quarta-feira, 27 de junho de 2012

Muito saboroso... Obrigado !!!



Benfica 5 - 4 Sporting

Apesar do 'atraso', tenho destacar o grandioso título nacional (o sexto), conquistado pela nossa secção de Futsal. A forma determinada como os nossos jogadores ultrapassaram todos os obstáculos (e foram muitos) merece todos os elogios... A forma canastra como os Lagartos se comportaram fora da quadra durante toda a final, dá a este título, um sabor muito, mas mesmo muito especial...
A utilização de tecnicas terroristas para condicionar os jogos, principalmente nos jogos efectuados na barraca de Loures, foi criminosa. O Pereira Cristóvão não era o único holligan na estrutura Lagarta, deixou muitos discípulos, principalmente nas modalidades... a cumplicidade entre os animais no 'peão' e os animais no 'camarote presidencial' foi óbvia, clara, indesmentível... A reação às palavras do Paulo Fernandes demonstram muita 'má vontade' (porque nem eles são ignorantes ao ponto de não saberem o que é o 'Inferno da Luz'!!!), já antes, no vil ataque ao Gonçalo Alves tinha ficado claro as intenções das bestas (o Gonçalo como jogador do Sporting fez muito pior, e não me recordo de reações indignadas dos Lagartos. Além disso as imagens mostradas, fora de contexto, ignoraram nos dois primeiros jogos, situações similares ao contrário, além de simulações infantis, provocações baixas... e ainda o critério absurdo dos apitadores que não marcavam nada nos primeiros minutos de cada parte...!!! - dito isto, como já escrevi anteriormente o Gonçalo, como jogador do Benfica, e como capitão do Benfica não pode reagir daquela forma.).

O 5º jogo, foi como é costume nestes jogos, mais emocionante do que bem jogado, com o Benfica a ganhar vantagem e o Sporting a empatar em 5 contra 4, como tem acontecido várias vezes nos últimos anos!!! Os Lagartos 'choraram bába e ranho' no 5º golo do Benfica: a bola realmente bate no braço do Joel, mas é involuntário... agora gostaria de ler um comunicado do Sporting era sobre isto!!!

O facto de todas as vitórias nas Meias-Finais, e na Final, terem sido obtidas sem o Ricardinho (no 1º jogo da Final foi expulso aos 5 minutos...), pode dar uma 'ideia' errada... neste momento parece que o Ricardinho não vai regressar, mas eu espero que a situação se inverta...
O facto do Vitor Hugo ter sido decisivo, na conquista do título (no 4º jogo...), depois da gravíssima lesão, e depois da 'fraca' utilização durante a época, trás a este título, um 'espirito colectivo' raro...
O facto do Joel ter voltado a ser decisivo, com golos nos momentos mais importantes, é um sinal muito esclarecedor...
O facto do César ter jogado lesionado (e não foi o único...), diz muito da vontade de todos na conquista do título...
O facto do plantel do Benfica ser composto por Campeões, que já venceram tudo a nível de Clubes, e mesmo assim, conseguem manter uma inquestionável 'sede' de vitória, é gratificante como Benfiquista...
O facto do Benfica ter vencido a Supertaça, a Taça de Portugal e o Campeonato é esclarecedor...
O facto do Benfica, apesar da ausência da última época manter o seu estatuto na UEFA no patamar mais alto, é esclarecedor...
O facto dos adeptos do Benfica (infelizmente, em casa, só no Play-off) terem dado um raro espectáculo de apoio incondicional, recriando o Inferno da Luz, sem passar das marcas (e até havia razões para vinganças...), deixa-me muitíssimo orgulhoso...

PS1: As contratações anunciadas para a próxima época agradam-me...

PS2: Foi pena a derrota na Final da Taça de Hóquei. Numa semana, onde se festejou um título muito desejado, fomos obrigados a fazer 3 jogos, e na Final, faltou esclarecimento...

PS3: Justa a homenagem do Presidente...

