segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mau vício... Saboroso!!!



Nacional 0 - 2 Benfica



É essencial ganhar os jogos com a 'nota artística' mais baixa, esta noite foi esse o caso (mas é preferível vencer com a 'nota artística' mais alta). Também é essencial ganhar os jogos antes das 'paragens das selecções'. É essencial ganhar os jogos após as 'euforias' das competições europeias. É essencial ganhar os jogos onde podemos passar para a liderança, mesmo que seja uma questão temporária. E também não sou hipócrita: prefiro ganhar honestamente jogando pouco, do que perder jogando bem...!!! Resumindo: é essencial ganhar sempre...

Já houve jogos diurnos na Choupana que foram adiados devido ao nevoeiro, mas é óbvio que é muito mais provável isto acontecer à noite, mas mesmo assim, devido somente aos interesses televisivos, insistem, teimosamente, em marcar jogos para horas impróprias. Isto quando o Benfica já se viu impedido de contar com o Eduardo devido à 'casmurrice' da FPF (além do Mika), e caso o jogo fosse adiado para Terça-feira, 'perderia' ainda mais Internacionais, como o Maxi, o Cardozo e o Witsel...

A primeira parte foi incaracterística devido às duas paragens por falta de visibilidade, além disso o Nacional creio ter surpreendido o Benfica, fazendo uma pressão muito alta, que com o critério intencionalmente 'torto' do Soares Dias a meio-campo, provocou alguns 'contras' perigosos ao Nacional, e impediu que o Benfica estabilizasse o seu jogo... mesmo assim e com uma eficácia nada habitual o Benfica marcou um belo golo pelo Cardozo...

Na segunda parte o Benfica entrou melhor, o Nacional reagiu, mas a expulsão do João Aurélio deu ao Benfica algum controle da partida... a ineficácia habitual voltou, voltámos a falhar vários golos nesta altura e já nos descontos o 'chuta-chuta' Bruno César, finalmente, deu descanso aos corações vermelhos... o vício mantém-se, para quando uma jornada 'descansada'?!!!

Além da inacreditável expulsão perdoada ao Filipe Lopes, não houve mais lances de grande revelância, mas nos pormenores o Arturinho esteve imparável, só nos primeiros 8 minutos errou descaradamente por 4 vezes:

-Não marcou 2 faltas (uma sobre o Cardozo, e outro sobre o Nolito), que permitiram dois contra-ataques perigosos ao Nacional. A primeira terminou com um remate do Candeias, e a segunda com um remate do Mateus, para boa defesa do Artur.

-Transformou um agarrão do Filipe Lopes ao Aimar (em zona perigosa para a baliza Madeirense), numa falta contra o Benfica!!!

-Marcou ainda uma falta inexistente do Luisão sobre o Rondon, que deu um livre perigoso para o Nacional

Depois, com o nevoeiro, desisti de 'apontar'... mas é assim que se consegue 'inclinar' o campo discretamente e só uma equipa solidária, lutadora e inteligente, como aconteceu hoje, tem hipóteses de vencer...

Ricardo

Por mais amor àquilo que se faz, existem momentos onde é preciso dizer chega. Ricardo, o nosso ex-capitão, o nosso primeiro capitão não português, pela segunda vez num curto espaço tempo teve um AVC, enquanto dirigia a partir do banco um jogo da sua equipa. Tenho quase a certeza que não é por necessidade extrema que Ricardo continua a trabalhar, espero obviamente uma recuperação rápida, mas após as esperadas melhoras é necessário repensar a vida... a família e os benfiquistas agradecem...!!!

8 centésimos !!!




O Jorge Paula fez uma boa prova em Daegu, 49, 82 sec. Ficou a 8 centésimos da sua melhor marca, e foi o primeiro NÃO classificado para as Meias-finais... (dos respescados, porque nos qualificados automaticamente, por terem ficado nos quatro primeiros lugares, mais especificamente na 4ª eliminatória, três aletas fizeram pior tempo!!!) Faltaram somente 8 centésimos!!! O dia começou logo mal com a atribuição da pista 8, sem referências é mais difícil, ainda por cima ficou na eliminatória mais forte, com o actual Campeão do Mundo, um ex-Campeão do Mundo, e o detentor da melhor marca do ano, além de um Jamaicano provavelmente primo do Bolt!!! Para tornar tudo ainda mais frustrante, ficou somente a 2 centésimos dos Mínimos para os Jogos Olímpicos do próximo ano, já que as marcas só começaram a contar desde do último, primeiro de Agosto...

A teoria do caos na óptica do apito

"O início desta época fica, desde já, marcada pelo tiro no pé dado pelos árbitros (como classe que quer ser profissional) a propósito da recusa de João Ferreira em arbitrar o Beira-Mar - Sporting. João Ferreira estava fora, soube em diagonal de algumas coisas que tinham sido publicadas, tomou a nuvem por Juno e precipitou-se. Imediatamente, em vez de chamar o seu associado à razão, a APAF cavalgou uma onda que parecia fragilizar Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga. A história de Aveiro é conhecida, um árbitro dos Regionais dirigiu, sem problemas de maior, aliás, a partida entre Beira-Mar e Sporting e a Liga, através de diligências do seu presidente, tentou, na semana seguinte, resolver um problema que só de forma adjacente a tocava. Fernando Gomes, sentou a APAF e Sporting à mesma mesa e perante a exigência dos árbitros do reconhecimento, por parte dos leões, de uma culpa que não tinham tido, viu frustrados os seus intentos.

Em face deste cenário, Vítor Pereira fez o que tinha de fazer, nomeando árbitros para a terceira jornada da Liga Zon-Sagres. A bola ficou do lado da APAF. Ou recusava e ensaiava uma saída de fininho pela porta dos fundos, ou mantinham-se firme e hirta como uma barra de ferro e apostava todas as fichas na coesão dos árbitros perante a situação criada. Obviamente, teve de recuar, porque no painel de árbitros de primeira categoria há quem não se deixe manipular e, na reunião de Leiria tenha assumido uma posição intelectualmente honesta, mandando o corporativismo com que a classe estava a ser manipulado às malvas. Sem que a Liga ou o Sporting vacilassem, e certa, já, que não faltaria árbitro em Alvalade, a APAF fez um comunicado cheio de nada e saiu de cena.

Será possível enquadrar a canhestra tentativa de fragilização de Vítor Pereira a que se assistiu, sem trazer à colação as eleições para a Federação Portuguesa de Futebol (que, no contexto dos novos estatutos, vai passar a acolher Arbitragem e Disciplina das competições profissionais)? Não creio.

E quem quiser fazer contas mais certeiras basta ver quem fez o quê a quem, de onde vieram os ataques e quem os protagonizou nos vários momentos.

As próximas eleições federativas - porque continua a haver quem tenha saudades do tempo dos xitos e esteja a apostar muito em retomar o controlo de posições-chaves - têm uma importância que importa desde já relevar. É por isso que este episódio triste dos árbitros, inspirado na teoria do caos, em que o bater de asas de uma borboleta desencadeou um tremor de terra, merece reflexão aprofundada.

..."


José Manuel Delgado, in A Bola