quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fazer História...




Digo com muita sinceridade: estava com muito medo antes deste jogo!!! Tenho testemunhas!!! Disse-o a vários amigos durante o dia, e como óbvio chamaram-me maluco!!! Não gosto de vitórias antecipadas. Tenho alguma dificuldade em gerir a ansiedade no pré-jogo nestas circunstâncias. As vitórias do Benfica nunca são fáceis, não temos 'fruta', nas finais nunca tivemos 'Monacos', entre outros 'fados'. Existe sempre a possibilidade de tudo o que pode correr mal, correr mesmo mal, sejam ressaltos, arbitragens, azares de qualquer tipo!!! É um pessimismo um pouco 'triste', mas não é agora que vou mudar... E infelizmente o jogo deu-me razão, felizmente o resultado final acabou por ser o desejado...

Até entrámos bem no jogo, podíamos ter marcado em mais do que uma ocasião. Mas a lesão do Salvio 'desconcentrou' a equipa. É sempre perigoso apostar no 'fora-de-jogo' do adversário, e assim sofremos o primeiro, já sem o Salvio, e com 3 jogadores à procura do novo posicionamento, sofremos o segundo, após dois ressaltos!!! Como o nosso El Mago disse na Benfica TV no início da semana, o Benfica é sempre 'protagonista', não fica à espera do erro do adversário, e isso às vezes é um problema!!! A falta de um 'plano B' defensivo no Benfica de Jesus é um facto, eu prefiro um Benfica ofensivo, do que um Benfica de contenção, mas hoje o 'Benfica do Koeman' (na Europa) tinha ganho este jogo!!! Curiosamente o próprio Jesus já percebeu esta limitação do Benfica, e por isso colocou o Peixoto ao lado do Javi, mas com a lesão do Toto voltou tudo à primeira forma (sem o nosso melhor flanqueador...), e com o Benfica mesmo assim em vantagem na eliminatória, foram sempre os Holandeses a jogar em contra-ataque, e não o contrário...

Com o PSV a jogar muito duro, com a complacência disciplinar do árbitro (comparar as recentes expulsões na Champions do Van Persie, do Crouch, e do Ramires, com a forma envergonhada como o segundo amarelo nunca saiu neste jogo, diz muito dos critérios da UEFA), estava a faltar alguma competência nas muitas situações de bola parada que tivemos, foi necessário esperar pelos descontos da primeira parte, e por uma pequena falha, do excelente guarda-redes do PSV, para o nosso capitão, marcar um grandíssimo golo. Tanto o gesto técnico, como o momento, foram 'enormes'!!!

Na segunda parte, com a cabeça e o coração no sitio, controlámos o jogo, o Coentrão 'desceu' menos, não deixou tanto espaço nas costas, e tudo pareceu mais fácil. O futebol é um jogo colectivo, às vezes as analises individuais são muito injustas, com o reposicionamento defensivo da equipa ao intervalo, o Jardel deixou de ter tantos problemas... O Peixoto 'mereceu' o penalty, pois fez mais um excelente jogo (creio ter sido a primeira vez que vi um dos árbitros da linha de fundo a terem alguma utilidade!!! Creio que o árbitro 'sozinho' não marcaria penalty...), o Cardozo 'mereceu' o golo, pois espero que volte a demonstrar a confiança que parece estar em baixo... Mais uma vez Roberto voltou a ser decisivo no resultado deste jogo, nos próximos dias a doentia obsessão anti-Roberto vai 'descansar'!!!

Nenhum jogador ficou de 'castigo' para o próximo jogo, estava com muito receio, especialmente por causa do Maxi, até porque o extremo esquerdo Búlgaro é um excelente jogador, mas safou-se.

O sofrimento foi desnecessário, mas este PSV é uma boa equipa, o segundo melhor ataque da Europa, é verdade que a defender são fraquinhos, mas a vitória nesta eliminatória tem que ser enaltecida, estamos numa Meia-final Europeia, e temos que dar os Parabéns aos jogadores aos técnicos e aos Directores (só uma curiosidade: somos a única equipa nas Meias-Finais sem derrotas na actual edição da Liga Europa!!!), e ainda a todos os Benfiquistas que estiveram em Eindhoven...