1º dia, no Europeu de Atletismo


Começou hoje em Helsínquia, o Campeonato da Europa de Atletismo de Pista, com a presença de 11 atletas do Benfica. Pela primeira vez, este Campeonato realiza-se em ano Olímpico (só encontro razões economicas para tal...), assim não se podem esperar grandes marcas, e muito provavelmente vamos assisitir a algumas ausências sonantes, e outros que vão fazer figura de 'corpo presente'!!!
Em relação aos Benfiquistas, o primeiro dia foi positivo: o Marco Fortes conseguiu a qualificação para a Final do Peso, mesmo com uma marca 'baixinha'!!! (tendo em conta o que ele tem feito nas últimas grandes competições), o Jorge Paula qualificou-se para as Meias-finais dos 400m barreiras, com a melhor marca nacional do ano (após um início de época 'atrapalhado' com lesões), o Arnaldo Abrantes nesta estreia ao mais alto nível com a camisola do Benfica, acabou por supreender, conseguindo chegar às Meias-finais dos 100m (sendo ele um especialista nos 200m), o Alberto Paulo acabou por ser a desilução da tarde, já que apesar de ter feito a sua melhor marca do ano nos 3000m obstáculos, ficou quase a 20 segundos do seu recorde, e assim, longe da qualificação para a Final...
Amanhã temos mais...

Paulo Lopes

Admito, não estava à espera... mas gostei da contratação. O Paulo Lopes é um jogador discreto, nunca fez primeiras páginas, mas é competente naquilo que faz... no Futebol cada vez mais, a diferença entre um jogador de 'meio-da-tabela' e um grande jogador é o tratamento dado pelos jornaleiros - via empresários!!!
É Português, conta como Formado no Benfica para a UEFA, não vai impedir a afirmação do Mika (ou do Oblak), não se gastou 'milhões'... e tenho a certeza que quando for chamado, não vai desiludir...
Bem-vindo (de regresso) Paulo...

Campeões

"Três semanas após ganhar o Campeonato de Basquetebol e uma semana depois de vencer o Bicampeonato masculino de Atletismo, o Benfica conquistou com todo o mérito, dentro de campo, o título de Campeão Nacional de Hóquei em Patins. É o 22.º título do Benfica de uma modalidade que já foi das mais populares mas sobre a qual o Sistema lançou o descrédito: vencer 11 títulos consecutivos só é comparável a Mobutu ao ganhar eleições no Zaire com 104 por cento dos votos.
Certamente que em nenhuma outra modalidade Portugal tem tão vasto e glorioso palmarés. E o Benfica - bem me lembro - contribuiu em larga escala para esses momentos de glória, desde os tempos do trio-maravilha constituído por Cruzeiro, Lisboa e Perdigão. Almoçando certa vez no Parque Mayer tive a honra de ser apresentado a Fernando Cruzeiro e de actualizar as minhas memórias sobre o Hóquei em Patins, modalidade que pratiquei na juventude em Cascais. E é desse tempo que me lembro de Cruzeiro, Lisboa e Perdigão, antecessores da novíssima geração de Campeões do Benfica.
Esta grande vitória do Benfica, da sua Direcção, dos jogadores e da equipa técnica liderada por Luís Sénica, tem ainda o grande mérito de interromper um período excessivo em que o Hóquei em Patins foi subtraído pelo Sistema à verdade desportiva. E é com o fim desse reinado que os trapaceiros não se conformam, pretendendo desviar a decisão do título do rinque para a secretaria.
No Futsal, o Benfica conseguiu trazer para a Luz a decisão do Campeonato. Sem fazer maravilhas, o Benfica ganhou o quarto jogo. Mas ganhou jogando contra o Sporting, contra as arbitragens, contra a FPF a até contra a Polícia. O Sistema é fundamentalmente antibenfiquista e tem os braços longos."

João Paulo Guerra, in O Benfica

Agora foi o Hóquei

"1. Depois do Basquetebol e do Atletismo, conquistámos no último fim-de-semana o título nacional de Hóquei em Patins, que há muito nos fugia. A este propósito, será curioso recordar o que tem sido a recuperação do nosso Clube nas modalidades, após anos e anos sem chegar-mos aos títulos nacionais. Assim, a juntar ao Futsal, que ganhou o primeiro título em 2003 e o tem renovado com regularidade (chegando mesmo a Campeão Europeu em 2010), o Benfica voltou a ser Campeão Nacional sucessivamente em Voleibol, em 2006 (não o era desde 1991), Andebol em 2008 (antes: 1990), Basquetebol em 2009 (antes: 1996) e Hóquei em Patins em 2012 (antes: 1998).
Agora, queremos fazer a festa do Futsal este sábado, no nosso Pavilhão!

2. A Direcção do Sporting, com a 'trapalhada' que arranjou com o seu vice-presidente, mais os contratos que estabeleceu com as empresas ligadas a ele, mais o advogado que nomeou e não nomeou, etc., etc,. precisava de arranjar um problema com o Benfica para desviar as atenções da massa associativa. E então resolveu acusar os elementos do nosso Futsal de pressionarem a arbitragem e de... terem partido uma porta do balneário. Quem assina o comunicado (a Direcção) é quem, há meses, defendeu os seus adeptos que pegaram fogo a uma bancada do nosso Estádio. Não está mal...

