sexta-feira, 23 de março de 2012

Jogar à Porto

"«Em termos de jogo jogado, na minha opinião fomos superiores ao Benfica na primeira parte e mesmo nesta segunda parte. Fizemos um excelente jogo.»

Vítor Pereira, treinador do FC Porto, anteontem, após a derrota na Luz


Mais uma vez o FC Porto foi derrotado, mais uma vez ficou fora de uma competição, mais uma vez Vítor Pereira acha que foi uma injustiça e que os dragões mereciam ganhar. Mais uma vez numa partida em que me custa ver onde é que realmente o FC Porto foi superior...

Depois da goleada sofrida em Manchester com o City (0-4) o antigo adjunto de Villas Boas veio dizer que a equipa tinha «jogado à Porto» - é verdade que esta época o FCP tem perdido muitas vezes, mas achar que depois de levar quatro, por muita posse de bola que tenha tido, é jogar à Porto parece-me sinal preocupante de menoridade.

Agora, na Luz, Vítor Pereira conseguiu perceber que a sua equipa tinha sido melhor que o Benfica «em termos do jogo jogado», ou seja, não contando com as bolas paradas.

Para começar, serão as bolas paradas jogo inventado, ou jogo falado, ou jogo pensado em vez de jogo jogado? Não me parece, fazem parte dos 90 minutos, quando dão golos eles valem o mesmo que os outros...

Mas a análise faz ainda menos sentido quando vemos que o FC Porto fez tantos golos de bola parada como o Benfica nesta meia-final. É verdade que a equipa da casa teve mais três bolas nos ferros na sequência desse tipo de lances, mas marcou dois golos «em jogo jogado». O FC Porto marcou apenas um, e num remate que ia sair perto da linha lateral não tivesse batido em Javi Garcia. A posse de bola encarnada também foi superior à azul e branca; as duas equipas equivaleram-se nos remates e, sem as bolas paradas, nas oportunidades.

Será este FC Porto tão fraco que mesmo excelentes jogos como o de terça não chegam para ganhar?"


Hugo Vasconcelos, in A Bola

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