"Certa vez, assistindo a um jogo do Benfica no anterior Estádio da Luz, presenciei o esforço abnegado de Diamantino Miranda para impedir que a bola saísse pela linha lateral e assim proporcionasse um lançamento favorável ao adversário. O empenho de Diamantino mereceu de um espectador um comentário, partilhado orgulhosamente com os vizinhos de bancada: «Este é mesmo do Benfica».
Talvez tenha levado tempo a assumir esta realidade: os jogadores de Futebol, como de outras modalidades, são profissionais, vinculados a um clube por contrato. Mas alguns são também adeptos. Com a camisola do contratante, a todos é exigido que deem o seu melhor e se esforcem para chegar mais alto, mais longe e mais depressa à vitória. E é como profissionais - que o são -, que os atletas devem ser vistos pelos adeptos: profissionais briosos, pois o brio é uma exigência e uma entrega do foro profissional. No entanto, acima do brio situa-se o amor à camisola.
Vem isto a propósito da entrevista de Eduardo António 'Toto' Salvio ao seu próprio site: uma conversa na intimidade consigo próprio. Passo a citar: «Desde o primeiro dia que cheguei ao Benfica que fui muito feliz (...) No Benfica vivi coisas que não vi noutras equipas. Sinto muito carinho pelo clube, tenho um amor especial para com os adeptos e para com os adeptos e para a camisola». Fim de citação. Isto situa-se na plataforma acima à do brio profissional. É um caso de amor: 'Toto' Salvio não é simplesmente 'do Benfica'; é também Benfiquista. Isto não quer dizer que um dia as curvas do mercado não levem o jogador para outras paragens e emblemas. Quer apenas dizer que quando os jogadores se sentiram felizes por honrarem com o seu suor a camisola do Benfica, os Benfiquistas se sentirão também felizes com eles."
João Paulo Guerra, in O Benfica
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