3. Pinto da Costa foi novamente ao Parlamento, para um almoço com deputados do seu clube. Claro que não critico as opções clubistas de quem quer que seja. Mas já me custa a entender que quem comprovadamente tentou (pelo menos...) corromper árbitros e outros agentes desportivos seja convidado a ir ao Parlamento. E, mais grave, que seja recebido pela presidente da Assembleia da República. Uma mancha na boa impressão que eu tinha da senhora.

4. A nossa Selecção está em grande no Europeu. Mas isso não justifica, penso eu, o exagerado 'folclore' que a comunicação social portuguesa está a fazer à volta da competição.
Uma coisa são os jogos, outra tudo quanto os rodeia. Os telejornais são inundados, os jornais desportivos chegam a ter 30 páginas (30!) de Europeu. Também gosto muito de Futebol, também torço pela Selecção, mas já mudo de canal quando o assunto gira à volta do Europeu e já quase não leio jornais desportivos..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

Um dia na vida de três presidentes e outras histórias

"Numa tabela científica, um fiscal de linha que valida um golo irregular capaz de dar um título ou fica em primeiro ligar ou fica em úlitmo lugar. Em quarto lugar é que não fica munca.

NUM dia os jornais disseram que André Villas Boas tinha tudo tratado para ser o próximo treinador do Tottenham. Faria todo o sentido. Villas Boas, que tem ascendetes britânicos, nem sequer teria de mudar de cidade. E que maior privilégio há do que poder educar os filhos de pequeninos em bons colégios londrinos?
No dia seguinte os jornais disseram outra coisa: que um grupo de jogadores do Tottenham - as vedetas, precisamente - solicitaram de urgência uma reunião com o presidente do clube, chama-se Daniel Levy, para o convencerem a não contratar o treinador português.
É incompreensível. Villas Boas não foi, de facto, feliz no Chelsea mas foi felicíssimo no Porto onde no seu ano de estreia ganhou quatro competições, três nacionais e uma internacional, a tal Liga Europa que é uma espécie de copa ibérica da UEFA pois que só tem no seu curto galarim emblemas portugueses e espanhóis, melhor dito, periféricos.
Foi óbvio desde os princípios de Villas Boas em Stamford Bridge que os louros conquistados em Portugal não lhe asseguravam o indispensável estatuto de autoridade no balneário do Chelsea nem, muito menos, garantiam o respeito devido pela imprensa inglesa a um treinador incrivelmente jovem que chegou ao futebol inglês obrigado a ser o Mourinho II.
O Daily Mail voltou agora à carga. Foi o tabloide de Londres que noticiou a revolta ds jogadores mais influentes do Tottenham contra a eventual contratação de André Villas Boas para o cargo de treinador. Os «principais futebolistas» dos spurs terão ficado «muito desagradados» com semelhante hipótese porque está ainda fresca a tentativa de «limpeza do balneário» do Chelsea protagonizada, sem sucesso, pelo treinador português.
Posto assim parece que em Inglaterra, a pátria do futebol, não se deu crédito ao ano fabuloso vivido por André Villas Boas no FC Porto: um campeonato, uma Taça de Portugal, uma Supertaça.
A culpa não é de André Villas Boas. E de Sir Alex Ferguson.
O treinador do Manchester United, em 2004, na véspera de jogar com o FC Porto para a Liga dos Campeões, afirmou em conferência de imprensa do alto da sua posição nobiliárquica e com a maior das naturalidades que o FC Porto «em Portugal, compra os títulos no 'Tesco' pois ganha o título português todos os anos». O Tesco, para quem não saiba, e a maior cadeia de supermercados em Inglaterra, com mais de duas mil lojas espalhadas pelo país.
Sir Alex falou em inglês com o seu cerrado e orgulhoso sotaque escocês. Se Ferguson tivesse expressado a sua curiosa analogia em português, fosse qual fosse o sotaque empregue, teria dito qualquer coisa como «compra títulos no 'Pingo Doce'» ou «compra os títulos no 'Minipreço'».
Foi esta desconsideração pelo futebol português a retalho, vinda de quem veio, que tramou Villas Boas em Inglaterra. Ou que, pelos menos, não o ajudou nada a chegar a Londres com um estatuto inquestionável. Campeão do Tesco, enfim, o que é isso para os snobes ingleses?
E nós, em que é que ficamos? Onde é que «continuando a usar a imagem do Sir Alex? Pingo Doce ou Minipreço?
Minipreço. Cá para mim é no Minipreço.

