segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Pinto da Costa na corda bamba

"1. A utilização irregular de três jogadores pode valer ao FCPorto a desqualificação na Taça da Liga. É uma notícia, para lá de surpreendente, inimaginável, tratando-se do clube mais organizado de Portugal. Até ali, o stress da gestão e muita incompetência traíram uma máquina julgada infalível. Diz o povo que quando a nódoa cai no melhor pano, os danos são sempre mais visíveis e as consequências sobrevalorizadas. É o caso.
2. Sabe-se como às vezes a aplicação da lei em Portugal é um exercício difícil, em que na maioria dos processos quem julga olha ao nome, ao estatuto e ao volume dos apoios de quem é julgado, e o resultado final, a pena, não reflecte exactamente o que está regulamentado. Esperemos então para ver, porque o assunto está entregue aos advogados de FC Porto, V. Setúbal (parte interessada na desqualificação portista) e ao Conselho de Disciplina. Um cocktail explosivo, é o que é.
3. Aconteça o que acontecer, este caso é um tremendo aborrecimento para a recandidatura de Pinto da Costa. O presidente do FC Porto levantou recentemente a hipótese de dar o lugar a outro, depois de se ter tornado no dirigente mais titulado do Mundo, mas, subitamente, entrou um grão de areia na engrenagem e o que pode acontecer é ter mesmo de se ir embora, mas empurrado por associados e accionistas em fúria com a eliminação da equipa. Na Alemanha, em Inglaterra ou nos Estados Unidos seria assim. Mas estamos em Portugal. E é a FPF liderada por Fernando Gomes que está a julgar o caso. Calma.
4. O Benfica, de Jorge Jesus, ganhou pela primeira vez em Braga. Foi uma vitória conseguida a tremer e ninguém deixou de notar que o treinador das águias mudou a equipa em função do adversário. Medo ou inteligência? Quem quer ser campeão não pode confundir demonstrações de superioridade com necessidade de ganhar.
5. É um dos maiores enigmas do Benfica. Não é do Benfica B, é do Benfica mesmo. Por que é que Miguel Rosa não merece de Jesus o mesmo tratamento que é dispensado a André Gomes e a André Almeida? Enfim, há sempre uns mais iguais do que outros.
6. Apesar do festival de desmentidos, tem-se tornado evidente que José Mourinho não passa nem mais um Natal em Madrid. Aos 50 anos, que mais pode ele desejar do que ganhar a Liga dos Campeões para oferecer a tantos e bons “amigos” espanhóis que tem?
7. As provas começam a cair, uma aqui, outra ali, à medida da vergonha de cada um: a União Ciclista Internacional encobriu um teste positivo de Lance Armstrong, no Tour de 1999; a somar a outro conhecido na Volta à Suíça, já são dois. Quem reescreve a história?

UM CASO SÉRIO
O conceito de carreira no futebol profissional é muito vago. Extremamente vago, até. O que é de certo modo incompreensível quando os “gestores de carreira” pululam de lés a lés. Grosso modo, a carreira é um período profissional onde se tenta conjugar o sucesso desportivo – a obtenção de títulos colectivos – com as vantagens financeiras que daí podem advir. Enfim, se estas duas dimensões puderem coexistir, é a felicidade absoluta. Também aqui cada um tem a que pode.
Mas o que se verifica cada vez mais é que este conceito de carreira se resume às finanças. Vejam-se os casos de Bruno César e Insúa. O primeiro era um dos futebolistas em ascensão no Corinthians, com vontade de vencer na Europa. Bastaram uns petrodólares para que fosse contratado pelos árabes. Para ganhar o quê? Justamente petrodólares. Insúa veio do Liverpool para relançar a carreira em Alvalade. Sai agora, e tanto lhe fazia que fosse para o Grémio, no Brasil, ou o Atlético Madrid, em Espanha. É a carreira. 

MVP: Ricardo Santos
Em 2012 foi uma das grandes revelações do golfe profissional, tendo-lhe sido atribuída a qualificação de estreante do ano. Agora conseguiu uma classificação relevante em Abu Dhabi, onde para trás ficaram vedetas como Rory McIlroy e Tiger Woods. Finalmente, em Portugal o golfe não se limita aos belos campos.

A FRASE: «Estou no topo do futebol português» (por Joãozinho)
O diminutivo não faz do novo lateral-esquerdo do Sporting um jogador acanhado. Ele sabe o que significa passar do Beira-Mar para o luxo da academia leonina. E também não é o gigantismo desta suficiente para o obrigar a mudar de identidade. João é Joãozinho, pois."

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