), Rui Silva, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
6.ª-Guimarães(c), V(1-0), Proença, Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
7.ª-Arouca(f), V(1-3), Vasco Santos, Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Sporting(c), V(3-1), Soares Dias, Nada a assinalar
9.ª-Belenenses(f), E(1-1), Miguel Mota, Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
10.ª-Nacional(c), E(1-1), Xistra, Nada a assinalar
11.ª-Académica(f), D(1-0), Capela, Beneficiados, (2-0), Sem influência no resultado
12.ª-Braga(c), V(2-0), Paulo Baptista, Nada a assinalar
13.ª-Rio Ave(f), V(1-3), Bruno Esteves, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
14.ª-Olhanense(c), V(4-0), Hugo Miguel, Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
15.ª-Benfica(f), D(2-0), Soares Dias, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
16.ª-Setúbal(c), V(3-0), Hugo Pacheco, Nada a assinalar

Braga
1.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-2), Bruno Paixão, Nada a assinalar
2.ª-Belenenses(c), V(2-1), Xistra, Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Gil Vicente(f), D(1-0), Vasco Santos, Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Estoril(c), V(3-2), Capela, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Arouca(f), V(0-1), Marco Ferreira, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
6.ª-Sporting(c), D(1-2), Paulo Baptista, Nada a assinalar
7.ª-Nacional(f), D(3-0), Soares Dias, Nada a assinalar
8.ª-Académica(c), D(0-1), Benquerença, Beneficiados, Sem influência no resultado
9.ª-Rio Ave(c), D(0-1), Jorge Tavares, Nada a assinalar
10.ª-Benfica(f), D(0-1), Nuno Almeida, Beneficiados, Sem influência no resultado
11.ª-Olhanense(c), V(4-1), Soares Dias, Nada a assinalar
12.ª-Corruptos(f), D(2-0), Paulo Baptista, Nada a assinalar
13.ª-Setúbal(c), V(2-0), Xistra, Nada a assinalar
14.ª-Marítimo(f), E(2-2), Rui Costa, Nada a assinalar
15.ª-Guimarães(c), V(3-0), Benquerença, Nada a assinalar
16.ª-Paços de Ferreira(c), E(1-1), Proença, Nada a assinalar

Jornadas anteriores:

Épocas anteriores:

Era Eusébio e chovia

"Houve aquele momento em que ficou só, na companhia dos outros mortos que nos esperam. Ele corria para lá das linhas de um campo de Futebol, continuará a correr para lá dos muros sujos de um cemitério manso.

DIA 6 de Janeiro foi um dia longo, longo. Na véspera, Eusébio voou com o vento. Era Lisboa e chovia, diria Castro Alves. Eusébio e o vento eram irmãos: sopravam ambos. Eusébio soprou sempre em rajadas contra o destino.
Dizem que chover é um verbo defectivo: que só se conjuga na terceira pessoa do singular. Mentira! Eusébio conjugava-o na primeira pessoa. Eusébio chovia. E relampejava, e trovejava e tempestuava sobre os adversários e sobre as balizas. Eusébio estava para lá do verbo. Era a imagem e a imaginação. Imaginem um golo, perfeito, irretocável: Eusébio marcou-o. Não sei em que diz, em que jogo, mas marcou-o. E pouco me importa se há ou não filmes e fotografias que o confirmem. A memória regista-o. A memória colectiva que fica um tudo nada para além do risco branco do impossível.
Dia 6 de Janeiro foi um dia tão longo.
Eusébio coxeava. Era como se fosse a sua bandeira. Quando o via agarrado à muleta, doía-me por dentro. Não por ele, que não se envergonhava das cicatrizes da sua guerra, mas por essa crueldade infinita do tempo que não respeita a perfeição momentânea dos homens.
Eusébio coxeava, e no entanto deu a volta ao Estádio da Luz. E deu a volta a Lisboa. Carregado aos ombros daqueles a quem nunca deixou cair. Sim, recuperem os momentos: sempre que precisámos de Eusébio ele esteve lá. Contra o Coreia, mas muito mais. Contra a derrota, contra o infortúnio, contra a vida vidinha deste país que o mar não quer, como escrevia Ruy Belo. Alegria do povo. Alegria de um povo tão triste.
Eusébio nunca nos falhou. Podíamos mentir: «Uma vez, era miúdo, vi o Eusébio marcar um golo de antes do meio campo, de costas para a baliza, sem deixar a bola cair no chão!» Verdade! Todos vimos! Eusébio existia para que o exagero pudesse existir. O exagero era ele.
O céu também chora o adeus dos seus preferidos.
Havia em cada um dos que se perfilavam pelas ruas da Lisboa cinzenta e aflita, a vontade de suplicar: «Não chovas! Por favor, não chovas!»
E o céu, calado.