PEDRO PROENÇA foi o melhor árbitro da temporada 2011/2012. Olegário Benquerença, que andou algum tempo a apitar no estrangeiro, foi o segundo classificado da tabela divulgada anteontem pelo Conselho de arbitragem da FPF.
Ainda está na memória de todos a sua enorme actuação no Rio Ave - Benfica da antepenúltima jornada do campeonato do Tesco. Em terceiro lugar surge  Jorge Sousa. Hugo Miguel, uma estrela em ascensão, em grande também no Académica - Benfica, fez uma época tão boa que até vai já receber as insígnias de árbitro internacional.
Também há ranking para os fiscais-de-linha. Ricardo Santos deve estar triste porque só ficou em 4-º lugar. Merecia mais, diz o pessoal do Pingo Doce. Merecia menos, muito menos, clama o pessoal do Minipreço, sempre muito indignado. E, lá no fundo, todos têm razão.
Numa tabela verdadeiramente científica, um fiscal-de-linha que valida um golo irregular capaz de dar um título ou fica em primeiro lugar ou fica em último lugar. Em quarto é que não.
São coisas destas que não ajudam em nada a moralidade do sector.
A tabela dos fiscais-de-linha tem, no entanto, mais motivos de curiosidade. José Cardinal, que tão injustamente vê o seu nome emprestado a um caso que não é seu, terminou a temporada na 48.ª posição do ranking do Conselho de Arbitragem da FPF.
48.ª lugar!
Para todos os que, impiedosamente, acusaram durante semanas Paulo Pereira Cristóvão de ser o maior avarento da história do futebol português esta notícia-bomba veio provar que eram de todo exagerados os dois mil eurinhos mandados depositar, à má fila, na conta bancária de um mero fiscal-de-linha de fim de tabela.
Para um 48.º lugar, meus amigos, dois mil euros chegam e sobram. E assim se ajuda o clube. Dois mil euros sempre são 400 contos na moeda antiga. Uma centena abaixo dos quinhentinhos. Sempre queremos ver onde é que isto vai parar.

NO seu jogo de estreia no Euro-2012, o árbitro português Pedro Proença atirou com um jogador irlandês, Keith Andrews, ao chão e os espanhóis aproveitaram para se lançarem numa transição rápida que por pouco não deu em golo.
Foi u momento divertido do melhor árbitro português, do novo António Garrido.
Imaginemo-lo a fazer precisamente a mesma coisa num relvado português, num Benfica - FC Porto ou vice-versa... a atirar com o Moutinho ao chão e a libertar o Aimar para o contragolpe ou vice-versa.
Também havia de ser divertido. Que impere o bom senso.

FAZ hoje precisamente uma semana que, no mesmo dia, quinta-feira, ocorreram três factos que nada tendo em comum acabaram por nos dar a todos uma grande lição de História e uma grande lição de Moral.
No mesmo dia em que o presidente do FC Porto cumpriu de manhã a sua visita anual de cumprimentos à Assembleia da República, o presidente do Sporting passou a tarde a aguardar as consequências do depoimento de Pereira Cristóvão na Polícia Judiciária e o presidente do Benfica terminou a noite a ter de suportar a revolta de alguns associados do clube reunidos em assembleia geral.
Quem é que está bem na vida, quem é?

TAL como aquelas velhas e citadas declarações de Sir Alex Ferguson tramaram André Villas Boas também, por vezes, se pode dar o efeito contrário no que diz respeito a declarações de treinadores.
E exemplo mais actual não há do que o de Paulo Bento e do quanto terá beneficiado, em termos de coesão do grupo que lidera, com as declarações de Carlos Queiroz que antecederam a partida da Selecção Nacional para o Europeu.
De acordo com os relatos dos enciados-especiais ao acontecimento, os jogadores portugueses até podem não estar todos unidos com Paulo Bento mas estão todos unidos contra Queiroz. E isso, aparentemente, já é meio caminho andado.
A coesão é tanta que até decretam blackouts, transportando para uma grande competição internacional - e sem que ninguém os contrarie - as tacanhices do futebol de trazer por casa.
No que diz respeito a jogar à bola, a nossa Selecção tem vindo a melhorar, não haja dúvida. Qualificou-se com muito mérito para os quartos-de-final, proeza em que poucos apostariam perante o desconsolo dos dois jogos de preparação ainda em Portugal e pela derrota, já a sério, sofrida com a Alemanha.
Hoje é com a República Checa e depreende-se, andando na rua, ouvindo falar, que hoje a única preocupação é saber com quem vamos jogar seguir. O optimismo campeia. Seria óptimo que os nossos jogadores não se pusessem a pensar exctamente na mesma coisa, ou seja, no próximo adversário.
Mas não podemos saber no que estão a pensar porque os nossos jogadores estão em blackout e não nos dizem nada. Cortaram relacções com o País que anda com eles nas palminhas."

