sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Superiores



Benfica 3 - 0 Marítimo

25-18, 25-11, 25-15


Uma entrada no jogo ainda a 'festejar' a vitória da Supertaça, deu mau resultado... obrigando o professor Jardim a 'puxar' (aos gritos) pela equipa... o facto da equipa ter começado o jogo com muitos jogadores novos não é desculpa... Só a partir do 2º tempo técnico, a equipa começou a 'carburar'!!! A dupla substituição, para manter o Distribuidor em zona defensiva, mesmo que temporária, teve um impacto muito positivo, o Gaspar e o Miguel neste momento têm outro andamento!!!

Das novidades, destaco o Ché, depois do mau início, embalou e esteve muito bem. O Kock também não engana, falta algum entrosamento, mas tem qualidade... Na minha opinião só o Kibinho esteve abaixo do esperado.

Dos 7 titulares (com o Libero) da Supertaça, só o Flávio Cruz, o Zelão e o João Coelho jogaram a titular (o Magalhães entrou para fazer alguns minutinhos), o Gaspar e o Miguel tiveram duas entradas curtas, mas importantes... apesar da grande diferença de valor do nosso opositor de hoje, provou-se que o plantel desta época é mais equilibrado, algo que o professor Jardim vai aproveitar para rodar todos os jogadores durante as muitas jornadas duplas deste Campeonato.

Admiração por Jorge Jesus

"Jorge Jesus é o melhor treinador que o Benfica teve nos últimos 15 anos. Não por dar grandes conferências de Imprensa - nisso Quique Flores era melhor -, não por falar fluentemente muitas línguas - aspecto em que Jupp Heynkes era superior -, não por usar elegantes fatos dos melhores alfaiates -, nisso Trapattoni seria imbatível -, mas pelo simples facto de pôr o Benfica a jogar o melhor e mais bonito futebol. Apenas por perceber de futebol.

Das duas épocas que treinou o Benfica, uma foi a melhor dos últimos 15 anos e na outra, que não foi boa e ficou aquém dos objectivos, ganhou um título, levou a equipa a uma meia final europeia (soube a pouco) e a desgraça do Campeonato foi ser segundo.

Jorge Jesus terá defeitos, como todos, terá até coisas em que pode melhorar, mas não lhe reconhecer que revolucionou para melhor o futebol do Benfica é de uma injustiça que não aceito, e falta paciência para alguns intelectuais de pacotilha.

Não sei o que ganhará este ano, mas sei que vai disputar todos os jogos com uma ambição de ganhar, sei também que o Benfica vai jogar bem e marcar muitos golos. Assim gosto mais de ir ao estádio.

Eu assumo a minha admiração pelo treinador de futebol Jorge Jesus que não espero que ganhe o Nobel da literatura, mas sei que tudo fará para pôr o Benfica campeão.

Sobre Aimar penso a mesma coisa que Messi: é o meu herói, joga como poucos e delícia quem gosta de ver futebol bonito. Inteligência em movimento, arte pura quando abre o livro, o bilhete é sempre barato quando Aimar está em campo.

Boa vitória a de José Jardim na Supertaça de Voleibol na última quarta-feira. Foi muito justa a dedicatória a Rui Mourinha, homem que lidera a Secção há muitos anos, e passa agora por momentos difíceis. Parabéns José Jardim e força Rui Mourinha, que temos muitas conquistas para alcançar juntos."


Sílvio Cervan, in A Bola

Zombaria

"Foi um Benfica mais higiénico que bateu com toda a justeza o Paços de Ferreira? A verdade é que Javi Garcia não jogou. Javi Garcia? Esse mesmo. Aquele que é, na opinião de um tal Tavares, 'o jogador maus sujo da I Liga'. O conceito foi escrito no rescaldo da recente igualdade no Dragão, depois de um jogo que os portistas queriam vencer a todo o custo.

O Tavares ficou ressabiado, o Tavares pensava que o FC Porto ia bater o Benfica, quiça golear como havia feito na última temporada. O Tavares descompôs-se na prosa que escreveu. O Tavares viu o que mais ninguém viu. O Tavares viu um FC Porto superior ao Benfica. O Tavares viu com olho azul, olho que se não é cego só pode ser vesgo.

O Tavares tem ódio ao Benfica. O Tavares debita, debita, debita... Debita baboseiras, debita asneiras, debita calinadas. O Tavares, há anos, teve o desplante de dizer que era mais difícil ser portista em Lisboa do que muçulmano na Bósnia. O Tavares pode ser levado a sério?

O Tavares não entende nada de bola. O Tavares nem do FC Porto percebe bóia. Também há anos, num escrito sobranceiro, corria 87, o Tavares aventou que o FC Porto jamais poderia ser campeão europeu com um jogador como Frasco na intermediária. O Tavares sabe que o seu clube acabou por ser campeão europeu, ficou a saber a influência que Frasco, um magnifico executante, acabou por ter no desfecho do despique. O Tavares pode ser levado a sério?

O Tavares irrita a gente. O Tavares, sobretudo, diverte e gente. O Tavares até faz falta. O Tavares é uma pérola catita no anedotário da bola. O Tavares não é do Benfica e jamais poderia ser. O Tavares é do FC Porto e só poderia ser."


João Malheiro, in O Benfica

Comunicação

"Engana-se todo o que olha para o futebol e o considera essencialmente como uma actividade física. O futebol é antes de qualquer outra coisa uma actividade humana.

