quinta-feira, 31 de maio de 2012

A culpa disto é, foi e sempre será de Lisboa

"Relatório das lamentáveis ocorrências verificadas sempre que Carlos Lisboa conquista títulos na casa do FC Porto, seja no basquetebol, futebol ou hóquei em patins

O Ola John afinal vem mesmo para o Benfica. Se a notícia é boa ou não, logo se verá por Julho dentro, quando o defeso chegar ao fim e o futebol regressar mais os seus compromissos de verão e tão bons que são para desfazer dúvidas. Mas ainda falta algum tempo. Pela minha parte, neste momento, só tenho uma dúvida: não sei se o trate por Ola ou se o trate por John.
Na verdade, tanto faz.
Trata-se de um jovem extremo holandês, nascido na Libéria, que chega à Luz vindo do Twente onde foi companheiro do avançado austríaco Janko que, no último mercado de inverno, aterrou no Dragão. Depois de assinar pelo Benfica, Ola John confessou à imprensa que ambos já conversaram sobre o assunto porque, nas suas próprias palavras serão «sempre amigos».
Nunca o vi jogar mas, francamente, este Ola John parece ser uma boa contratação. É que ainda nem se equipou e já está a causar sarilhos no campo do adversário tratando por amigo o simpático do Janko e divulgando a existência de conversas desinibidas entre os dois ex-colegas «sobre Portugal».
Não pode ser, Ola John, não faças isso, não voltes a repetir a brincadeira porque estás a meter o Janko em imerecidos sarilhos!
Os jogadores do FC Porto não podem ser amigos dos jogadores do Benfica. É proibido. E se foram amigos têm de ser amigos às escondidas porque só a imagem de dois adversários trocando sorrisos pode incendiar socialmente o nosso país-
Ai, não acreditas, Ola John?
Então lê estas palavras sobre calamitoso assunto que o belga Defour, que joga no FC Porto tal como o Janko, prestou à Gazeta de Antuérpia muito recentemente: «Os dirigentes do meu clube preferem não me ver em fotos com o Witsel. Quando nos defrontámos, um assessor do FC Porto disse-me que devia cumprimentar o Axel apenas longe das câmaras de televisão.»
Leste com atenção? Olá John, tem juízo! Não venhas para cá perturbar o regime decretado pelos arautos da harmonia e pelas nossas históricas figuras tutelares da pacificação.
«Contenção», Ola John, é preciso »contenção». É o que o presidente do Comité Olímpico anda a pedir a toda a gente. E a ti em primeiro lugar, Ola John.

SEMPRE em nome da sã convivência entre atletas e adeptos de equipas adversárias - que é o que move esta gente na teoria e na prática -, é dever de Vítor Pereira (o presidente dos árbitros, não o treinador campeão do FC Porto) pôr os olhos nisto e aprender alguma coisa com o dito assessor que avisou Defour para não se deixar fotografar com Witsel à frente das câmaras.
Está, na verdade, muito bem pensado.
Pense agora, caro Vítor Pereira, se não deveria ter feito exactamente a mesma coisa antes do FC Porto-Sporting, já depois de ter nomeado para o jogo Pedro Proença, o árbitro que não resiste a um flash. Bastava avisá-lo, diplomaticamente, quão aconselhável seria que a sua legítima confraternização com os campeões ocorresse «apenas longe das câmaras».
Tudo isto em nome da olímpica «contenção» que Vicente Moura, em vão, solicita ao país.

O Benfica conquistou o título nacional de basquetebol ao FC Porto, no pavilhão do FC Porto. Foi uma grande “bergônha”. A culpa foi do Carlos Lisboa, useiro e vezeiro, que não só é treinador do Benfica como também se chama Lisboa, só para provocar.
O pavilhão onde tudo se passou é obra recente. Já não é aquele velho pavilhão das Antas para onde o presidente do FC Porto, a 1 de Março de 1994, convocou os jornalistas e os sócios do clube vendo-se forçado a anunciar a iminente chegada ao local da GNR - “a pretexto de que está aqui uma bomba”.
Lembram-se? Mas o presidente do FC Porto não se acobardou: “Se estiver aqui uma bomba eu espero que ela expluda!” – disse o grande pacificador, o nosso Dalai Lama da bola. E a casa veio abaixo. Em aplausos, felizmente.
Não me entendam mal. Este episódio dramático não foi o princípio de nenhuma era. Foi antes a consagração de um regime já plenamente reconhecido na Assembleia da República e noutros órgãos de soberania.
A culpa disto é, foi e sempre será de Lisboa.
E exemplos não faltam. Alguns anos antes, em 1983, quando Lisboa era treinador da equipa de futebol do Benfica que foi às Antas jogar com o FC Porto a final da Taça de Portugal, diligentemente transferida do Jamor, também houve grandes faltas de respeito pelo público da casa.
O Benfica ganhou a final por 1-0, Lisboa não se aguentou, festejou provocatoriamente o saboroso triunfo no campo do adversário e, por culpa do seu treinador, os jogadores do Benfica receberam o troféu no relvado mas regressaram às cabinas com muita, mas mesmo muita dificuldade debaixo de uma grande e mais do que justificada saraivada de legítimo desagrado.
Em 28 de Abril de 1991 voltou-se ao mesmo. Lisboa fora escandalosamente reconduzido como treinador da equipa de futebol que foi ao estádio das Antas ganhar por 2-0. E praticamente conquistar o título outra vez na casa do rival. Também desta feita Lisboa voltou a fazer das suas provocações.
Valeu à honra dos ofendidos a bravíssima intervenção de um polícia “à civil” que “encabeçou um grupo de indivíduos”, pacifistas, que se encarregam de aplicar um espiritual correctivo aos gozões da Capital. E de tal forma que os dirigentes de Lisboa, provocadores, depois de “insultados, empurrados com brutalidade, agredidos a soco e a pontapé” viram-se obrigados, por cobardia, “a refugiar-se dentro de uma ambulância da Cruz Vermelha”, tal como viria a constar do relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna.
E foi muito bem feito terem festejado o título dentro da ambulância que, para lhes fazer o gosto e fazer as honras da casa, até era Vermelha, da Cruz.
Alguns anos mais tarde, Carlos Lisboa, por ser ecléctico, já não era o treinador da equipa de futebol do Benfica mas sim o treinador da equipa de hóquei em patins do Barcelona que foi ao Porto conquistar ao FC Porto a final da Liga Europeia da modalidade. E, perante isto, estavam à espera do quê?
Foi outra vergonha a que Lisboa, via Barcelona, foi fazer desta feita ao pavilhão Rosa Mota na presença do então ministro da Administração Interna, Fernando Gomes. Desconheço se houve relatório governamental sobre os incidentes.
Mas a verdade é que, devido às atitudes provocatórias do treinador, reincidente nestes comportamentos – de levar o punho esquerdo à nádega esquerda e o punho direito à nádega do mesmo lado, de ambas as vezes com sugestivo ímpeto -, os jogadores de hóquei em patins do Barcelona não puderam festejar o título europeu em campo e tiveram de patinar a mil à hora até ao túnel que os protegeu da justa indignação popular.
Para mal dos nossos pecados, estas situações parecem não ter fim.
Este país está numa decadência moral de tal ordem que Lisboa, depois de ter sido treinador de futebol e de hóquei em patins, surge-nos agora como, imagine-se só…, treinador de basquetebol.
E não há quem o prenda!
Infelizmente, Lisboa não só não mudou nem um bocadinho nestes anos todos como também já vai na terceira modalidade. É, digamos, a imagem viva da impunidade à solta.
Na semana passada, o Porto Canal nem conseguiu celebrar em sossego a sua noite recorde de audiências graças ao grande número de benfiquistas que sintonizaram a estação para verem Lisboa, outra vez - caramba! – a portar-se como o energúmeno que sempre foi e a impedir que os seus campeões pudessem festejar o título, outra vez, na casa do adversário, outra vez.
É justo que se diga que durante o jogo, o público comportou-se de forma cívica e desportiva entoando cânticos para Lisboa e Companhia o santo tempo todo: “SLB, SLB, filhos da puta, SLB”. Se Lisboa não gostou do que ouviu a noite inteira não é por ter sangue nas veias em vez de água, como seria desejável a bem da tranquilidade do país.
É porque, para além de grosseiro, é também ignorante. O presidente do clube anfitrião até já explicou publicamente, numa roda de jornalistas, que o conceito de “filho da puta” nos círculos em que se movimenta é muito diferente daquele que é atribuído por Lisboa.
Lisboa, sempre Lisboa, oh eterna culpa!
Meu querido apagão."

Leonor Pinhão, in A Bola

PS: Uma das melhores crónicas da Leonor (de sempre)... para os tarecos mais confusos, aqui temos um perfeito exemplo de «fina ironia»!!!

Vale tudo!