Leonor Pinhão, in A Bola

A culpa foi da secretária

"Aconteceu há muitos anos, ainda no século XX, a uma selecção jovem de Portugal ver-se envolvida em situação de embaraço perante a UEFA ao apresentar-se num torneio com um jogador mais velho do que era suposto e que não podia competir no escalão etário em causa. Foi um pequeno escândalo. A FPF anunciou um rigoroso inquérito ao sucedido e, ao contrário do que acontece frequentemente, o inquérito teve conclusões e apontou culpados.

Veio a saber-se que o culpado por um jogador com idade a mais ter sido incluído numa selecção com idade a menos tinha sido um mero funcionário da FPF, um dactilógrafo que se teria enganado nas teclas no momento de escrever o ano do nascimento do referido jogador. E assim, graças ao lapso do escriturário de serviço, foram ilibados da acusação de batotice os dirigentes da Federação, os técnicos da Federação e os médicos da Federação. A culpa foi do dactilógrafo, pois então.

Com os seus contornos próprios, a história repete-se agora a propósito do caso Cardinal, o fiscal-de-linha que se viu confrontado com um milagroso depósito de 2 mil euros na sua conta bancária depois de ter sido nomeado para actuar num jogo do Sporting. E de modo a que “parecesse” que o anónimo benemérito de José Cardinal era afecto ao clube adversário, o Marítimo, o dito depósito foi feito ao balcão de uma agência bancária na ilha da Madeira.

Para acabar de ver com a excitação insana que este caso tem vindo a provocar nos meios desportivos e judiciais, recordando os factos já públicos referentes ao processo e avaliando a entrevista concedida pelo ex-vice do Sporting, Pereira Cristóvão, à TVI, pode-se já avançar com o nome do culpado, aliás, da culpada. Trata-se de uma secretária de Paulo Pereira Cristóvão que, num momento de tédio, levantou 2 mil euros da sua conta bancária e entregou-os a um reputado membro ou ex-membro de uma claque leonina, juntamente com um bilhete de avião para o Funchal, para que fosse até à pérola do Atlântico comprometer José Cardinal para todo o sempre.

Cessem todos os processos de averiguação civis e desportivo. A culpa foi da secretária. E Paulo Pereira Cristóvão e o Sporting não têm nada a ver com esta ousadia de uma secretária tresloucada. Arquive-se.

ERRAR É HUMANO
Como turismo, é perfeito
Legitimada pela FIFA e pela UEFA, a experiência dos chamados árbitros de baliza já vem do Mundial de 2010, na África do Sul, e tem vindo a provar desde aí a sua calamitosa inutilidade prática. Se quisermos entender a convocação de um quarto e de um quinto árbitro como reforço de monta em prol da aplicação das leis do jogo, a experiência já há muito que deveria ter sido cancelada por ausência de benfeitorias à santa causa da verdade desportiva.

Na África do Sul, Lampard marcou um golo que empataria o jogo para a Inglaterra mas que foi anulado porque nenhum árbitro viu a bola passar para lá da linha fatal da baliza alemã. Esta semana, na última ronda do grupo D do Europeu, foi a vez de a Inglaterra beneficiar da total improficuidade das funções do senhor auxiliar de baliza que, ao não ver a bola rematada por Devic passar um bom bocado para lá da linha de golo, negou o empate à Ucrânia quando ainda faltava meia hora até ao fim do jogo.

A coisa só faz sentido se quisermos entender a invenção dos árbitros de baliza como uma simpática e pródiga benesse concedida, ao mais alto nível, aos árbitros de todo o mundo para se multipliquem agora em funções, em viagens, em importâncias e em ajudas de custo. Como turismo, é perfeito. Quanto ao resto…

POSITIVO
Costa incrível
Pela primeira vez um ciclista português conquistou uma prova por etapas do World Tour. Aconteceu a Rui Costa na Volta à Suíça e trata-se de um grande feito que não foi devidamente apreciado no seu país. A culpa é do futebol.

