Triste hóquei

"Uma lástima o que se passa com o hóquei em patins. Um desporto quase abandonado pelos poderes públicos, pela comunicação social (a boa excepção é a BOLA TV), pelo dirigismo desportivo.

Literalmente engolido por uma qualquer minudência fastidiosa do futebol totalitário, o hóquei foi definhando até chegar à expressão de irrelevância nacional.

Portugal chegou a ter nesta modalidade a expressão máxima do orgulho patriótico desportivo, mas tudo parece agora reduzir-se à memória de um passado glorioso.

Muito terá contribuído para isto. A nível mundial, a não inclusão nos Jogos Olímpicos - depois de ser modalidade de exibição em Barcelona - foi demolidora. As regras mudam constantemente, umas até favorecendo o espectáculo, outras aumentando a discricionariedade e parcialidade das arbitragens.

Em 2014 disputou-se um Europeu, nos arredores de Madrid, com escassas assistências, e reduzido a menos equipas (6!) do que, dantes, tinha o então prestigiado Torneio de Montreux.

No nosso país, o hóquei tem apenas o aliciante da rivalidade Benfica/Porto (pese embora a valorosa vitória do Valongo este ano). Acresce que a falta de formação de jovens talentos (de que a Selecção se ressente) é fruto de, também aqui, as melhores equipas terem mais espanhóis, argentinos e italianos do que às vezes, portugueses.

Não ganhamos um Mundial há 11 anos, um Europeu há 16 anos, não saímos medalhados dos JO de Barcelona e nas competições entre clubes, jogam todos mas no fim ganha sempre o Barcelona, com a notável excepção do Benfica em 2013!

Sinto saudades e pena. Mas ainda é tempo para tomar medidas que reabilitem o nosso hóquei."

Bagão Félix, in A Bola