"No espaço de poucos dias, Pinto da Costa referiu-se ao Benfica, sem o nomear (o simples facto de o nomear parece que lhe queima a língua) como sendo “o clube do tempo do fascismo”, e chamou “burros” aos benfiquistas, sem nunca os nomear (a sigla do clube só é usada quando os adeptos e jogadores precisam de se animar com uns cânticos onde chamam nomes às mães dos adeptos do clube dos mouros), a propósito da nomeação de Pedro Proença para apitar a final da Champions. O país não se indignou. A imprensa desportiva assobiou para o lado. O estatuto de impunidade dá o direito a PC de insultar quem quer, de caluniar quem lhe apetece e de incitar ao ódio e à violência sem que ninguém o incomode.
Uns dias depois, no Dragão Caixa, o Benfica sagrou-se campeão de basquetebol, vencendo com dificuldade mas com mérito um adversário de grande qualidade, o que deu mais brilho à vitória. No final de um jogo em que o árbitro não interferiu no resultado, os treinadores cumprimentaram-se, como mandam as regras do fair play.
Mas, quando o jogo acabou, a culminar um clima de insultos e intimidação, os ânimos dos adeptos do FCP exaltaram-se. Agrediram os jogadores, levando a que a polícia não conseguisse garantir a ordem e a segurança e que a Taça fosse entregue ao vencedor nos balneários. Ao que se diz, Carlos Lisboa, treinador do Benfica, não terá resistido a responder às provocações e aos insultos com um gesto menos elegante. Tanto bastou para que o chefe do FCP entrasse no ringue e virasse o ónus da violência para o clube vencedor (como fizera com os famosos túneis da Luz), e vituperasse o comportamento da polícia que tentou, em vão, meter os adeptos do FCP na ordem.
No dia seguinte, Luís Filipe Vieira decidiu finalmente responder ao chefe do FCP num discurso duro, pondo em relevo factos que são conhecidos da opinião pública. O que fizeram a maioria dos comentadores (incluindo alguns que se dizem benfiquistas!)? Meteram tudo no mesmo saco: os insultos de PC e o discurso de LFV, o gesto de CL e a violência dos adeptos do FCP. O medo impera. E o servilismo também."

A ser verdade...

"Venho só dizer uma coisa....faço parte do corpo de intervenção que esteve no Dragão Caixa no jogo em questão, vou deixar aqui detalhes do que realmente se passou, se quiserem fazer isto publico estão à vontade, irão ter a confirmação disto tudo dentro de dias, no nosso relatório.Posto isto:
-O jogo foi por si bastante quentinho, por algumas vezes tivemos de intervir junto de adeptos por arremessos de objectos perigosos para a integridade de todos os atletas, uma vez que em movimento dificilmente acertas no alvo pretendido,os jogadores do banco foram os mais protegidos, mas também os mais massacrados;
-No término da partida, os festejos dos jogadores do Benfica, foram contidos, havendo aquela situação entre o Atleta Nuno Marçal e o treinador Carlos Lisboa;
-Após este incidente os adeptos começaram arremessar todo tipo de objectos para dentro campo, de seguida o atleta Nuno Marçal dirigiu-se À claque SD nos seguintes modos:
"Vocês vão deixar que eles festejem??Façam qualquer coisa, partam-nos todos..."
Ainda com os ânimos mais exaltados, tivemos de recorrer À força física e colocar em sentido alguns espectadores;
-Após carga policial, muitos de eles resolveram ir buscar paralelos, sim leram bem, paralelos ,para agredir o nosso corpo, como estávamos junto de outro publico, essas pedras caíram junto do mesmo abrindo cabeças de mulheres e ferindo até crianças; depois o Sr. Presidente da instituições vem dizer que fomos nós que batemos em crianças e em mulheres, quando são eles próprios a agredir as próprias mulheres e filhos;
-Para terminar, o jogador Rolando, defesa da equipa de futebol, estando presente no pavilhão ao terminar o encontro, foi abordado por um grupo de adeptos, dando-lhe um excerto de porrada desde a saída do pavilhão,até à sua viatura.
Poderão em breve confirmar isto tudo, mas disto ninguém feio falar o presidente e a sad desta instituição..."


Aquilo que aqui foi dito é muito grave, a ser verdade o senhor Nuno Marçal nunca mais deveria praticar desporto federado em Portugal (no mínimo)... admito que estou bastante ansioso para conhecer o relatório da PSP. Mas ao mesmo tempo desconfio, da 'coragem' dos agentes responsáveis da PSP!!! E se vamos, ou não, assistir a mais um encobrimento...
Hoje também foram conhecidas algumas fotos do jogo, na transmissão directa do jogo, alguns destes cartazes já tinham aparecido... No Dia Seguinte o Rui Gomes da Silva já tinha contado que os gestos do Carlos Lisboa tinham como objectivo, mandar os autores destes cartazes colocarem os ditos cartazes no 'bolso de trás'!!! (lendo o teor dos comentários feitos nos cartazes, o conhecimento necessário para proferir algumas das frases, a aparente organização na distribuição dos mesmos pelo Pavilhão, e sabendo de outras atitudes tomadas pelos senhor adjunto dos Corruptos, não me admirava nada que o filho do Namdonho das Facturas tivesse sido o autor moral dos cartazes!!!)!!! Deixo também alguns vídeos com exemplos do passado (existem muitos mais exemplos, principalmente de provocações dos Corruptos em jogos de várias modalidades em Lisboa, como a agressão à Stickada do Paulo Alves, etc... etc...)... exemplos bastantes esclarecedores das diferenças:





 

Portofobia!...

"Um jogo de basquetebol, duas equipas rivais, um título de campeão nacional em disputa. Venceu o Benfica. Perdeu o FC Porto. No final, cenas pouco edificantes. A partir delas, declarações extremadas.
Primeiro, Luís Filipe Vieira, que produziu porventura o discurso mais violento que alguma vez lhe ouvimos, visando o presidente do FC Porto, Pinto da Costa. Depois, um texto de resposta publicado no site oficial dos portistas.
Não se trata apenas de rivalidade. Esta era a prova que faltava para a conclusão de que, não obstante a postura menos bélica de "segundas figuras" de FC Porto e Benfica, designadamente na área do futebol, não é possível criar um clima de coexistência pacífica entre portistas e benfiquistas, enquanto Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira forem os presidentes.
Pinto da Costa vai ficar na história do desporto/futebol português como a personalidade que transformou o FC Porto num clube competitivo e ganhador, ao ponto de colocar Benfica e Sporting em plano secundário. E isso também tem muito a ver, não apenas com os métodos utilizados por Pinto da Costa e seus sequazes, mas também com a inabilidade revelada pelos presidentes dos clubes de Lisboa, incluindo Vieira.
O presidente do Benfica vem agora reafirmar a ilegitimidade dessas vitórias. Quero dizer que não sou portofóbico. Gosto da cidade do Porto e, até certo ponto, compreendo os motivos da defesa da regionalização. Pelo que vi (com os meus olhos), ao longo das décadas de 80 e 90, o FC Porto foi mais forte em muitos jogos, mas em muitos jogos foi escandalosamente beneficiado pelas arbitragens.
Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, deveria explicar, a propósito, o que quis dizer quando afirmou - na tentativa de proteger os árbitros da actualidade - que esta não é a ‘geraçãodos quinhentinhos’. Na verdade, o que se infere dos testemunhos de alguns protagonistas do futebol português é que houve uma geração de árbitros que alinhou em práticas ilegítimas, umas provadas e punidas, outras não... Durante muitos anos, Pinto da Costa e os seus prosélitos trabalharam afincadamente para instalar um clima de medo e coação no futebol português. À conta dessa coação, se vivêssemos num país menos tolerante em relação à impunidade, os adeptos do FCPorto não teriam construído a imagem do presidente-herói, porque o clube, nesse enquadramento e com a paliação dos regulamentos vigentes, já teria sido despromovido...
Houve um tempo, na história do futebol em Portugal, que a maioria alinhou na consagração do "império do medo": políticos (inclusive Presidentes da República), jornalistas, homens e mulheres da cultura e das artes, dirigentes de clubes adversários, treinadores, jogadores, seguranças, árbitros... Foram muito maltratados (inclusive agredidos) todos aqueles que não se colocaram numa posição de veneração e subserviência perante o "grande líder".
Em Lisboa, desde os tempos de Fernando Martins (Benfica) e João Rocha (Sporting), convictos do sucesso do "novo regime", houve a certa altura o impulso de copiar a fórmula. Más cópias, um descalabro total na tentativa de se promover a imitação.
Pinto da Costa diz e manda dizer, é obcecado pelo poder (atente-se no que disse Scolari sobre a relação dele com a Selecção Nacional e com Vítor Baía...) e faz tudo o que considera vital ter de fazer para alcançar os seus objectivos. Por isso, não é justo, nas suas discriminações gerais e pontuais, tem um índice muito baixo de desportivismo e um índice muito elevado de despotismo, não sabe ganhar e muitos menos perder.
O que aconteceu em redor do recente FC Porto-Benfica em basquetebol é apenas mais um lamentável episódio que revela uma forma enviesada de estar no Desporto. Um clube que emergiu na Democracia tem demasiados tiques ditatoriais.

Nota - Escusam de tentar ligar-me a um certo 'benficofilismo'. Simplesmente a minha consciência não é catequizável."

