segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

De Joãozinho a Godinho, só preocupações

"O Sporting somou a sua terceira vitória de rajada, pequena proeza, é certo, mas nunca vista nem saboreada no decorrer da temporada. Esta “normalização” da equipa de futebol pode ajudar Godinho Lopes a sobreviver aos movimentos de oposição ao seu mandato, nascidos e caldeados pelas patéticas prestações da equipa de futebol até ao momento em que Jesualdo Ferreira deixou de ser o “treinador dos treinadores” para passar a ser o treinador dos jogadores.
O Sporting não é um clube “diferente” dos demais. Tem uma massa adepta que exige resultados e para quem o resto são pormenores contabilísticos e dispõe de uma massa crítica de ex-futuros-dirigentes (ou futuros-ex-dirigentes…) para quem os balancetes são tudo o que há de mais importante. Sobretudo quando, à míngua de resultados, se propiciam revoluções.
Independentemente do que vier a acontecer na propalada assembleia geral de Fevereiro – no caso de se realizar -, sobreviva ou não o presidente levado ao colo pelo treinador e pelos animadores resultados da equipa de futebol, é caso para se dizer que, vistas as coisas com frieza e distância, este modo corrente de funcionar do Sporting não vai longe.
Não pode ir longe. Nem merece ir longe porque uma gestão que, no centro de um vendaval, se preocupa politicamente com futilidades idiotas em nome da suposta superioridade classista do tal clube “diferente” está condenada ao fracasso. Isto para não dizer que está condenada à galhofa. O último ensaio de futilidade correu mal aos ideólogos e propagandistas de Godinho Lopes e teve resposta na hora. Por entenderem que Joãozinho não é nome de jogador de futebol que se possa apresentar em Alvalade – por ser excessivamente popularucho, adivinha-se – quiseram mudar o nome profissional do rapaz emprestado pelo Beira-Mar. Mas o dito Joãozinho não foi nisso, não se atemorizou com os aristocratas de serviço e, pelas suas palavras, pôs um “ponto final” no assunto. Tem personalidade o rapaz, bravo! Pena só que este episódio do diminutivo “inho” tenha servido para explicar a dois dos heróis da equipa B – Zézinho e Betinho – que não têm hipóteses de chegar à equipa A por uma questão de “classe”. O próprio Godinho devia repensar o seu nome, ou não?

ERRAR É HUMANO
Sanduiches só nas rulotes
Perdoem-me os meus amigos benfiquistas, e também os do Vitória de Setúbal, mas a arbitragem de Pedro Proença no Bonfim não teve nada de épico ou de escandaloso que deslustrasse o bom nome do melhor árbitro português. Proença limitou-se a fazer cumprir as leis do jogo. A sucessão de cartões amarelos que levaria às expulsões de Bruno Gallo e de Jorginho obedeceu aos mandamentos disciplinares da FIFA – entradas duras e simulações – e a grande penalidade foi bem apontada. Como é do conhecimento geral, o futebol não permite “sanduiches”. E foi isso mesmo que Pedro Santos e Miguel Lourenço fizeram a Varela. 
Em futebol são só permitidas sanduiches ao balcão das rulotes à entrada dos estádios. No relvado, dentro das quatro linhas, é proibido ensanduichar o adversário. O inevitável ruído em torno da arbitragem de Pedro Proença em Setúbal não passa disso mesmo: folclore do momento. No entanto, há jogos que não acabam quando o árbitro apita para o fim. E o jogo de Setúbal, na noite de quarta-feira, será um deles. Com isenção ou facciosismo, o público já julgou a actuação de Proença. Falta saber como julgarão a mesma actuação os observadores da Liga a quem Proença, recentemente, passou um atestado de suspeição que vai continuar a fazer furor.

POSITIVO
Jackson a somar
O avançado colombiano do FC Porto voltou a liderar a tabela dos goleadores da Liga depois dos dois golos que assinou em Setúbal e que permitiram ao FC Porto tornar fácil uma viagem que se previa difícil. Chapéus há muitos Lima, o brasileiro que o Benfica foi buscar ao Braga, está a especializar-se em golos de chapéu. Marcou um à Académica, para a Taça, e outro ao Moreirense para a Liga. Veremos o que faz no sábado na sua antiga casa.

NEGATIVO
Mistério Leonardo
Permanecem misteriosas e envoltas numa onda de boataria as circunstâncias em que Leonardo Jardim foi despedido do Olympiakos, o líder isolado do campeonato grego com uma margem confortável de avanço. 

PÉROLA
"Seremos líderes em breve", Helton
O guarda-redes do FC Porto não tem dúvidas sobre quem será o campeão este ano e anunciou que o mano-a-mano com o Benfica está para terminar. Para que os seus planos se concretizem convirá a Helton, no entanto, não repetir as suas saídas da área a driblar adversários como aconteceu em Setúbal. Um susto."

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