quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ibrahi-bola-vic

"O último dos 4 golos que Zlatan Ibrahimovic marcou à Inglaterra é de uma genialidade que ficará para os anais do futebol. Uma obra-prima que marcará indelevelmente a carreira de Ibra, seu petit nom. Jogando pela Suécia, é filho de mãe croata católica e de pai bósnio muçulmano, de origem cigana, com o nome do pai tatuado em árabe! Um jogador que tem tanto de estranho e irreverente quanto possui de mágico e artista da bola. Sendo tão bom de bola parece que não é bom da bola, o que, em parte, explica porque não ia à bola com Guardiola no Barça.
A pensar nesta subtileza da preposição que antecede a bola em expressões populares, lembrei-me do jargão futebolístico a ela associada. Não tanto pela forma (o esférico, a redondinha), mas por expressões de dela se falar pela ausência ou mutilação.
Diz-se que há grandes jogadores que jogam «sem bola». Será que eu próprio perdi uma boa oportunidade de jogar bem à bola... sem bola?
Ou que há «bolas divididas», só não se sabe, quanto ao quociente em quantas partes e quanto ao resto em quantas lesões. Ou, ainda, que há «bolas perdidas», às vezes nas nuvens como na Choupana do Nacional quando, amiúde, o nevoeiro surge.
Se há «bolas divididas», manda a boa educação que haja «bolas repartidas», embora às vezes com a intromissão do árbitro. Há dias ouvi até um comentador dizer que um certo jogador é tão bom que até «descansa com bola». Ou será a bola que descansa do jogador? Enfim, melhor será por aqui ficar, não vá este «pontapé-de-saída» em A BOLA transformar-se numa bola de neve...
Prefiro, rever a bola (verdadeira) do chapéu do Ibrahi-bola-vic."

Bagão Félix, in A Bola

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