E é exactamente pelas mesmas razões que estava com muito receio antes deste jogo (sobranceria de adeptos e da equipa), que estamos obrigados a encarar os jogos com o Braga com muita humildade, os jogadores e nós (adeptos) também, porque não podemos deixar 'infiltrar' no grupo de trabalho qualquer ideia de facilidade, portanto nada de conversas sobre Dublin, os Corruptos ou o Villareal. Jogo a jogo, com muita raça, querer, e ambição, e ainda muita concentração...




PSV Eindhoven vs Benfica 2-2 UEL - Goals _... por AndreasColor

PS1: Repetimos o mesmo resultado, que tínhamos obtido em Eindhoven na nossa última visita, nessa ocasião com 2 golos do Nuno Gomes. Gostei de ouvir a dedicatória do Carlos Martins ao Nuno, e ao Rúben...


PS2: Esta é a 12.ª Meia-Final Europeia do Benfica (ou 13.ª conforme o critério!!!), e a boa notícia é que em 8 ocasiões chegámos à final, aliás o nosso aproveitamento nas Meias-Finais é melhor do que nos Quartos-de-Final!!! Aqui ficam as 3 (ou 4!!!) desilusões:

1972, Ajax, 0-1 na Holanda, 0-0 na Luz (Taça dos Campeões Europeus)

1981, Carl Zeiss Jena, 0-2 na Alemanha, 1-0 na Luz (Taça das Taças)

1994, 2-1 na Luz, 0-1 em Itália (Taça das Taças)

(91/92 na 1.ª edição da Champions (com um estranhíssimo formato) disputámos a fase grupos com Barcelona, Dínamo Kiev e Sparta Praga, tendo o vencedor do grupo acesso directo à final, algo que falhámos na última jornada em Barcelona!!! Para alguns esta fase de grupos poderá ser considerada uma Meia-Final!!!)

Aqui ficam as eliminatórias do nosso contentamento, todas da Taça dos Campeões Europeus, com uma excepção:

1961, Rapid Viena, 3-0 na Luz, e 1-1 na Áustria

1962, Tottenham, 3-1 na Luz, 1-2 em Londres

1963, Feyenoord, 0-0 na 'banheira', 3-1 na Catedral

1965, Raba ETO Gyor, 0-1 na Hungria, 4-0 em Lisboa

1968, Juventus, 2-0 na Luz, 0-1 em Turim

1983, Craiova, 0-0 na Luz, 1-1 na Roménia (Taça UEFA)

1988, Steaua Bucareste, 0-0 na Roménia, 2-0 na Catedral

1990, Marselha, 1-2 em França, 1-0 na Luz


PS3: E por favor se no Domingo com o Beira-Mar, jogando com a 'equipa B', o resultado for negativo, nada de histerismos parvos...!!!

O 'penalty'

"O Benfica disputa, hoje, o jogo europeu, com um resultado relativamente confortável. Por isso, espero que não haja lugar a desempate por grandes penalidades. É que, ao PSV, associo um desgosto. Em 1988, o Benfica perde ao 12.º penalty, depois de uma primeira e rara série sem falhanços de nenhuma equipa. Veloso - um exemplar jogador - falhou e o Benfica perdeu ingloriamente a final.

A marcação de um penalty é sempre uma hipérbole emocional. Ali, frente a frente, perante uma atrofiada ou desmedida baliza, o jogador que não pode falhar e o guarda-redes que não é obrigado a defender.

Não alinho na ideia de um penalty ser uma lotaria. Embora marcado com o pé que é a parte mais tosca do corpo, é um momento em que as variáveis estão bem fixadas: a bola está parada, o guarda-redes imóvel, a baliza bem enquadrada. Assim sendo, o remate tem de ser a síntese perfeita da capacidade motora com o equilíbrio psíquico.

Hoje, com as câmaras radiografando o cérebro e a alma dos jogadores, através da sua face, quase podemos estimar a probabilidade de êxito ou de fracasso naqueles segundos implacáveis. E uma das causas de falhanços tem a ver, já após o ponto de não retorno, com a alteração da decisão do modo de marcar, entrando-se em conflito com a programação cerebral e motora.

Mas, se para o atleta se trata de um duro exame, perante milhares ou milhões de olhos, para os adeptos, o coração fica descompassado entre a paradinha auricular e a do rematador. O segundo entre o ir marcar e o ter marcado é uma eternidade e a baliza oscila entre o seu dobro e a sua metade.