Baile mandado

"Leonardo Jardim é um homem sereno. Ponderado. Capaz de calcular o alcance e as ondas de choque do que diz - e disso deu exemplo ao longo da época. António Salvador é, por natureza e formação, um pragmático. Mesmo que não contasse a sua condição de empresário, ficaríamos esclarecidos com o seu "modus operandi" desde que é presidente do Braga acima de tudo, tem em conta os benefícios para a agremiação. Jardim escolheu o princípio das férias, depois de uma época brilhante, para se exceder. Salvador escolheu a mesma ocasião para se transformar numa virgem ofendida.
Pergunto: sou só eu que estranho a coincidência? Jardim é, desde que Pinto da Costa o elogiou e - automaticamente - condicionou, um treinador da órbita do FC Porto.
Como Domingos Paciência que foi emblema da casa. Como Pedro Emanuel. Como Sérgio Conceição. Como Nuno Espírito Santo. Como Fernando Couto. Mais aqueles que se espalham pelos escalões secundários. Dir-se-ia que esta distribuição de gente próxima nada tem de aleatório. Dir-se-ia mais: além dos empréstimos de jogadores, a "máquina" também cede treinadores. Em matéria de rodagem, vale mais do que uma equipa B. Não é preciso ser génio - basta não ser burro - para perceber as mais-valias. Não é um vira nem corridinho, é apenas um baile mandado. Caso Vítor Pereira saia para um Olympiacos qualquer, com uma "proposta irrecusável", não é preciso perguntar ao polvo Paulo - ou a outro "polvo qualquer" - quem será o substituto.
Mudo de assunto, porque não há como fugir: vivemos, todos, uma semana de vergonha. O nível desceu perigosamente, o que se lamenta. De ambos os lados, o que toma tudo pior. Não me revejo na linguagem, no timing, na mistura entre domínio público e esfera privada. Ainda assim, distingo. Há três décadas que, jogo a jogo, modalidade a modalidade, as provocações de um lado têm até cântico próprio, ao ponto de parecer mais importante apoucar do que comemorar. Há verdades que a Justiça decidiu desconsiderar. Há um permanente tom incendiário (quem lançou o grito "nós só queremos ver Lisboa a arder"?) que não pode, agora, por causa de um treinador que se excedeu, ser branqueado e esquecido. Há um clima de intimidação que não tem paralelo e que os bempensantes prosélitos teimam em ignorar. Ou seja, as culpas não são iguais, embora o ar que se respira me faça desejar, por uns momentos, ser italiano.
Dito isto, todas as atenções são precisas no dia 9 de junho. A tática dos terroristas é conhecida: designam mártires. O trunfo, na resposta, é exatamente não responder e não dar azo a mais lágrimas de crocodilo. Não pode correr mal, sob pena de todos serem iguais. Embora nós saibamos bem que há uns mais iguais do que outros.
Boas férias."

Polga

"Como qualquer adepto ligado umbilicalmente a um clube, tenho a curiosa reacção de olhar para um rival como um inimigo, ao invés, para um jogador detestado num rival e que a seguir joga no Benfica como um amigo.
Em regra, também não nutro admiração por um jogador de um rival, ainda que no recôndito da consciência admita silenciosamente a sua qualidade.
Vem isto a propósito da despedida de Anderson Polga. Um exemplo de que a excepção confirma a regra.
Trata-se de um desportista que, jogando no arqui-rival do Benfica, sempre apreciei. Não apenas como bom profissional, mas igualmente por ter sido um homem discreto, sereno, delicado, dedicado e com respeito pela profissão e pelos colegas com quem e contra quem jogou. Esteve 9 anos no Sporting com grande dignidade e elevação. Mais e melhor do que muitos que se reclamam de amor clubista. A imagem do jogador chorando após a derrota no Jamor é a expressão fiel de como viveu intensamente o clube que representou. Como seu adversário clubista, felicito-o e desejo-lhe as maiores venturas.

PS(I) - Ao contrário do que li em A BOLA(!), Polga não foi o único campeão do Mundo (apenas em 2 jogos) a jogar cá. Então, o Capdevila campeão (sempre titular) do Mundo e da Europa Não conta?

PS(II) - Na sua crónica, o Dr. Eduardo Barroso disse que «Carlos Lisboa está a mais no desporto português» por ter reagido mal (e a quente) no Dragão. Com a estima e consideração que tenho por ele e mesmo tendo em conta a sua natural parcialidade clubista (de que também sofro...), que dizer do actual treinador do SCP que bateu (a frio) no então seleccionador?"

Bagão Félix, in A Bola

PS: Transcrevi esta crónica essencialmente devido aos Post Scriptum's (!!!) - mas por acaso até subscrevo a opinião sobre o Polga, obviamente que o facto do Sporting nestes 9 anos não ter sido Campeão, também ajuda...!!!
Em relação à referência do Polga ser o único Campeão do Mundo a jogar em Portugal, recordo que esta semana, o primeiro a 'enganar-se', foi o inevitável Rui Oliveira e Costa, em directo na RTP i !!! Como não podia deixar de ser... e sem réplica na altura, também, como é habitual!!!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sem censura...

Finalmente uma entrevista sobre o Futeluso, onde o entrevistado diz o que pensa, sem medo de represálias, sem querer bajular quem quer que seja, sem ironias, nem meias-verdades, sem enigmas... De toda a entrevista a declaração mais importante acaba por não ser surpresa para ninguém... qualquer pessoa, que acompanha o Futeluso, sabe à muito tempo que as convocatórias das Selecções são condicionados pelo Padrinho (mas também pelos empresários, pelos marcas de material desportivo...), outros dirigentes provavelmente também tentam condicionar as chamadas à Selecção, mas em Portugal nos últimos 20 anos, só conta uma opinião (nos anos 80 o domínio ainda não era total, mas depois de Saltillo e com a chegada do Queiroz à Selecção principal tudo ficou mais fácil...Os dois anos do Humberto provavelmente foram a excepção, mas tudo se 'resolveu' rapidamente, apesar dos excelentes resultados do ex-capitão do Benfica)!!! Quando o Corrupto-mor é contrariado - e isso é raro -, é um corropio de notícias destabilizadoras, são declarações inflamadas, são ameaças via avençados parvos... Em privado toda gente sabe que é assim, mais ainda os jornaleiros que acompanham a Selecção - aliás Scolari diz isso na entrevista -, só o medo, e a 'coluna' torta impedem que isto seja assumido por todos...!!!
Os opinadores e avençados do costume, em vez de duvidarem e/ou diminuírem a afirmação do Scolari, assobiando para o lado como estão tão habituados a fazer, o que deviam fazer era perguntar: qual a razão de no actual 'reinado' de Paulo Bento, à frente da Selecção, estar a ser tão pacifico, sem polémicas na Comunicação Social, com total apoio da 'estrutura' Corrupta, tal como teve o Queiroz, e tal como teve o Oliveirinha?!!! Será que o Senhor Tranquilidade está a aceitar os 'conselhos' matrimoniais (e não só) do Padrinho?!!! E já agora, porquê é que será, que os melhores resultados da Selecção Nacional foram nos 'reinados' do Humberto e do Scolari?!!!




PS: Já agora os arrotos do Madaíl em resposta são ridiculos: dizer que só num jogo particular é que os Corruptos lhe pediram um favor, é palha que só mesmo os asnos comem...!!!

Itália: máfias mas... Justiça!

"Caramba: e já vão 3! D Totonero-1980, à actual 'bomba' Calcioscommesse (apostas no futebol), passando pelo Calciocaos, há apenas 6 anos. De escândalo em escândalo, demominador comum nas apostas ilegais, muitos milhões, de liras para euros, ganhos a viciar resultados no futebol italiano. Imediata reacção exterior: em Itália, muito daquilo - dirigentes, futebolistas, treinadores... - é... Máfia. E a sucessão de broncas, quase decalcadas a papel químico, demonstra que eles são mesmo incapazes de se regenerar...
Porém, oposta deve ser a tónica: enorme elogio à Justiça italiana ( a desportiva e a do Estado). Porque irregeneráveis são as máfias. Multinacionais do crime organizado cujos inúmeros e brutais tentáculos não atingem mais o futebol do que amarram membros de alta finança e políticos...
Gigantesca diferença: em Itália - como na Bélgica e na França, para nos cingirmos a alguns famosos exemplos na esfera do futebol -, a Justiça funciona, determinada, rápida, eficaz. Sem olhar a estatutos... Em 1980, despromoção de Milan e Lazio...; e 2 anos de suspensão à estrela Paolo Rossi. Em 2006, a bicampeã Juventus perdeu esses títulos e foi parar à Série B... (director desportivo banido; punições também para Fiorentina e Reggina, tal como, de novo, para Lazio e Milan, todos iniciando a época seguinte com ror de pontos negativos). Agora, entre a vintena de já detidos, vários jogadores de clubes de topo. Sob investigação o treinador campeão e futebolista que estava no estágio da equipa nacional para o Europeu e dela, pela federação, logo foi afastado.
Raio de mania: pôr tudo a claro, não apenas no You Tube..."

Santos Neves, in A Bola

A vitória no recinto

"Desde cedo sigo o basquetebol. Num tempo em que havia recintos ao ar livre e a NBA era desconhecida. Esta ligação advém de, jovem, ter vivido intensamente os jogos do Illibum, o clube de Ílhavo, minha terra natal.
Há dias voltei a vibrar com o 23.º título do Benfica, numa negra vencida com justiça e heroicidade, em condições adversas e ingratas. Com Carlos Lisboa a levar o Benfica ao título, ele que como jogador do clube foi, em onze anos, 10 vezes campeão e é o melhor basquetebolista português de sempre.
Os cinco jogos da final foram jogados entre duas equipas que, no recinto, sempre se respeitaram num ambiente de fair-play. Até a arbitragem contribuiu para não ser o centro das desavenças, o que não é fácil num desporto onde a fronteira entre ser falta ou não ser, tem a dimensão de um fio de cabelo.
O que, porém, se passou no final do decisivo jogo foi miserável. Independentemente de reais ou inventados rastilhos e intimidações e nada desculpa o insólito de os atletas do Benfica terem recebido o troféu entrincheirados entre quatro paredes como se fossem perigosos marginais.
Escrevo agora com a mesma coerência com que censurei o que, há um ano, se passou na Luz no jogo em que o adversário se sagrou campeão de futebol. Quem criticou (com razão) o apagão e a rega, deveria ter o mesmo critério e não ajuizar agora benévola e amoralmente a vil tristeza do que se passou no Dragão.
Para o futuro, bom seria que o bom senso imperasse. Mas o day after não me sossegou. De lado nenhum...
Fica-me a saborosa alegria da vitória do SL Benfica no que interessa: o jogo."

