"Todas as segundas-feiras procuro saber o resultado da Juventus. Sou do Benfica e não me divido em afectos infantis por clubes estrangeiros, embora estime o Real Madrid. Em 1971, levaram-me a visitar o Santiago Bernabéu e foi grande emoção poder tocar nas seis Taças dos Campeões perfiladas na sala de troféus. O meu pai disse-me: «Falta-lhes ali uma.» Faltava aquela que o Benfica lhes tinha conquistado. Fique esclarecido que se estimo o Real Madrid não se deve a Di Stefano ou a Fábio Coentrão. É por causa do Benfica e de Eusébio.
Com a Juventus é ainda mais antigo o sentimento. Vem desde 1968, de um jogo que não vi mas que me contaram. Para a Taça dos Campeões, o Benfica jogou em Turim num terreno hostil empapado por uma chuvada torrencial. Estaria mesmo a chover? Não interessa. No futebol, tal como no cinema, a chuva acrescenta um importante elemento dramático. E, sem tempestade, sem terreno empapado, sem a bola pesada, não se explicaria a sublime rendição do público da casa no momento em que Eusébio disparou um tiro a 40 metros do alvo e fez entrar a bola (de canhão) na baliza italiana. Contaram-me que o estádio o aplaudiu de pé. Sou um bocadinho da Juventus por causa de Eusébio. E é com alegria benfiquista que vejo a Juve na frente do campeonato italiano."
Leonor Pinhão, in A Bola
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