Momentos cruelmente belos e que perduram na memória. Por esfuziantes razões ou por desconsolados motivos."


Bagão Félix, in A Bola

Pela primeira vez ouvimos Antero sem ser nas escutas da Polícia Judiciária

"COM Pinto da Costa na qualidade de assistente com lugar na primeira fila da plateia, Antero Henrique deu-se finalmente a conhecer ao País para denunciar os quinze erros cometidos pelo árbitro Duarte Gomes, erros que lesaram o FC Porto não impedindo, contudo, a vitória dos novos campeões nacionais no Estádio da Luz.

Do ponto de vista dos seus interesses, foi bem jogada esta iniciativa política do FC Porto que, a falar verdade, se está perfeitamente nas tintas para o Duarte Gomes e para o observador da Liga posto em causa. Mas que não se está nada, mas mesmo nada nas tintas, para o Benfica-FC Porto da meia-final da Taça de Portugal e para o árbitro e para o observador que irão estar na Luz na próxima quarta-feira.

Antero Henrique é director-geral da SAD do FC Porto e está longe de ser aquilo a que se convencionou chamar uma figura mediática do universo portista. Até à última segunda-feira, Antero Henrique era praticamente um desconhecido do grande público.

E, por essa razão, a conferência de imprensa no Estádio do Dragão constituiu um momento histórico do regime. Pela primeira vez, todos tivemos a possibilidade de ouvir Antero Henrique falar sem ser nas educativas escutas da Polícia Judiciária.



FERNANDO OLIVEIRA, o presidente do Vitória de Setúbal, está ofendido com o Benfica. Chega mesma a insinuar que Jorge Jesus fez o que estava ao seu alcance para não ganhar o jogo com a Naval 1.º de Maio, o que atrapalha um bocadinho as contas do Vitória tendo em vista o seu legítimo propósito de manutenção na Liga principal.

Parecendo não confiar muito na capacidade da sua equipa, que luta honestamente para não descer de divisão, o presidente do Vitória de Setúbal conhece bem o regime em que se vive e entendeu, a quatro jornadas do fim da prova, ser este o momento ideal para se indispor contra o Benfica.

E, consequentemente, fazer-se bem visto e estimado na Estádio do Dragão, recolhendo, de imediato, o elogio de Pinto da Costa, que lhe há-de valer de muito como teremos oportunidades de comprovar.

Como convém, o presidente do Vitória de Setúbal não se limitou a condenar o Benfica como se esmerou em elogios ao FC Porto e ao ser treinador André Villas Boas, a quem apelidou de «homem com H grande», porque, apesar de ter apresentado em Portimão uma equipa desfalcada de inúmeros titulares habituais, ganhou o jogo aos algarvios que lutam com o Vitória pela manutenção.

Triste e errada ideia esta de Fernando Oliveira pois, apesar de ser dirigente experiente, parece acreditar que serão fenómenos do outro mundo a decidir quem desce e não desce à Liga Orangina. E, pelo sim pelo não, resolveu pôr-se a coberto nesta fase final da prova. Mas a coberto de quê e de quem?

Todos temos por certo que o presidente do Vitória de Setúbal é um homem ajuizado, em determinadas circunstâncias. Jamais se atreveria a espalhar-se ao comprido acusando, por exemplo, o guarda-redes do Portimonense, o jovem Ventura, de ter consentido de propósito aquele bonito golo de Hulk com o intuito de prejudicar a vida do Vitória.

E registe-se a contenção de Fernando Oliveira porque, na primeira volta do campeonato, quando o Vitória foi ao Dragão e Jailson, já em período de descontos, foi obrigado pelo zelota Elmano Santos repetir o pontapé de grande penalidade que daria o empate aos visitantes nem se atreveu a discutir a decisão do árbitro.

Optou, como estarão recordados, por criticar o seu próprio jogador. «Com um pontapé daqueles até parecia que fez de propósito», disse. E disse tudo.

O «fazer de propósito» faz parte da cultura futebolística de Fernando Oliveira? Sem dúvida, o histórico Vitória de Setúbal merecia ter quem pensasse melhor em sua defesa. As coisas, no entanto, são como são e apenas há a estranhar o silêncio de Fernando Oliveira, até na sua condição de simples adepto vitoriano, quando, em 2009, o Público titulou a crónica do jogo FC Porto-Vitória de Setúbal assim: «O estranho caso do minuto 58».