Bagão Félix, in A Bola

PS: A crónica de hoje, no jornal A Bola, do Lagarto Barroso, sobre este tema, é talvez o mais hipócrita chorrilho de letras, algumas vez vomitadas pelo próprio!!! E não é nada fácil atingir tal nível!!! Nem cronistas Corruptos, escreveram tais disparates... é o que dá querer ser mais Papista que o Papa!!! E deixo uma pergunta: se o Lisboa está a mais para o desporto Português, então e o Eduardo Barroso estará a mais em algum lado?!!!

'Calcio' infectado


"A bomba esperada desde há algumas semanas explodiu. Os primeiros resultados das investigações que estavam e continuam em curso nas Procuradorias de Cremona e Bari são agora conhecidos. Falta ainda conhecer as conclusões a que irão chegar as outras Procuradorias, e são várias, que têm processos idênticos. Sinal inequívoco de que o futebol italiano não sabe viver sem convulsões. Mas também o único, na Europa, onde estas malfeitorias são publicamente denunciadas e estigmatizadas e depois punidas.
Não se pense, porém, que nos outros países tudo é limpo e edificante, até porque na sua génese está uma organização criminosa transnacional com células na Hungria, Roménia, Suíça, Singapura, China e Japão. Para já. Ontem à noite os arguidos era já mais de 30, entre jogadores (a maior parte), técnicos e dirigentes, quase todos em prisão preventiva, mas as detenções e as buscas domiciliárias prosseguiam em toda a Itália e no estrangeiro. Entre eles, nomes conhecidos: Mauri (capitão da Lazio), Bonucci (Juventus), Pellissier (Chievo), Criscito e Sculli (Génova, Kaladze , Bertani...
Futebolistas que vendem a honra, a consciência para... comprarem um Ferrari.
Perante as proporções que o caso já tomou foi-lhe atribuído o nome de código de Last Bet (última aposta). Na Série A, as partidas incriminadas na época 2010/11 são 7 e os clubes 8: Nápoles, Sampdoria, Brescia, Bari, Lecce, Palermo, Lazio e Génova. Na Série B são 16. Todo este escândalo é penoso e degradante. A questão mais espinhosa e, até, mais alarmante é a de Antonio Conte, técnico campeão com a Juventus, envolvido no jogo Novara-Siena, do qual era treinador. Se se provar o seu envolvimento, a equipa de Turim volta a andar na corda bamba. O problema dos jogadores é fácil de resolver, difícil é o dos clubes se for mantida a cláusula da responsabilidade objectiva prevista nos regulamentos e as implicações que isso terá tanto internamente como no âmbito da UEFA."

Manuel Martins de Sá, in A Bola 

A ironia

"Quando um determinado personagem nacional abre a boca à frente de solícitos microfones, chega a hora das graçolas à la carte que calam fundo no lado boçal do futebol, despertando os humores mais sensíveis à atoarda, ao achincalhamento e ao desrespeito de pessoas. Chalaça, laracha, piadola ou chocarrice seria a classificação mais apropriada a esta irreprimível tendência para a pilhéria aos adversários – mas não, os admiradores deste separatismo trocista tinham logo de elevá-las à nobre condição de ironia. Já houve até um papista que recentemente não resistiu a declará-lo “mestre da ironia”!
O país decente e temente à lei vive bem com as diatribes do homem. Incomoda-se por vezes, com a oportunidade traiçoeira ou com os desvios de cariz racista, mas toda a gente já se riu, algum dia, com as facécias deste abencerragem do anedotário lusitano.
Mas, de repente, eis que do outro lado vem resposta, mais em jeito de bordoada, bruta e seca, sem ponta de fineza. Os dislates viram baionetas, os remoques engrossam para calibre de morteiro. Os jornalistas mais obnóxios transformam-se em cronistas de guerra e os comentadores dos painéis marciais em observadores em missão de paz. Como se o mundo, o nosso pequeno mundo, da bola estivesse a empinar de pernas para o ar!
O afrontamento foi elevado à condição de maior apelo à violência, o que não chegou para tirar da prateleira do sossego as autoridades competentes, porque o cariz declarado e ostensivo dos beligerantes os retira, automaticamente, do notável universo de alvos dos nossos badalados serviços de espionagem. Na bola, é tudo às claras, com a boca no trombone, porque as malfeitorias sob escuta não servem para mais nada, senão para enriquecimento da secção das mais finas ironias do YouTube.
Entre “burros” e “camiões”, “poesia” e “coca-cola”, é mais fácil entender a baixaria do confronto. Não deste em particular, com insulto e contra-insulto, mas de 30 anos deles, numa só via, sem resposta. Meio perdidos sob o fogo cruzado, alguns dos comentadores alinhados apressam-se a replicar a denúncia de um provocador de apelido Lisboa – isto sim, uma ironia finíssima –, ao mesmo tempo que assobiam para o ar ao ritmo daquele hit da ofensa militante, o tal “SLB, SLB, filhos…”, que o coro das claques unifamiliares entoa em pelo menos dez “encores” por atuação.
Mas não, não há, nunca houve, qualquer ironia neste circo. Apenas muita vergonha para os que pactuam, aplaudem e imitam, falando em desporto sem apontar tais exemplares como modelos de tudo o que não pode nem deve ser feito numa sociedade livre e sadia.
Agradeçamos, então, aos fundamentalistas por, ao menos desta vez, terem poupado a dignidade dos bons defensores da língua e respeitado a cultura dos que usam o sarcasmo como arma legítima e elevada de crítica social. Responsabilizando editores, jornalistas e comentadores, muitos mas não todos, pela falta de coragem em assumir que a charada da “linha” e dos “pneus” não é realmente uma ironia, vá lá, ao peso excessivo e doentio dos dirigentes do futebol."

terça-feira, 29 de maio de 2012

Rasteirinho

"Toda a gente sabe que Carlos Lisboa, o melhor jogador de basquetebol português, é um “holligan”. É este o retrato que certa gente de um clube da cidade do Porto quer fazer passar de Carlos Lisboa. Por uma única razão: mau perder. E foi só por isso que voaram objetos, cadeiras e o diabo-a-quatro no pavilhão do tal clube: mau perder.
Tivessem pedido à sorte que o último dos cinco jogos da final não lhes calhasse em casa. Ou tivessem jogado alguma coisa de jeito para puderem ser eles os campeões. Como não são, manifestam-se como sabem. Uns esperneiam, outros atiram o que podem aos campeões, outros ainda escrevem comunicados que o leitor médio do tal FCP não percebe. E jogam baixo. Se calhar foi por isso que perderam o campeonato de basquetebol: é que nesta modalidade joga-se nas alturas, e aquela gente só sabe jogar rasteiro.
Eu que por acaso tenho o Porto Canal e assisti à final. E já vi repetidas vezes as imagens da celebração benfiquista no meio do pavilhão, felizes da vida jogadores e equipa técnica, depois de uma conquista à melhor de cinco no derradeiro encontro, disputado até ao fim, e por escassa diferença pontual. Não encontro naquela comemoração senão a felicidade de todos quantos tinham acabado de vencer. Com mérito. Não vi Carlos Lisboa a fazer senão abraçar, pular, ser levado em ombros. Até que um careca capitão do FCP – cujo nome ninguém sabe e dia algum vai saber, tamanha é a sua irrelevância – aparece a pedir explicações, mão na anca como se fosse a dona de casa, dizendo que o SLB não podia comemorar assim. É muito mau perder, muita falta de vergonha, é gente habituada a ganhar haja que expediente houver e quando a vida lhes corre mal perde a cabeça e não sabe comportar-se. Como a equipa do Benfica teve de ser escoltada às cabinas e ali receber o troféu, o mínimo que os vencidos deviam ter feito era não receber as medalhitas de meros participantes no meio do campo. Mas não sabem comportar-se. Com o presidente do Clube a assistir e a choramingar-se que a polícia foi má para os pobrezitos dos meliantes, mostram o que são. São coisa pouca. E nem comunicados percetíveis sabem escrever."

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Atitude

"Em pleno defeso, os benfiquistas interrogam-se. Que equipa na próxima temporada? A questão faz todo o sentido, ademais sabendo-se que, invariavelmente, os objectivos são audaciosos. Todas as competições terão de ter a marca Benfica, que o mesmo é dizer a luta pelo triunfo. Porventura, apenas a Liga dos Campeões pode não obedecer a esse requisito, ainda que uma prestação de qualidade esteja no horizonte.
Mas será que o problema é a equipa que se vai apresentar na nova época? Com algumas alterações, fruto de contingências várias, o grupo de trabalho não deve sofrer grandes alterações e dará, em tese, todas as condições para a prossecução dos múltiplos propósitos ganhadores.
A questão não é a equipa? Então o que é? É sobretudo, a atitude. Os dois últimos anos, provaram à sociedade que o Benfica claudicou nos momentos capitais. Os dois últimos anos, provaram à sociedade que o Benfica não foi respeitado ou não se soube dar ao respeito.
No Benfica, exige-se outra atitude. Atitude competitiva? Também maior vigilância e ataque cerrado a todos aqueles que pretendem inquinar a Verdade Desportiva. Não pode haver facilitismo, não pode haver triunfalismo. Da mesma forma, não pode haver negligência, não pode haver descuido.
Todos os benfiquistas têm de contribuir para que a ATITUDE seja outra. Muito os adeptos, mola real da melhor ou menos boa atmosfera emocional. Por acrescidas razões, muito os dirigentes, os técnicos, os atletas. O Benfica tem que atemorizar, o que não significa viciar. Tem histórico para isso, tem peso para isso, tem condições para isso. Há uma atitude vermelha que, em momento algum, pode estar desbotada, para ser descurada.
Então, sim. A paisagem competitiva será outra. Mais garrida, com absoluta certeza."