O que é que foge de nós enquanto Eusébio foge?
EUSÉBIO percorre a cidade, devagar, pela última vez, e para mim é como se corresse, de novo com aquela passada vertiginosa de quem tem pressa, de quem tem tanta pressa, o braço no ar, comemorando o golo eterno, o sorriso um pouco tímido, um pouco travesso, de quem driblou o fado e o manto negro de um Portugal que continua a lamuriar-se pelas esquinas gastas de bairros sem tempo.
As pessoas aplaudem-no enquanto corre. Querem tocar-lhe. Algumas choram. Há qualquer coisa que desapareceu em cada um de nós, mas não sabemos ao certo o quê. Uma ânsia de conseguirmos ser o que não fomos? O que é que foge de nós enquanto Eusébio foge?
Também a mim, apetece dizer: «Parém de chover! Parém de morrer!»
Eusébio, amigo da Mafalala; Guirish, amigo do Gujarat. Ambos à beira do Índico, saudades de um país antigo que já não há.
A morte vem e leva-os, nos mesmos dias, com ou sem aplausos. A morte leva-os a todos. A morte leva-os a todos.
A morte e Eusébio não batem certo: nunca houve ninguém com tanta vida! Os gestos plásticos, os pontapés imparáveis, os arranques devastadores.
Um campo de Futebol era pequeno demais para Eusébio: 120 por 90 metros??? Deixem-me rir. Ele ia e vinha, chutava e ia buscar a bola ao fundo da baliza e voltava a correr, com ela debaixo do braço, com pressa, sempre cheio de pressa, para chutar outra vez e ser golo outra vez e correr outra vez, sempre a correr, hora e meia a correr, dias a correr, setenta e um anos e trezentos e cinquenta e cinco dias a correr, uma vida inteira a correr. E ainda há quem tenha esse descaramento divino de me vir dizer que ele morreu?
Um campo de Futebol era pequeno demais para Eusébio, como pode ele caber num caixão?
E no entanto, ele está lá. No centro do rectângulo relvado que foi o seu mundo mais íntimo. Alguém murmura: «Adeus...» Mas é um adeus com reticências. Com Eusébio nunca se sabe.
Dia 6 de Janeiro foi o dia mais longo. As lágrimas caíram sobre Eusébio. A noite caiu sobre Eusébio. A terra saiu sobre Eusébio. A chuva continua a cair sobre Eusébio. Pode ter o brilho de uma estrela, mas houve aquele momento em que ficou só, na companhia dos outros mortos que nos esperam. Eusébio corria para lá das linhas de um campo de Futebol, continuará a correr para lá dos muros sujos de um cemitério manso.
Mas, para já, está só. Talvez descanse um pouco. O dia foi longo, como vimos, e ele atravessou Lisboa ao colo do povo. Em redor há silêncio. E as gotas da chuva e o marcador dos ciprestes.
Um céu negro, cor de pele.
Um buraco dentro de nós."

