quinta-feira, 12 de junho de 2014

Géneros

"De acordo com o Dicionário Terminológico em vigor, «nos nomes, o valor de género corresponde, tipicamente, a uma distinção de sexo, excepto no caso dos nomes epicenos (como 'sapo' ou 'corvo'), sobrecomuns (como 'vítima' ou cônjuge') e comuns de dois (como 'estudante' ou 'jornalista')». Uma classificação sofisticada com variantes ao que, nos meus tempos de escola, era, tão-só, o masculino e o feminino.
Vem isto a propósito do género dos clubes. Que é masculino para a esmagadora maioria. Será por os clubes de futebol serem de origem e tradição macha? Ou por seguirem, obedientemente, o masculino da palavra clube?
Mas há excepções, como a (Associação) Académica e até hesitações como os clubes que são «União». Dizemos o União da Madeira ou de Tomar, mas hesitamos entre a União de Leiria e o União de Leiria. Utilizando a nova terminologia, tratar-se-á  de um nome comum de dois?
E se não vislumbra excepções nos clubes ingleses, alemães ou franceses, há muitos clubes femininos, claro está, na bela Itália: a Roma, a Lazio, a Fiorentina, a Udinese, a Sampdoria (que são Associazione Calcio, Calcio Societá ou Unione Calcio). Além da Juventus que, apesar de jovial nome, é conhecido por La Vecchia Signora.
Em Espanha há a Real Sociedad e no Brasil a excepção é lusitana: a Portuguesa de Desportos.
Estranho é o Estrela e os Vitórias serem masculinos apesar de a estrela e a vitória serem femininas. É como a moral e o moral. A primeira é fundamental, o segundo - que significa ânimo - é necessário, mesmo que às vezes o ouçamos, erradamente, no feminino! Que ambos os géneros estejam com Portugal no Brasil."

Bagão Félix, in A Bola

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