João Malheiro, in O Benfica

Saber perder

"From: Domingos Amaral
To: Pinto da Costa

Caro Pinto da Costa
O padrão repete-se: o seu FC Porto perde um jogo e acaba tudo à estalada. No túnel da Luz, foi assim, com Hulk na molhada. Agora, no final de um jogo de basquetebol, mais balbúrdia e bastonadas. Depois, nasce a narrativa habitual: a culpa é sempre dos benfiquistas. No túnel foi dos seguranças, no pavilhão de Carlos Lisboa. Segue-se o espetáculo do costume: ciclos de violência verbal e comunicados cheios de fel de parte a parte.
Devo dizer que estes exercícios folclóricos e musculados de machos não me excitam. O que me interessa mesmo é perceber porque é que isto se passa sempre que o seu FC Porto perde. A maior parte das pessoas tem tendência a dizer que o clube “não sabe perder”. É verdade. No entanto, ao contrário de muitos, não considero tal característica um defeito, mas sim uma qualidade. A derrota é a “zona de desconforto” do seu FC Porto, um estado onde o clube se sente profundamente mal e, quando acontece, alguém tem de pagar por isso. Ora, este comportamento só existe porque a vontade de ganhar é tão elevada e tão intenso o compromisso com a vitória, que qualquer derrota é sempre traumática, ao ponto de só se conseguir ultrapassar através de explosões de agressividade e violência.
“Não saber perder” pode chocar muito as mães e ser mal visto pelos bem pensantes, mas é a manifestação de uma atitude competitiva poderosíssima e de uma cultura de vitória entranhada. Saber perder, no FC Porto, é já começar a perder. Julgo que o senhor é o principal criador desse espírito, e acredite que o admiro por isso. Só no dia em que Benfica e Sporting chegarem perto desse desejo louco pela vitória, é que serão capazes de derrotar o seu FC Porto mais vezes."


PS: Compreendo onde o Domingos quer chegar, mas existe uma diferença entre um 'mau perder' desportivamente saudável, e um 'mau perder' violento, vândalo, arruaceiro, pré-histórico...!!!

Sem desculpa

"Também nas principais modalidades erradamente chamadas amadoras, a saber, o basquetebol, o andebol e o hóquei em patins, o título estava na posse dos dragões e igualmente em todas elas o clube da águia se apresentou como o principal candidato ao resgate do cetro.
O caso do andebol já estava resolvido, e bem resolvido. Havia legítimas expectativas quanto às restantes duas. Mas os augúrios, reconheça-se, não eram os melhores. Ainda por confirmar no hóquei, uma modalidade que caminha, de resto, para a quase insignificância, chegou já a decisão sobre o basquetebol. Sem surpresa, o Benfica reconquistou o título. Com mérito e justiça, pese embora os dragões tenham dominado a fase regular. Mas quando se chega a uma final a disputar à maior de cinco, sendo mesmo preciso jogar a quinta partida no terreno do adversário, e se chega lá e vence - o que nem sequer foi inédito – o vencedor não pode ser contestado. Parabéns, portanto, ao Benflca. Perder não é vergonha. Vergonha é não saber perder. E o que se passou no final do jogo foi verdadeiramente vergonhoso. Não há outra maneira de o dizer. Nem vale a pena tentar alegar hipotéticas causas justiflcativas - porque não há, nem pode haver, justificação alguma para tal tipo de atitudes. Nem há também atenuantes, como a invocada provocação do treinador vencedor.
O FC Porto tem ganho tanto que já sabe vencer tanto sob as trevas como sobre apagões. Mas pelos vistos ainda não aprendeu a saber perder. Não resolveria nada, mas ficava-lhe bem, ainda que tarde, que de imediato publicamente felicitasse o Benfica e apresentasse as devidas desculpas pelo sucedido no último duelo."

Paulo Teixeira Pinto, in A Bola

PS: Não tenho muito apreço pela personagem - por diversos motivos - mas até agora foi o único adepto confesso dos Corruptos, que mostrou publicamente vergonha pelo o que aconteceu... só um reparo: quando diz que os Corruptos souberam ganhar '...sob as trevas dos apagões', não é exactamente verdade, os cânticos foram os do costume...!!! E como eu condenei o Apagão, e condenei a atitude do Carlos Lisboa, estou à vontade para dizer que os Corruptos não sabem perder, e não sabem ganhar... E enquanto no Benfica ocasionalmente temos atitudes menos dignas por parte dos adeptos (jogadores, treinadores e dirigentes menos ainda...), no caso dos Corruptos são mais consistentes!!! É praticamente sempre...

Erros e excessos

"Dá que pensar o verdadeiro muro de lamentações que se ergueu após a vitória do Chelsea na Liga dos Campeões. Foi descrita como “a morte do futebol”, “o triunfo da hipocrisia”, “o elogio da cobardia” e sabe-se lá o que mais. Só me espanta que entre os arautos da desgraça na causa futebolística se contem vários dos veneradores atentos de José Mourinho, nomeadamente na épica, heroica, inteligente e estratégica eliminação do Barcelona, na mesma Liga, quando o técnico português estava ao serviço do Inter Milão. Até o facto de os pontas-de-lança (os africanos Samuel Eto’o e Didier Drogba) terem acabado a defender, ante os mesmos catalães, os respetivos flancos esquerdos aproxima os dois feitos. Como os congrega o facto de Inter, antes, e Chelsea, agora, serem olhados como marginais ao grande futebol. Imperasse esta lógica e estaríamos alheados de elementos essenciais a este desporto – a surpresa, a superação, o sublime que pode haver no coletivo.
Por maioria de razão, a viagem da Taça de Portugal até Coimbra também não deve ter agradado, uma vez que a Académica levou para o Jamor a modéstia do seu arsenal. O problema é que o Sporting pareceu esquecer-se das armas em casa e entrou a jogar como só a soberba permite: o tempo encarregar-se-ia de repor a verdade e de explicar como as vantagens alheias eram apenas nuvens passageiras. Afinal, os minutos não foram aliados e nem a quebra física dos rapazes de Pedro Emanuel teve como equivalência a eficácia da parte dos leões. Não chegou nem para empatar, embora dispusessem de 86 minutos mais descontos para recuperar. Nada. A festa fez-se onde não se fazia há mais de 70 anos. Para o Sporting, o pior não foi ver escapar-se-lhe o título que, na ideia de muitos, até já tinha lugar reservado no Museu do clube – o pior foi a atitude de censura (com enormes responsabilidades para Sá Pinto, menos “envernizado” do que noutras horas) para as manifestações de profissionalismo de Adrien Silva, o melhor jogador em campo. Ao ponto de haver já quem defenda que o luso-francês não deve voltar a Alvalade… Depois queixam-se. E o FC Porto ou o Benfica agradecem…
Já Pinto da Costa continua a sua apoteótica digressão regional (alguém sabe quantos quilómetros vão da Afurada a Espinho?), sempre a subir de tom. Proença está perto da medalha e Platini da beatificação. No Benfica, parece só haver duas hipóteses: ser burro ou ser estúpido. Mas sempre conspirador. Só é pena que continue, passo a passo, a demonstrar que, mesmo 30 anos mais tarde, ainda não aprendeu a ganhar. E, já agora, é pena que não fale, por exemplo do rombo orçamental do clube com a saída da Champions… Mas se calhar ainda é cedo para prestar contas – talvez um dia…"

Sem bandeirinhas ou com bandeirinhas?

"Tempo de selecção! A época oficial terminou no domingo com a Académica a fazer história no Jamor, 73 anos depois da sua última vitória na Taça de Portugal e com o Sporting em inesperada agonia porque ninguém em Alvalade, nem o presidente, nem o treinador, nem os investidores chineses mais os investidores angolanos, alguma vez acreditaram que fosse possível soçobrar na única competição que lhes parecia historicamente destinada.

Coimbra rejubilou com o feito, naturalmente. Do lado dos vencidos, também com a maior das naturalidades, nem foram precisas 24 horas sobre o jogo do Jamor para as qualidades leoninas de Sá Pinto serem postas em causa.
Para Ângelo Correia, presidente da assembleia geral da SAD, o futuro do jovem treinador em Alvalade não é certo. Ângelo Correia poderá ter extravasado as suas funções mas não extravasou da realidade. No futebol nada é certo. E as grandes declarações de amor podem não resistir à primeira contrariedade prática. No futebol os estados idílicos são quase sempre grandes ficções novelescas.
E como é tempo de selecção, voltemos ao único assunto futebolístico nacional que consegue promover a unanimidade dos afectos. No entanto, acabaremos sempre por vir a saber que nem tudo são rosas na selecção e que a equipa das quinas é também palco para grandes ficções novelescas. O último contributo para a desmistificação de tanta comunhão à volta de uma bola foi prestado ao país por Sérgio Conceição.
Conceição veio a público prestar o seu apoio ao seleccionador Paulo Bento e, como em Portugal as homenagens são sempre contra alguém, aproveitou o ensejo para menorizar a tão celebrada dimensão patriótica da era de Luiz Felipe Scolari: "Não precisamos de bandeirinhas à janela", disse o actual treinador do Olhanense.
É verdade que, para ganhar à Alemanha, à Holanda e à Dinamarca, não fazem falta nenhuma as bandeirinhas à janela. O que faz falta, nestas ocasiões, é sempre a mesma coisa: golos na baliza dos adversários e, se possível, "bandeirinhas" que deixem passar os fora-de-jogo da nossa linha atacante. Está visto que Scolari era um parvo. E que Paulo Bento é bestial. Pelo menos até a bola começar a rolar. No futebol nada é certo. Nem as boas intenções. Não é, Sá Pinto?