Drogba a facturar
Na Europa, Drogba já fez o que queria: saborear uma Liga dos Campeões. O costa-marfinense parte agora para uma aventura na China ao serviço do Shangai Shenhua a 248 mil euros por semana. Aventura, mas bem paga.

NEGATIVO
Neymar não chega
Um golo de Neymar não chegou ao Santos para atingir a final da Taça Libertadores. Depois da derrota em casa com o Corinthians, o Santos não fez-melhor do que 1-1 no campo do grande rival.

PÉROLA
“MOURINHO É MEDÍOCRE.”, Znedek Zeman
O Portugal-República Checa, a contar para os quartos-de-final do Euro’2012, foi antecedido por uma inusitada provocação checa a um português muito especial. Para o treinador da AS Roma, José Mourinho é apenas “um grande comunicador” que, por isso mesmo, disfarça bem a sua “mediocridade”."

Leonor Pinhão, in Correio da Manha

O exemplo da Irlanda

"A Irlanda perdia por 4-0 contra a Espanha. Estava, pois, derrotada e terminava o sonho de passar aos quartos-de-final. No relvado molhado por uma chuva persistente, os jogadores jogavam com a alegria de representarem o seu país e de desfrutarem de momentos de emulação profissional.
Nas bancadas, pouco se ouviam os apoiantes de la roja. Em contrapartida, eram bem audíveis os cânticos dos irlandeses, a sua festa e alegria. Tivesse ligado a televisão naquela altura sem saber o resultado e suporia que a surpresa estava a acontecer. No fim, o esplendor de uma festa. Continuaram a cantar, a aplaudir, a regozijar-se, os jogadores a agradecer. Não se via uma manifestação de azedume, um olhar desesperado, um rosto desalentado. A sustentável leveza da alegria. Solidários na derrota.
No meio de guerras intestinas e de obsessões doentias, de manifestações patrioteiras (quando se ganha) ou de críticas acídas (quando se perde), de jogadores em redomas de falsos heroismos e exibicionismos de incontrolada vaidade e sumptuosidade monetária, que bom ter podido assistir, ainda que pela televisão, ao provavelmente mais belo e humanamente rico momento deste torneio! O regresso às origens do futebol. Ao futebol do mais genuíno fair play e do mais convincente júbilio de se jogar. Momentos refrescantes de pessoas comuns a trabalhar no seu ofício, de pessoas comuns a apoiá-los com elegância e saudável entusiasmo, e de um país que, por certo, não faz destes acontecimentos o único clímax da sua identidade e do seu porvir.
É com este espírito à irlandesa que hoje vamos esperar uma vitória de Portugal"

Bagão Félix, in A Bola

PS: Crónica publicada no dia do Portugal - República Checa.

A entrevista

"Confesso que não percebi a entrevista dada por Paulo Pereira Cristóvão. Estava a vê-la e não pude deixar de recordar uma outra em tudo idêntica, dada por Gonçalo Amaral durante o caso Maddie. O que fará alguém dar uma entrevista e depois não responder a nenhuma das perguntas, com o argumento de que jamais violará o segredo de Justiça.
Claro que se falar sobre o caso viola o dito segredo, mas isso já todos sabíamos, inclusive PPC. Então o que é que lá foi fazer? Falava sobre o quê? Sobre o tempo? Ou então pretendia utilizar a entrevista para fazer um discurso de vitimização, todo ele baseado em inimigos imaginários que nunca soube ou quis precisar. PPC pode ter toda a razão e tudo não passar de enormes coincidências ou então de um grande equívoco. Em perseguição já duvido mais, pois ninguém em geral e ele em particular é suficientemente importante para merecer tamanha vontade de alguém o incriminar. Inocente é sem dúvida José Cardinal. Paulo Pereira Cristóvão diz-nos que é absolutamente inocente de todos os factos que o acusam, mas sem esclarecer qualquer das acusações que lhe são feitas, já que tudo está em segredo. Agora e unicamente por uma questão de fé, acreditamos ou não."

Carlos Anjos, in Correio da Manha

PS: Após umas merecidas férias (!!!), regressei hoje a casa... sendo assim vou colocar algumas (poucas) crónicas 'atrasadas', e destacar as noticias mais importantes dos últimos dias... Um grande Obrigado ao Viriato por ter mantido o estaminé activo... espero que seja para continuar!!!