segunda-feira, 19 de março de 2012

Acontece

"Já na televisão soavam o requiem pela equipa do Benfica e o Hino da Alegria pelo «grande vencedor da jornada» - que seria o SP Braga - quando, em cinco minutos, o Glorioso deu a volta ao resultado. Primeiro foi a solução que saíra do banco - cruzamento de Nelson Oliveira e encosto de Nico Gaitán -, depois foi o livre magistral de Bruno César. Com o Benfica há que que contar com ele até ao fim, seja de em qualquer jogo ou competição, como do Campeonato, e sejam quais forem as ajudas por fora dos adversários. Porque não é lá pelo Benfica ter ganho ao Paços de Ferreira e de este ter feito os últimos minutos com nove jogadores em campo que as denúncias dos casos das arbitragens deixam de estar na ordem do dia.

Ou será que alguém me sabe dizer qual a semelhança e a diferença entre o derrube a Bruno César na área do Paços de Ferreira, aos 42 minutos, e o derrube de um jogador do Paços, por Luisão, aos 48 minutos? A semelhança é que de ambos os casos resultou cartão amarelo para o jogador do Benfica.

Penso que daqui até final do Campeonato os benfiquistas têm que se mentalizar para que as coisas se encaminhem de volta aos tempos e métodos mais negros do Sistema: golos fora de jogo validados por árbitros cegos, para o outro lado penalties aos 93 minutos, alguns adversários levados ao colo, tudo e mais alguma coisa.

Mas isto não quer dizer que o Benfica deva desistir das vitórias e de lutar até ao fim pelos títulos e pela verdade desportiva. Em Paços de Ferreira quem não chegou a pensar que era impossível furar a barreira? E, no entanto, foi possível. O Benfica é assim: querer é poder e de tanto querer que aconteça, e de fazer por isso, acontece."


João Paulo Guerra, in O Benfica

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