ERRAR É HUMANO
Afinal sempre houve "quinhentinhos"
Na semana passada, Vítor Pereira (o presidente dos árbitros) concedeu uma extensa entrevista a "A Bola" em jeito de balanço da temporada. E fez o que lhe competia, defendendo a corporação a que pertenceu e que hoje lidera embora, como sempre acontece quando os poderes se prolongam, se desenhe já uma frente de jovens turcos do apito motivadíssimos para lhe ficar com o lugar e com as competências quando a hora soar.
Da entrevista de Vítor Pereira há a relevar duas afirmações: a primeira é de índole cómica. Pereira disse temer que, em Portugal, os árbitros se tornem "uma classe em vias de extinção". É impossível não lhe dar razão vendo as dificuldades com que Paulo Baptista subiu à tribuna do Jamor. Incrível como o árbitro não se "extinguiu" logo ali nas escadarias com tanta palmada nas costas.
A segunda é de índole criminal. Vítor Pereira disse a "A Bola" que o grupo de árbitros que comanda "não é a geração dos quinhentinhos". Ficámos assim a saber, pela voz autorizada de Vítor Pereira, que afinal houve mesmo uma "geração dos quinhentinhos" a operar em prol da verdade desportiva. E, pelos vistos, safaram-se todos lindamente, sem mácula. A dita mácula tombou apenas sobre as tabelas classificativas de década e meia do futebol português.

POSITIVO
Marinho enorme
Marinho tem 1 metro e 66 mas deve ter parecido um gigante a Rui Patrício quando surgiu na área do Sporting para fazer de cabeça o golo que deu à Académica a vitória na final da Taça de Portugal.

NEGATIVO
Villas-Boas na mira
Acabadinhos de se sagrar campeões europeus, os jogadores do Chelsea foram tudo menos corteses com o seu ex-treinador. Obi Mikel e Lukaku, entre outros, aproveitaram a festa para desancar no treinador português.

Robben maldito
Robben falhou uma grande penalidade no prolongamento da final da Liga dos Campeões e os adeptos do Bayern não lhe perdoam. O holandês foi vaiado pelo seu público no decorrer de um "amigável" com a selecção holandesa.

PÉROLA
"UM ASSESSOR DO FC PORTO DISSE-ME QUE DEVIA CUMPRIMENTAR O WITSEL APENAS LONGE DAS CÂMARAS", Steven Defour
A entrevista do belga portista à "Gazeta de Antuérpia" vem revelar o grau avançado do problema, que já parece clínico e do foro mental, que lamentavelmente afecta a arte ideológica do FC Porto no que diz respeito a qualquer tipo de relacionamento com o Sport Lisboa e Benfica."

Leonor Pinhão, in Correio da Manha

domingo, 27 de maio de 2012

Objectivamente (Amigos do Proença!!!)

"Os ratos de repente saíram todos do buraco em defesa do maior árbitro do Mundo: Pedro Proença! E veja-se quem o defende: Primeiro foi Miguel Sousa Tavares na sua crónica d'A Bola. Agora é Pinto da Costa que representa todos os seus correlegionários! Afinal nunca pensei que esta paixão (não é o Bruno, 'that's another story'...) pelos árbitros, dominasse por completo as cores da cidade do Porto. Que amor tão intenso e tão fiel. É dos nossos! Gritam os azuis e brancos defendendo a sua dama que teve comportamento exemplar nos últimos tempos antes do acesso às plataformas internacionais que dão direito a finais da UEFA e da FIFA.
Quem melhor que os actuais chefes da bola em Portugal para dar umas «goelas» a estes árbitros portugueses que só têm estilo e gel na cabeça!
É assustadora e intrigante a gritaria que têm feito todos os dias os simpatizantes e adeptos do Porto desde que o homem do apito cinzento foi nomeado para ir a Munique! Não fizeram tanto alarido quando foi nomeado para ir à fase final do Europeu... É que ainda não tinha acabado a competição e o «segredo é a alma do Campeonato»!
Diz P da Costa que «vozes de burro não chegam à UEFA» e o seu confrade MSTavares que a exibição de Proença foi «rigorosa, incontroversa, elegante e sem exibicionismos». Tirando aquele penálti de David Luiz, tão claro como o fora de jogo de Maicon na Luz, e a falta de punição a muitas fitas que houve durante o jogo (que poderiam ter influenciado o resultado se houvesse concretização do penálti e expulsões) praticamente nada aconteceu... Desde que seja a favor do «nosso Porto», claro, como dizia um amigo meu com certa graça: «com Pedro Proença os azuis ganham sempre...».
Pelos vistos vamos ter Proença em alta mais umas épocas, cotando-se como o melhor e mais natural sucessor de António Garrido nas preferências dos portistas. De Garrido já nós todos conhecemos o longo curriculum depois de terminadas as artes de bem apitar. De Proença só mais tarde saberemos qual vai ser o seu futuro.
Com essa «elegância e rigor» garanto-vos que vai longe!
Se Deus quiser cá estaremos para ver daqui a uns anos onde este artista do apito vai acabar."

João Diogo, in O Benfica

Positivo



A equipa Masculina da secção de Atletismo do Benfica ficou em 5.º lugar na Taça dos Clubes Campeões Europeus, que se disputou este fim-de-semana em Vila Real de Santo António.
Em ano de Campeonatos Europeus (já no final de Junho) e Jogos Olímpicos (os dois principais objectivos da época, para os nossos principais atletas), com algumas ausências por lesão, podemos ficar contentes com a participação da equipa do Benfica... sem usar 'truques', usando a prata da casa, com muita juventude, o Benfica teve uma participação digna... com mais alguma experiência, espero que no próximo ano o Benfica volte a representar Portugal nesta competição (os Campeonatos Nacionais são daqui a 2 semanas), será bom sinal...

PS: A secção de Rugby do Benfica conseguiu hoje a manutenção na 1ª Divisão após vencer o CDUP por 34-14. Após mais uma época abaixo do desejável, o Benfica acabou por fazer os mínimos... é preciso dar um salto em frente... se não existe condições financeiras para lutar pelo título, temos pelos menos de fazer o que a Académica fez este ano... 

Formação vencedora...


O Basquetebol continua a dar alegrias aos Benfiquistas, desta vez foram os sub-20 dominando por completo a Final Four, sagraram-se Campeões Nacionais, com três exibições muito boas, onde as coisas nem sempre saíram bem, mas a velocidade atacante e a agressividade defensiva foi constante:
Tudo começou na Sexta-feira com um: Benfica 80 - 52 Leça. No Sábado tivemos um Benfica 72 - 41 Ovarense. E hoje tivemos um Benfica 87 - 71 Barreirense !!! Sendo que o Carlos Ferreirinho só foi utilizado no primeiro jogo!!! Um título conquistado com muito talento e muito suor... Nas últimas épocas nesta categoria já fugiram alguns títulos, alguns de maneira muito 'estranha', mas este ano a jogar em casa, nada podia travar os nossos jovens atletas. Agora temos que encontrar soluções, com os plantéis repletos de estrangeiros não é fácil, mas esta equipa, praticamente toda, merece uma oportunidade ao mais alto nível...
Parabéns aos jogadores (alguns também foram Campeões nos Seniores), e um muito obrigado ao Goran que com um trabalho em profundidade conseguiu imprimir um cunho vencedor na formação do Basket no Benfica (este ano ainda vamos disputar a Final Four nos Sub-18 e nos Sub-16)... Creio que o trajecto do Goran vai acabar no Benfica, como treinador da equipa principal, espero que assim seja...!!!
Existe muito talento nesta equipa do Benfica, a FPB decidiu premiar o João Paulo Fernandes como o MVP, e o André Calabote como o melhor defensor... além do Ferreirinho que jogou pouco, tenho que destacar o Luís Tomassi a defender, e aquele que para mim tem o melhor 'estilo' de jogador: o Diogo Ventura...

PS: Hoje, também merecem destaque, na Formação do Futebol, os Juvenis B, os Infantis (sub-12), e os Benjamins A que se sagraram Campeões Distritais (não existem Campeonatos Nacionais nestas categorias).
Os Juniores e os Iniciados A que estão a participar em torneios no estrangeiro, também tiveram um Domingo vencedor...

sábado, 26 de maio de 2012

O Azeiteiro e Dona Constança

"O Azeiteiro-da-cabeça-d'unto e Dona Constança são almas gémeas. Nem um nem outro falham festa ou festança. O Azeiteiro vai às festas mesmo sem ser convidado; e se não há motivo para festejos, ele arranja. Desde que seja para ver feliz o Palhaço. Ultimamente, ainda mais que Dona Constança, tem-se visto como parlapatão de muita festança. Talvez, na sua íntima estupidez, se convença de que é convidado pelos seus méritos histriónicos. Não é: é apenas obediente, subjugado. Um bobo de cócoras. Há dias untou de azul a sua cabeça oleosa e, respeitoso, dócil, sujeitou-se à mais tinhosa das vergonhas. Lá do alto, o Madaleno ordenava-lhe que beijasse as mãos e lambesse pescoços. E ele, sem asco, encheu de saliva todas as mãos e pescoços que lhe passaram pela frente.
O Madaleno fazia esgares de satisfação e incontinências; o Azeiteiro-de-cabeça-d'unto fazia vénias. Já não via farejar pescoços daquela forma desde a primeira edição de um filme que tinha o Marlon Brando como protagonista. E os farejadores tinham todos finais infelizes. Um ou dois imbecis, acompanhados por dois ou três intelectualmente desonestos, lavraram a teoria segundo a qual o Azeiteiro foi à Festa da Cerveja por dotes inquestionáveis e que isso é uma machadada fatal no discurso de quem lhos não reconhece. É esse o motivo porque não passam de imbecis e de intelectualmente desonestos. Não percebem a simples teoria das festas e das festanças: requerem um bufão, farsante e chocarreiro, ao qual se possa largar um grito como quem lança um matilha de cães para o ver esconder-se, por entre gargalhadas, debaixo da mesa dos bolos. O Azeiteiro-da-cabeça-d'unto presta-se a isso e a muito mais. Vocês vão ver..."

