sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Vencer o V. Setúbal e festejar no Bonfim
"Como se pode avaliar do muito que já disse publicamente e escrevi sou genericamente crítico do comportamento selvático das claques. Não gosto de ver associado ao desporto comportamentos que em nada abona quem os pratica. Esta razão redobra a minha alegria pelo elogio que agora faço.
Mas no passado domingo os adeptos do Benfica em geral, e a claque (No Name) em particular, deram um festival daquilo que pode e deve ser o apoio a uma equipa. 93 minutos de apoio constante, na Marinha Grande não houve um minuto de silêncio, foi absolutamente impressionante o recital de músicas e coreografias no apoio à equipa.
Já vi a Curva Norte da Lazio, Old Trafford ou Celtic Park, Anfield Road ou Nou Camp e os seus ambientes festivos, mas num jogo de baixa intensidade nunca tinha assistido a uma partida sem um segundo de silêncio.
Foi um festival benfiquista a começar na claque e acabar nos grandes golos de Bruno César, Cardozo e Rodrigo.
Mesmo sem jogadores importantes como Aimar ou Gaitán o Benfica chegou novamente à liderança mais de 500 dias depois. O Benfica tem uma vantagem pontual que se espera não seja... pontual. A liderança do Benfica tem mais valor porque o FC Porto está a fazer um óptimo Campeonato, sem derrotas e com poucos pontos perdidos. O resultado do FC Porto em Alvalade parece mais fraco depois de ver o do Nacional. Este Sporting pinta a relva mas ainda não é capaz de pintar a manta futebolísticamente falando. Disfarça a areia do relvado mas não consegue tirar a areia da engrenagem.
Amanhã contra o V. Setúbal não poderá haver deslizes se queremos festejar no Bonfim, contra este mesmo Setúbal o título nacional na última jornada.
Enquanto os jogadores e treinador do Barça passeiam para receber prémios e dar entrevistas, Mourinho ganha jogos, vence eliminatórias e consolida a liderança. No fim do ano não sei quem festejará mais, mas arrisco em Mourinho.
..."
Sílvio Cervan, in A Bola
Ninguém à nossa frente
"Escrevo na noite de domingo, o Benfica acabou de brindar os seus adeptos com uma exibição... à Benfica: golos e espectáculo, nota artística para o passe de Bruno César, antes do cruzamento que deu a Rodrigo o 4.º golo do 'Glorioso', nota técnica para os tiraços do 'Chuta-Chuta' e do 'Tacuara', nos primeiro e segundo golos, para a segurança de Artur, a solidez de Luisão, Garay e Javi García, a entrega de Maxi, de Witsel e de Nolito. Com pleno merecimento e inteira justiça, o Benfica isolou-se na classificação do Campeonato. Foi o final de um fim-de-semana em cheio. O Benfica triunfou folgadamente em Hóquei em Patins, Basquetebol, Voleibol, Futsal lidera três destes campeonatos, está a dois pontos da liderança no outro.
É um enorme orgulho pertencer a esta imensa Família Benfiquista. Num País e num momento histórico dominados pelo derrotismo, a descrença, a depressão, as vitórias do Benfica alegram milhões de portugueses. É que as vitórias do Benfica representam alegria, ao contrário dos vencedores raivosos que triunfam à custa da mentira e por conta de interesses particulares e frustrações colectivas. O Benfica ganha e o País anima-se, adquire algum ânimo para enfrentar as crises e ultrapassar as dificuldades.
Em outro tipo de domínios, para além das vitórias desportivas, o Benfica afirma a sua imensa implantação em Portugal e entre os portugueses: um milhão de fãs na página oficial do Benfica na rede social Facebook dão a ideia da dimensão desta sociedade que é muito mais do que um Clube. Como dizia recentemente Ricardinho, o português que é o Melhor do Mundo em Futsal, ao regressar ao Benfica: «Sabe muito bem estar aqui: é como chegar a casa.»
São muitos à nossa volta. Mas, para já, ninguém à nossa frente."