Afonso de Melo, in O Benfica

Secretaria do Jardim do Regedor

"Analisando o Balanço do ano de 1975 em 31 de Dezembro, constatamos que os bens imóveis que compunham o activo imobilizado (hoje designam-se por Activos Tangíveis), eram:
a. Edifício da Sede (Avenida Gomes Pereira)
b. Parque de jogos
c. Terrenos de Belas
Não entramos aqui em detalhes contabilísticos porque teríamos de evidenciar as amortizações e explicar detalhadamente o teor técnico das mesmas.
Não encontramos nesta data qualquer alusão à propriedade do edifício da Rua Jardim do Regedor. Mas encontramos alusão que a secretaria funcionava no número 9 da mesma Rua Jardim do Regedor.
Daqui concluímos que as mesmas instalações era detidas a outro titulo que não de propriedade. A propriedade foi somente adquirida de forma definitiva nos anos 80, pelo valor de 12.400.000$00 (€61.850,93).
Até 1984, o SLB havia indemnizado os inquilinos aí existentes, para efeitos de cessação dos contratos de arrendamento despendendo o valor de 1.077.000$00 (€5.372,05) e havia gasto em honorários, estudos e projectos relacionados com o edifício, 908.446$00 (€4.531,30).
Este mesmo edifício foi dado como garantia ao Estado para cobertura das dívidas fiscais, cujo pagamento havia sido acordado com a mesma entidade ao abrigo da vulgarmente conhecida por Lei Mateus, através de uma hipoteca legal.
E assim se manteve até se ter procedido ao pagamento da dívida total que provinha desde 1990, agravando-se em 2 milhões de IRS não pago no consulado do célebre Vale e Azevedo.
Face ao espaço que possuímos ser obviamente limitado, a seu tempo e em momento oportuno, poderemos desenvolver este tema, que é aliás objecto de milhares de páginas de processos que foram instaurados também no tal célebre consulado, inclusive uma análise detalhada de uma conta bancária de 1998, designada conta solidariedade, que nunca foi objecto de investigação pormenorizada.
Seja como for, é importante falarmos aqui um pouco sobre o Palo de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente que foi aprovado pela Assembleia Municipal em 7 de Junho de 2009.
E para verificar que demorou 19 anos a ser aprovado na generalidade - o que implica um conjunto de actos posteriores de aprovações de planos particulares, projectos camarários, de construção e outros, retiremos apenas uns pequenos pormenores da discussão que teve lugar sobre este Plano de Urbanização em 2009.
Há 19 anos que o Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente, anda à deriva. Em 30 de Junho de 1990, a CML deliberou começar a proceder à sua revisão. Em Julho de 1991, foram adoptadas Normas Provisórias, as quais foram aprovadas pela Assembleia Municipal em 15 de Julho 1993. O Plano seria, posteriormente, alterado em 1994, não tendo, no entanto, sido de novo aprovado.
Em Dezembro de 2005, decorridos mais de 19 anos, seriam introduzidas alterações por uma equipa de arquitectos, até que, em Março de 2006, a CML deliberou, finalmente, enviá-lo para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), para efeitos de acompanhamento e para que esta entidade promovesse a audição de várias entidades representativas.
Finalmente, em Novembro de 2008, a CML decidiu submetê-lo a discussão pública, para formulação e recepção de sugestões. No entanto, os conteúdos da versão posta a circular remontam estranhamente a 2003, casos de estado de conservação e do uso do edificado.
É pois perfeitamente explicável e entendível a actual situação da Rua Jardim do Regedor, sendo que muitas vezes e ao contrário do que sempre queremos fazer, devemos guardar os trunfos no bolso até os mesmos estarem devidamente valorizados, desonerados e garantidos quanto à sua utilização, para já não dizer, autorizados!
Era óptimo para a Nação que todos agora quisessem ser engenheiros e arquitectos. Mas, milagres não existem!

(...)

Até para a semana"

Pragal Colaço, in O Benfica