Afonso de Melo, in O Benfica

Saudades de Abel

"A final entre o Sporting e a Académica acabou em festa. Festa em Coimbra, claro está. Como muitos sportinguistas, senti-me frustrado. Haveria, na minha expectativa, alguma soberba. Talvez a mesma que levou o Sporting à derrota. Ainda assim, ninguém roubou aquele dia à Académica. Porque tem sido essa, com raríssimas exceções que critiquei, a cultura do Sporting.
Na mesma semana, o FC Porto perdeu o título de basquetebol. E bastou essa derrota e umas palavras menos agradáveis do treinador benfiquista para que o pavilhão Dragão Caixa se transformasse em cenário de guerra campal. Perante isto, o que fez Pinto da Costa? Pôs-se, como faz sempre, do lado da violência. Indignado por a polícia ter impedindo que os jogadores do Benfica fossem atacados pela multidão em fúria, dirigiu às forças da ordem a sua ira de mau perdedor. Compreendo que tenha saudades do guarda Abel e da conivência das forças de segurança com a sua falta de escrúpulos. Compreendo que ameaças sobre jornalistas seja a ideia que tem do que deve ser a segurança pública. Entendo, por isso, a sua estupefação por a polícia ter defendido os jogadores em risco.
Já aqui deixei várias vezes nota de qual é o meu problema com o FCP. Não é com o clube, o melhor, há alguns anos, no futebol nacional. Não é com a cidade, de que gosto muito. Não é seguramente qualquer simpatia pelo Benfica (que também já fez gracinhas destas). É o facto de este senhor, ao mesmo tempo que, com toda a legitimidade, levava o Porto para o topo do futebol nacional, ter transformado o ambiente no desporto profissional numa coisa irrespirável. O papel de Pinto da Costa no episódio de quarta-feira, que obrigou os novos campeões a receberem a taça no balneário, é apenas mais um triste exemplo da falta de classe deste dirigente."


PS: O Daniel Oliveira escreveu, no geral, mais uma boa e equilibrada crónica, mas entre parênteses lá deu a sua bicadinha ao Benfica... sendo que eu não me recordo (e tenho boa memória) de ver um Presidente do Benfica a responder a actos de violência daquela forma...!!!

Silêncio

"O silêncio está por todo o lado no futebol português. No fim-de-semana, vimos, no final da Final da Taça, um árbitro a ser cuspido e a levar com uma garrafada, enquanto a polícia tentava, a custo, protegê-lo de uma valente carga de pancada por parte de centenas de adeptos enfurecidos com a derrota do seu clube. Vimo-lo todos pela televisão. Viram-no os mais altos dirigentes do futebol português. Sobre isso caiu o silêncio. Um silêncio opaco que nos mostra como não são transparentes os interesses do futebol português.
Adeptos desse mesmo clube incendiaram uma bancada do nosso Estádio. Não foi há cinco décadas, foi há pouco mais de cinco meses. Não passou à História porque a ausência de palavras, a presença do silêncio, caiu pesadamente sobre a ignomínia dos factos. Não passará a ser História porque o silêncio impede que a palavra avive a memória e se constitua como inscrição. Quebrar esse silêncio é, nos dias que correm, agitar a modorra em que medram os pirómanos que chantageiam a voz alheia, para que a revolta se conforme ao silêncio conivente.
Foi às custas desse silêncio sujo que gente como o ex-presidente da Juventus Luciano Moggi constituiu a imagem de ter uma ‘estrutura’ perfeita e louvável. Até ao dia em que o silêncio se quebrou e o grito de revolta mostrou ao mundo os tentáculos da ‘estrutura’ perfeita. Moggi tem os seus descendentes, os seus imitadores, os seus seguidores e os seus herdeiros. Conhecemos-lhes os rostos, as falas, as ameaças e as ironias. Sabemos que quem cala consente. Sabemos que o Benfica não se pode calar e que, sempre que se calou (e isso aconteceu recentemente), consentiu. Sabemos que não pode haver silêncio quando se impõe a justa indignação."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Ganhar os próximos dois jogos...


Leões de Porto Salvo 3 - 2 Benfica

Só vi os últimos 17 segundos(!!!)... quando o jogador do Porto Salvo foi expulso (estranho que o adversário não tenha atingido o limite de faltas, dado a maneira 'agressiva' como festejaram a vitória...!!!). Só quem nunca viu jogar esta equipa do Porto Salvo podia pensar que esta eliminatória seria fácil... agora só temos que vencer os dois próximos jogos em casa, simples...!!!

PS: Amanhã poderemos ter mais uma celebração do Basket, desta na Luz!!! Os sub-20 estão a 1 vitória do título Nacional... no último confronto com o Barreirense vencemos com uma 'tremenda cabazada', mas amanhã só contam os pontos marcados durante o jogo...!!!

Final da Taça

"1. Esta final da Taça de Portugal, com a Académica presente, fez-me recordar a única vez em que assisti a um jogo do Benfica com o coração dividido. Foi na célebre final de 1969, que constituiu uma grande manifestação dos estudantes contra o Estado Novo. Acabou por tudo correr bem: ganhou o Benfica, foi um grande jogo no campo, uma grande manifestação nas bancadas e os jogadores das duas equipas acabaram abraçados e a trocar camisolas. O Benfica era o adversário ideal da Académica para esse jogo, pois (ao contrário do que agora querem fazer crer os seus inimigos) sempre foi o Clube português mais anti-regime. Um simples exemplo: o FC Porto inaugurou o Estádio das Antas a 28 de Maio (data de implantação do Estado Novo), enquanto o Benfica, que abriu o antigo Estádio da Luz a 1 de Dezembro (data 'neutra'), havia inaugurado o seu anterior Estádio (Campo Grande) a 5 de Outubro, data bem pouco simpática para o Estado Novo...

2. O presidente do Conselho de Arbitragem da Federação, Vítor Pereira, admitiu a presença de árbitros estrangeiros no Campeonato português. Por princípio, estaria contra. Nas actuais circunstâncias, concordo. Vítor Pereira afirma que «esta não é a geração dos 'quinhentinhos'». Gostaria de acreditar que tem razão. Mas quem (o chefe e os seus 'compinchas') esteve na origem da existência dos 'quinhentinhos', quem recebeu árbitros em casa, quem falou com eles ao telemóvel, ficou impune, continua em actividade. E o seu clube continua a ser beneficiado, enquanto os outros são prejudicados. Como podem os adeptos acreditar que tudo está diferente?

3. 'Record' de sábado passado nas páginas centrais. A propósito da passagem dos 20 anos sobre o primeiro título europeu do Barcelona, recorda-se a final de 1961, que o Benfica ganhou, por 3-2. E o texto termina com a afirmação de que 'os catalães atiraram seis bolas aos postes'. Acontece que foram três, em duas jogadas (numa delas a bola foi de um poste ao outro). É só uma 'ligeira' diferença, mas convinha que a verdade fosse respeitada..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

Prestígio

" (...)
Fui ao site do Corriere dello Sport ler a entrevista de Roberto Mancini no original. A língua de Mancini é também a de Dante e Petrarca, Vivaldi e Verdi, uma língua cantabile, que tem música. Mas em relação a Roberto Mancini do que mais gostei foi da letra: «Sì, mi piacerebbe conquistare la Liga ma anche lo scudetto portoghese com il Benfica». Dias depois de alcançar o extraordinário feito de levar o Manchester City ao cimo do Futebol inglês, Mancini ainda tem sonhos. E um deles é ser Campeão, em Portugal, pelo Benfica.
Muito provavelmente nunca veremos Roberto Mancini saltar do banco para festejar um título do Benfica. Mas este episódio da declaração de Roberto Mancini coloca o Benfica onde ele merece estar: num patamar de prestígio sem comparação, entre instituições desportivas portuguesas, e a um nível de crédito sem parecença com os que pensam que estão a disputar o jogo da glória com títulos comprados.
Mas uma coisa é certa: o prestígio de uma instituição como o Glorioso Benfica tem de manter-se com títulos no presente para cimentar as glórias do passado."

João Paulo Guerra, in O Benfica

sexta-feira, 25 de maio de 2012

...nas entrelinhas !!!

Mais importante do que o Luís Filipe Vieira disse no seu último discurso, e mais importante do que os Corruptos escreveram na sua resposta, aquilo que eu destaco, é aquilo que os Corruptos não disseram!!!
O Presidente do Benfica atacou o Presidente Corrupto, mas atacou-o referindo-se em exclusivo às actividades criminosas e altamente reprováveis, do Peidoso, no âmbito desportivo. Só no campo desportivo, mais concretamente em todas as actividades que envolveram a viciação de resultados, e que são públicas... ( e não foi por falta de material que o Vieira não se referiu à vida privada do Padrinho Bufa!!!)
Na resposta os Corruptos,  não negaram nada (mais uma vez), e simularam um ataque ao Benfica, mas todas as piadolas dirigiram-se ou à vida privada empresarial do Presidente do Benfica, ou às lutas eleitorais dentro do Benfica (copiando inclusive slogan's!!!), os Corruptos, em nenhum dos pontos puseram em causa a credibilidade das vitórias do Benfica...!!! (e eles no passado até já inventaram um tal apito vermelho falsificando inclusive carimbos da PJ!!!)
A diferença de conteúdo nas duas intervenções é abismal... Aquilo que foi dito teve a sua importância, mas aquilo que não foi dito... é muito mais significativo.