Nesta perspectiva percebe-se a importância da comunicação no desempenho do futebolista, da equipa, do clube. Perceber qual o tempo e o modo da mensagem é, quase sempre, tão importante como a própria mensagem. É impensável ter uma equipa onde não há uma cumplicidade entre os seus membros. É impensável a cumplicidade numa liderança equívoca ou que comunica numa polifonia de vozes contraditórias.

Muitos não sabem, mas o último título de campeão vencido pelo Benfica foi alicerçado também num esforço enorme de comunicação abrangente, envolvendo muitos benfiquistas e com uma definição clara de objectivos. Percebemos a mensagem, interpretámos correctamente o tempo e o modo, agimos em conformidade e, desde o futebolista sem lugar a titular até ao adepto de bancada, passando pelo treinador, dirigentes e diferentes meios de comunicação do grupo Benfica (sítio na internet, jornal, televisão, revista) toda a gente comunicou um benfiquismo feito de abdicação de interesses próprios em prol do interesse colectivo.

Desde o início desta época que noto com agrado um renovado esforço na comunicação, na tentativa de aglutinar o clube em torno de um rumo comunicacional. Concordando ou não, esse rumo está lá, existe e tem sido cumprido. Por vezes, o que o pode fazer desmoronar é a ausência de vitórias. Felizmente, estas têm surgido. Resta agora que saibamos todos, desde os técnicos ao atleta menos utilizado, passando pelos dirigentes, lidar com o tempo e o modo da comunicação em tempo de vitória."


Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Pablo Aimar

"Lionel Andrés Messi disse um dia destes que o seu ídolo «era e ainda é Pablito Aimar». A declaração do Bola de Ouro encheu de orgulho o visado número 10 da equipa do Benfica, e também, como é natural, toda a Nação Benfiquista. O elogio do melhor jogador de Futebol do Mundo transborda sinceridade e algum carinho que Pablo César Aimar merece inteiramente. Com sete anos de diferença à maior em relação ao actual Bola de Ouro, Aimar tornou-se referência num país e num sub-continente que respiram e transpiram Futebol jogado com arte e, assim, conquistou a Europa e o Mundo. Diego Maradona chegou em tempos a dizer que Pablo Aimar era «o único jogador por quem valia a pena pagar bilhete». E, verdade se diga, se Aimar «ainda é» o ídolo de Messi isso acontece porque o Benfica trouxe de novo à ribalta do Futebol um jogador que faz parte da constelação de estrelas do maior espectáculo do Mundo. E Pablito correspondeu com a sua técnica, arte, visão de jogo e incomparável elegância.


'...Eu quero ser para ti a camisola dez
Ter o Benfica todo nos meus pés...'
João Monge e João Gil


Para além de tudo o que joga, e que é muitíssimo, Pablito Aimar é também um homem simples, recatado, que não vende a vida privada para ganhar capas de revistas e conquistar louros de papel. Mas ao envergar o equipamento - aquela camisola 10 de tantas gloriosas referências no Benfica - e entretanto em campo, Pablito Aimar transfigura-se e transcende-se. O seu futebol é alegre, inteligente, criativo e eficaz, jogando e fazendo jogar a equipa. E, se bem repararam, o Futebol de Aimar tem perfume, tão fresco como o cheiro da relva aparada e molhada, mas acrescentado pelas essências com que os deuses do futebol ungiram alguns eleitos."




João Paulo Guerra, in O Benfica

A ridícula 'febre' dos números

"Foi o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt que, no período do 'new deal', criou a figura de referência dos '100 dias de governação', a qual, desde então e sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial, nunca mais deixou de fazer carreira na prática dos governos democráticos que gostam de prestar contas. Portugal, desde o 25 de Abril, não tem sido excepção a esta regra. O pior é que esta 'febre' numérica e estatística se transmitiu ao mundo do Futebol, por vezes de forma ridícula. Durante as transmissões televisivas e radiofónicas de jogos, em que é sempre preciso arranjar assunto para preencher os tempos mortos, ficamos a saber que o guarda-redes X ou Y está há 873 minutos sem sofrer golos, que o defesa K ou W está há mil minutos a jogar sem descontinuidade na condição de titular ou que um qualquer ponta-de-lança está há 1.500 minutos sem conseguir marcar. O poder do ouvinte-espectador é assim obrigado a recorrer à calculadora do telemóvel para conseguir trocar esses números arredondados por jogos, tarefa de estatística que está longe de ser fácil, mas que sempre ajuda a justificar a contratação de 'especialistas' para apoiarem o que verdadeiramente conta, ou seja, a informação que é relevante.

Este exibicionismo numérico e estatístico torna-se até irritante, se dermos por nós a pensar na forma como nos distrai do que verdadeiramente importa. Por este andar, teremos em breve jogadores a fazer a festa dos dois mil minutos de titularidade, dos 10 mil minutos na baliza ou dos cinco mil minutos sem sair do banco. Se tal acontecer, fará lembrar os artistas que passam a vida a comemorar os mesmos anos de carreira, como se o tempo não passasse por eles e por nós e tudo se resumisse e efemérides e operações de 'marketing'. Felizmente que a vida é muito mais feita com pessoas do que com números, queira ou não queira a 'troika' a quem executa as suas ordens imperativas."


José Jorge Letria, in O Benfica