João Paulo Guerra, in O Benfica
Goleadas e liderança
"1. O ano começou bem, com duas vitórias folgadas em Guimarães e Marinha Grande, onde os benfiquistas 'golearam' dentro e também fora do campo, tantos os adeptos presentes, largamente maioritários. Finalmente, atingimos o primeiro lugar, isolados. Agora, haverá que mantê-lo até ao final. Mas não contemos com facilidades...
2. Sapunaru a um jornal romeno ('Prosport'), falando do célebre caso do túnel da Luz: 'Os adeptos gostaram da nossa atitude guerreira, devido à rivalidade entre os dois clubes. Porém, apesar de não ter sido acusado de nada, sei que não devia ter reagido daquela forma. É um gesto que fica mal a qualquer atleta.' Afinal...
3. O Sporting colocou imagens com adeptos em posses agressivas (e até a fazer saudações fascistas) no corredor de acesso aos balneários das equipas visitantes. Mas, pior que isso: reagindo à notícia do jornal Público, o clube mentiu, afirmando em comunicado que a Liga de Clubes e a UEFA haviam aprovado e até elogiado essas imagens, o que ambos desmentiram. O curioso é a forma como os três jornais desportivos falaram do assunto, dando grande relevo à resposta do Sporting e 'escondendo' a notícia original e os desmentidos. Subserviência completa...
Já agora: o director responsável pelas instalações do Sporting é o mesmo vice-presidente (Paulo Pereira Cristovão) que tanto se queixou no final do Benfica-Sporting no nosso Estádio...
4. Há algumas semanas era o Standart de Liège a queixar-se devido a dívidas relacionadas com as transferências de Defour e Mangala. Agora foi a vez do Santos reclamar dívidas relacionadas com Alex Sandro. Entretanto, os atletas das modalidades queixavam-se (e se calhar ainda se queixam...) de ordenados em atraso. Nós já cá tivemos disso mas corremos com o responsável na primeira oportunidade. Por lá, tecem-se loas ao presidente...
5. Curiosa a entrevista de António Oliveira, ex-dono da Olivedesportos e ex-seleccionador nacional, à RTP. Há ali muita matéria para investigação..."
Arons de Carvalho, in O Benfica
Objectivamente (Oliveiras)
" 'A Olivedesportos é o FMI do Futebol português'! Esta foi uma das frases mais fortes da surpreendente entrevista do antigo seleccionador de Portugal, António Oliveira à RTP no início da semana e que passou ao lado de toda a comunicação social não merecendo mais que uma das páginas interiores do especulativo 'Correio da Manhã'!
Numa longa entrevista à RTP o antigo capitão do FC Porto e irmão de Joaquim Oliveira, confessou o domínio absoluto da Olivedesportos sobre os órgãos dirigentes do Futebol português - Federação, Liga e Arbitragem, denunciando o poder sufocante da empresa da qual foi fundador e de qual se afastou há anos, explicando claramente como funciona esse monopólio com afirmações arrepiantes fazendo mesmo autocrítica à forma como entrou para Seleccionador Nacional. Disse que foi escolhido por Madaíl por ser da Olivedesportos...
Há muita gente que duvida da frontalidade de A. Oliveira dizendo que ele já devia ter falado antes. Mais vale tarde que nunca! Mas grave é a atitude daqueles que têm agora aqui uma boa oportunidade de esclarecerem muitas dúvidas acumuladas durante anos e anos. Que duvidavam daquilo que eu e alguns outros escrevíamos e dizíamos nos jornais e nas rádios e que não o fazendo passam mais uma vez pelo SILÊNCIO comprometedor como se nada se passasse, assobiando para o ar! Afinal, de que é que precisam mais para perceber o que se anda a passar no Futebol português nos últimos 30 anos?
Aqui está 'A CONFISSÃO'!
Por fim uma palavra sobre a liderança do SLB. Era mais que esperada esta arrancada. A jogar muito melhor que os rivais directos e com a vantagem de receber as ofertas de dois pontos logo na primeira jornada do ano, o Glorioso fez o que se esperava e agora é seguir este rumo até à vitória final.
