"Na omnipresente e omnisciente UEFA há decisões que, por mais esforço que faça, nunca perceberei. Dois exemplos: o cartão amarelo quando um jogador tira, por instantes, a camisola ao festejar efusivamente um golo; e a existência de pseudo árbitros que, nos jogos europeus, estão atrás da linha de cabeceira.
Quanto ao cartão, o gáudio por um golo marcado e, às vezes, decisivo é castrado pela imposição da estupidez. A admoestação pelo striptease dorsal do marcador de um golo é a mesma de um jogador que dá uma pantufada num adversário, ou a do que diz um sonoro impropério ou faz jogo sujo e anti-desportivo. Usando um termo ora muito em voga, que generosa equidade!
Quanto à invenção dos 'juízes desembargadores de segundo recurso', continuo sem perceber a sua utilidade. São uma espécie de candeeiros ou múmias paralíticas, que, creio, só se dará por eles quando levarem uma bolada em cheio. Reconheço, porém, que contribuem para aprofundar o 'turismo arbitral' dando a conhecer aos felizardos novas cidades e estádios, em ritmo de passeio. Sugeriria até que, tal como no voleibol ou ténis, se pudessem sentar em cadeiras elevadas para melhor desfrutarem do espectáculo.
Se bem que já tivesse tirado estas conclusões sobre a inutilidade da sua lide, fiquei definitivamente elucidado quando vi um dos quintos(?) árbitros no jogo Benfica-Basileia não ter indicado uma mão descarada de um jogador suíço dentro da área e ali nas barbas do homem.
Mas nem tudo é mau. Estes juízes têm, privilegiadamente, condições únicas para certificarem se a camisola de um marcador de um golo sai do corpo o suficiente para o soberano árbitro mostrar o tal cartãozito amarelo. E assim justificarem a sua presença..."
Bagão Félix, in A Bola
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