Campeões olé! Campeões ali!

"Em primeiro lugar, e para registo de interesses, eu sou contra a escolha de Carlos Lisboa para treinador de basquetebol do Benfica. Carlos Lisboa está na categoria de ídolo nas hostes benfiquistas, não pode estar sujeito ao escrutínio dos mundanos.
Carlos Lisboa é, com José Maria Nicolau, o maior ídolo do universo benfiquista extra futebol, e por isso devia ser poupado às críticas do quotidiano.
Os seus triplos e exibições contra o Macabi de Telavive ou o Real Madrid, a vitória fora contra o Juventude de Badalona fazem parte do museu de memórias da minha geração. Títulos e taças em catadupa, fazem parte do imaginário colectivo vermelho e branco: dez em 11 anos (1984-1995).
Por essa razão, porque os deuses se querem no Olimpo, eu poupava os nossos à convivência mundana de adeptos como eu.
Mas atento a que a sua opção, foi viver connosco neste mundo, então que seja assim. Assim como, perguntam os leitores? Em provocação dirão os adversários, com razão. Podendo ser campeão em casa, no seu pavilhão, no recato dos seus, porque optou Carlos Lisboa por ir ganhar, sem espinhas, ao terreno do adversário?
O pavilhão que bateu recorde de assistência para ver... Carlos Lisboa ser campeão. 2237 espectadores, todos unidos numa vontade, foram provocatoriamente desrespeitados por um cinco de basquete vermelho e branco, e um Carlos Lisboa.
Se tal fosse por si só de pouca monta, já vinha o staff com as t-shirts preparadas para festejar o 23.º título. Como sabiam que iam ser campeões? Coisa de deuses, dirão os mais conhecedores.
O título de basquetebol de quarta-feira foi mais que um campeonato, para uns e outros, foi o sabor de uma época e o estado de espírito dos próximos tempos.
Parece, que de premeio é suposto dizermos Olá John, mas a mim só me apetece dizer: Obrigado Carlos!"

Sílvio Cervan, in a Bola

PS: Hoje, no jornal A Bola, na reportagem sobre as cerimonias oficiais no Estádio da Luz, relativas ao título Nacional de Basket... a jornalista Edite Dias, resolveu (mais uma vez, diga-se...) dar uma bicada aos Benfiquistas, escrevendo qualquer coisa como: "... efusivos festejos, para celebrar a única alegria do ano...'!!! Como Benfiquista tenho que informar a Dona Edite, que este título não foi o primeiro título do Benfica esta época... mas mesmo que fosse.
Não é a primeira vez que reparo nos escritos desta jornaleira, muito provavelmente Lagarta, tal a azia normalmente destilada contra o Benfica, nas suas crónicas sobre as modalidades do Benfica...

Absurdo


Benfica 5 - 11 Valdagno

O desporto às vezes é cruel, e quando se joga contra equipas Italianas isso acaba até por ser uma 'quase' fatalidade!!!
Jogo completamente absurdo, o Benfica até entrou bem, com confiança (se calhar demasiada), várias bolas nos postes, e uma exibição assombrosa do guardião contrário não permitiu que o Benfica marcasse. Em sentido contrário, no início de jogo, os Italianos em cada 2 remates, marcavam um golo!!! Com um estilo de jogo irritante, onde praticamente esgotavam os 45 segundos em todos os ataques, quase sem querer, iam marcando... por duas vezes em 'recargas' de penalty's!!! O Benfica começava a perder a cabeça, a perder organização defensiva, o critério de arbitragem - também absurdo, mas coerente -, ia enervando ainda mais a equipa... e até nas situações de bola parada onde o Benfica tem sido eficaz, esta noite, nada entrava!!! Com o Valdagno nas suas 'sete quintas', a jogar em contra-ataque os golos foram-se sucedendo - nesta fase a eficácia dos Italianos também baixou, era impossível manter..., porque senão a goleada ainda teria sido maior!!! - e o azar/desespero dos jogadores do Benfica ia aumentando... Só numa situação de superioridade numérica o Benfica conseguiu marcar, depois de marcar o primeiro golo, os outros até apareceram, mas a diferença era irrecuperável...!!!

A única nota positiva disto tudo, é não sobrecarga de jogos, que para o Campeonato Nacional podia ser decisiva. Até porque o Candelária, o nosso próximo adversário complicado, também perdeu...!!! Não foi o regresso desejado a uma Final 8 da Champions, mas o Benfica não jogava a este nível à bastantes anos, creio que nas próximas épocas vamos poder regressar a esta fase com alguma regularidade, é importante alguma experiência, conhecimento dos adversários, e até algum estatuto, porque muito sinceramente o critério dos árbitros Espanhóis deixou-me muito baralhado!!! 

O 'fair-play'

"Mal por mal não teria sido melhor apagar a luz e deixar que toda a gente fosse em paz para casa?...

O dedo em riste, o olhar furioso, a pose descontrolada, a agressividade da cabeça perdida, a voz trémula, o tom irritado, o confronto com as forças policiais, enfim, um quadro negativo e surpreendente - há muito que não se via a imagem dada esta quarta-feira pelo presidente do FC Porto em pleno recinto do pavilhão do clube, depois da equipa portista perder para o rival Benfica o título nacional de basquetebol e após os jogadores adversários serem corridos para o balneário.
No final da década de 80, mas sobretudo na primeira metade da década de 90, eram relativamente vulgares as reacções do presidente do FC Porto que voltaram a ver-se, agora, no final de um jogo de basquetebol. Essas reacções do líder portista foram desaparecendo à medida que as equipas do FC Porto - de futebol e não só - foram tornando mais normais os ciclos de vitórias. Claro: quanto maior o sucesso menor a irritação.
Para conseguir vencer, o presidente do FC Porto e os seus principais seguidores foram sempre capazes de quase tudo. De ameaças, pressões, insultos, agressões, de trinta por uma linha; depois, com as vitórias e os títulos, os nervos foram dando lugar a uma euforia cada vez mais tranquila e o presidente portista quase chegou a parecer uma estrela da diplomacia.
Para trás, ficavam anos de agitação quase permanente, instabilidade sucessiva, pressão constante, agressividade latente. Impossível não recordar jogos como o FC Porto-Benfica que ditou o título de 1991 para os encarnados, ou como se tornaram relativamente célebres partidas dos portistas em campos como os do Estrela da Amadora, do Tirsense, do Farense ou do Belenenses, para citar apenas casos em que o ambiente (em especial nalguns daqueles jogos) chegou a tornar-se verdadeiramente explosivo.
Bem me recordo deles.
Os anos passaram e a coisa acalmou. O FC Porto passou a ganhar mais do que os outros. Muito mais. E aparentemente deixou de ser necessária aquela atmosfera doentia que parecia rodear as comitivas do FC Porto sempre que se aproximava os momentos decisivos da competição.
Fosse ela qual fosse.
O lamentável espectáculo visto no pavilhão portista esta quarta-feira levou-nos assim a um deplorável baú de recordações. Não, evidentemente, pela atitude dos adeptos, porque negativas atitudes de adeptos há em todo o lado, em todos os clubes e em todos os países, mas pelo comportamento dos mais altos responsáveis do FC Porto, do mais impulsivo, alterado e agressivo presidente, até ao  mais fleumático, sereno e calmo administrador, como é o caso de Angelino Ferreira, invulgarmente atirado para aquela arena de gladiadores em que parece ter-se transformado, subitamente, o recinto do magnifico pavilhão do clube azul e branco, curiosamente incapaz nos últimos largos anos de celebrar no basquetebol o que tem festejado, por exemplo, no futebol, andebol ou hóquei em patins.
Neste tipo de modalidades colectivas de pavilhão, sobretudo quando estão frente a frente equipas de clubes tão triviais como são hoje o FC Porto e Benfica, é mais ou menos previsível a tensão entre adeptos, os maus comportamentos, até as inqualificáveis e lamentáveis agressões, que muitas vezes chegam a vitimar atletas, como também já aconteceu na Luz, especialmente quando o jogo, por qualquer razão, é decisivo, como era o caso esta quarta-feira.
O caso, porém, voltou desta vez a ganhar uma inacreditável dimensão e a revelar o pior lado de dirigentes cujo verniz nunca deixou verdadeiramente de estalar e cuja história no futebol português está longe, muito longe mesmo, de ser feita apenas de sucessos, bons exemplos e fair-play.
A mim, confesso que nada do que se viu quarta-feira me surpreendeu. Lamentável e vergonhoso.
Não me surpreendeu porque, entre outras coisas, tenho memória.
Mal por mal, não teria sido melhor apagar a luz e deixar que toda a gente fosse em paz para casa?
Teria.
Muito melhor!

PS: A morte do antigo dirigente do Sporting, Manolo Vidal, leva-nos mais um pedaço da história boa do futebol em Portugal, da história boa dos dirigentes com categoria, da história boa das pessoas boas. Felizmente, histórias como as da festa da Académica no Jamor ajudam, pelo menos, a manter viva a memória das boas histórias de gente boa como o Manolo Vidal."

João Bonzinho, in A Bola

PS: Só um reparo: já em post's anteriores expliquei a diferença entre actos de violência impunes (e até incentivados...), e actos de violência condenados por toda as partes... todos se recordam do incidente com o Filipe Santos fora do Pavilhão (que foi investigado, julgado, e que teve condenações...), mas porque é que ninguém se recorda da Stickada do Paulo Alves a um adepto do Benfica???!!! Nem do petardo que mandou o Pedro Afonso para o Hospital a meio de um jogo???!!! etc. etc. etc...