A jogar assim nada derrubará o Benfica!"
João Diogo, in O Benfica
O Silêncio
"António Oliveira disse e repetiu, para que não houvesse dúvidas, que o presidente da Federação Portuguesa de Futebol é um títere que tem como função servir os interesses de uma empresa privada, a Olivedesportos. Disse que o anterior presidente também cumpria diligentemente esse trabalho e que o mesmo acontece na Liga de Clubes. Disse que ninguém é eleito para esse cargo sem o beneplácito do seu irmão e sócio maioritário da Olivedesportos.
Disse-o convictamente, num canal público de televisão, disse-o sem gaguejar e repetiu-o. A personagem que o disse é antigo sócio da dita empresa. Em seguida ficou o silêncio. Um silêncio quase total por parte da comunicação social. Um silêncio total dos visados. Um silêncio absoluto do poder político. Um silêncio que procura apenas uma coisa: o esquecimento, para que se possa perpetuar a mentira e a farsa em que se foi transformando isto. Os dias passam e toda a gente finge que nada se passou. Com que cara, com que legitimidade, com que dignidade alguém pode dirigir uma instituição quando sobre ele está lançada a acusação séria de que há quem mande em quem finge mandar? A cara com que esta gente se apresenta aos clubes e seus dirigentes por todos é conhecida. Mas com que cara é que esta gente se pretende apresentar perante os adeptos? Como é que ainda há quem ouse pensar que com o seu silêncio se pode limpar a nódoa em que se transformou o dirigismo desportivo em Portugal? No silêncio de todos está a conivência com a vergonha. No silêncio de todos está bem à vista a etiqueta e o respectivo preço. Não é o futebol português que está à venda, são os seus agentes que se venderam. É a vergonha que ficou penhorada algures por Penafiel.
Lamento, mas não pode haver silêncio quando se impõe um grito de indignação justa."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
Grande reforço
A melhor canoísta portuguesa (masculinos e femininos) da actualidade Teresa Portela, reforça o Benfica Olímpico... excelente notícia.
Os Oliveira
"O poder da Olivedesportos no futebol é enorme, tem décadas, e cresceu por razões financeiras. A empresa fundada nos anos 80 pelos irmãos Joaquim e António foi o banco dos clubes, aumentando o domínio à medida que estes clubes se afundavam. E assim estabeleceram um monopólio e negociaram contratos incríveis, por exemplo nos direitos de televisão.
O que há de novo é uma entrevista explosiva de António à RTP, denunciando que Joaquim será o mandarete de todo o país futebolístico, dos árbitros aos selecionadores e presidentes de clubes.
As lutas entre irmãos, se tornadas públicas, são confrangedoras. Esta não é exceção. E é preciso perguntar o que passou na cabeça de António para este assomo de transparência, confissão e denúncia sobre uma empresa que ele próprio fundou com o irmão, numa proporção de 50%/50%, paridade que se desfez há uma década, depois da zanga.
Eis uma pista: Joaquim comprou a António a sua metade da Olivedesportos em 2002, num acordo que foi pago durante uma década. António Oliveira terá recebido dezenas de milhões de euros pela sua participação, é hoje um homem rico, e recebeu o último pagamento do negócio há alguns meses. Talvez seja coincidência, mas parece vingança tardia: calado enquanto recebeu os pagamentos de Joaquim, António falou quando o contrato acabou.
As denúncias de António Oliveira são medonhas, confirmando suspeitas e até notícias de muitos anos. Acontecerá alguma coisa? O futebol português é habitado por gente que vive de comissões clandestinas e que prospera em cima de clubes esfalfados. Se tudo o que António disse é verdade (e, como aqui escreveu Octávio Ribeiro num texto esclarecido, “Joaquim Oliveira é mais um negociador do que um ditador”), são muitos os nomes desta triste decadência; Joaquim é um desses nomes; António é outro."