E explicava aos seus leitores o cronista de serviço: «De uma assentada, Leandro Lima e Bruno Gama foram substituídos por dois colegas de equipa. Coincidência ou não, Leandro Lima e Bruno Gama, jogadores emprestados pelo FC Porto ao Vitória de Setúbal estavam a ser os jogadores mais perigosos dos sadinos. Coincidência ou não, o jogo que estava empatado ganhou outra vida quatro minutos depois com o primeiro dos dois golos do FC Porto. O tiro no pé de Carlos Cardoso deu uma segunda vida ao campeão nacional.»

Ora é nisto mesmo que Fernando Oliveira tem de se concentrar nesta fase aguda do seu campeonato: no futebol, em querendo, há sempre uma segunda vida... e verá como não desce de divisão.



TEM razão e bom senso Pablo Aimar quando diz que será «duríssima» jogar com o Sporting de Braga na meia-final da Liga Europa, isto se os dois clubes portugueses em questão conseguirem afastar hoje à noite o PSV Eindhoven e o Dínamo de Kiev, o que nenhum dos casos está garantido.

Era bom que passassem os dois à meia-final. Trata-se de uma competição europeia, tem o seu prestígio ainda que nascente mas o melhor de tudo seria podermos assistir a dois jogos escaldantes de importância com organização competente e atenta da UEFA no lugar da organização complacente e distraída da nossa querida Liga portuguesa.

Garantido estaria, por exemplo, que a instalação sonora do Estádio Axa não transmitiria o Hino Nacional ao intervalo. Mas onde é que já se viu uma coisa destas?



O OLEGÁRIO BENQUERENÇA, a par de Carlos Xistra, está apontado para dirigir o Benfica-FC Porto da próxima quarta-feira. O tal jogo que vai decidir qual dos dois emblemas assegura a presença na final da Taça de Portugal. Benquerença esteve anteontem em acção num palco importante. Em Inglaterra dirigiu o jogo entre o Manchestar United e o Chelsea e podemos dizer que fez uma arbitragem ao seu nível. Deve ter saído feliz de Old Trafford porque conseguiu, uma vez mais, expulsar um jogador do Benfica... Sim porque Ramires, mesmo longe, continua a ser dos nossos. Pelo menos é o que nós sentimos. E, certamente, é o que Benquerença sente também. Ramires foi muito mal expulso, o que foi pena.



NÃO foi há muito tempo que o semanário Expresso se enganou e deu a notícia de que Pinto da Costa tinha sido internado de urgência no Hospital da Luz vitimado por um ataque cardíaco. O jornal reparou o erro pedindo desculpas ao presidente do FC Porto e o presidente do FC Porto aproveitou o erro para se virar com vulgaridade e deselegância para o Benfica:

«Estava a caminho das urgências quando passei pela morgue e vi que lá estava grande parte do Benfica e aí melhorei». disse Pinto da Costa à revista Caras, como que provando a sua excelente saúde física e mental, já para não falar da sua celebrada «ironia do costume».

Esta semana, desgraçadamente, um comentador da Benfica TV caiu na tentação de responder ao presidente Pinto da Costa utilizando a arma da «ironia do costume» e saiu-se mal da situação, como não poderia deixar de acontecer porque aconselha o bom senso a nunca, mas nunca na vida, respondermos em níveis retóricos, baixos ou altos, quando o interlocutor é mais experiente e qualificado, como é o baixo caso em questão.

Explicando melhor com exemplos à parte desta contenda mórbida: uma discussão entre idiotas, ganha sempre o idiota mais experiente e mais qualificado na área específica da idiotice. E numa discussão entre labregos vencerá sempre o maior labrego porque é o que está mais à vontade e domina na perfeição a arte da labreguice.

A Benfica TV é um canal de sucesso, uma alegria para os benfiquistas e tem produzido conteúdos próprios de qualidade que pede meças a outras estações televisivas igualmente vocacionadas para o desporto. Faltará apenas umas horas extras de formação para os seus colaboradores. Para não se repetirem coisas destas."


Leonor Pinhão, in A Bola