"«Joguei 15 anos no Benfica e o Sporting é o meu rival histórico, a quem sempre mais quis ganhar. Isso, para mim, é respeito...». Assim de exprimiu Eusébio numa bela entrevista de José Manuel Delgado feita também a Hilário, outro grande futebolista do Sporting e publicada, há dias, em A BOLA.
Ora aqui está uma frase que sintetiza, com mestria, o dualismo de paixão desportiva: o amor por um clube e o respeito pelo adversário. E que a ponte entre ambos é tanto mais saudável e leal quanto mais se elege o oponente como o mais difícil e gostoso de vencer.
Tudo o resto é de um insuportável linguajar «politicamente correcto» de quem quer ficar bem na fotografia de falsas equidistâncias e desprendimentos. Adepto fervoroso de um clube não é de meias-tintas. As melhores vitórias são aquelas em que se derrota o adversário mais temido. Como disse Hilário «nada é mais belo do que ganhar um 'derby'».
Eusébio deu, assim, uma resposta certeira à montagem abusiva e descontextualizada de parte de uma sua recente entrevista onde, malevolamente, se induz a falsa ideia de que a sua apreciação de menino e moço sobre o Sporting de Lourenço Marques (e no contexto dos anos 50 do século passado, entenda-se) se refere ao Sporting Clube de Portugal.
Houve vozes que, precipitadamente, logo se ergueram para criticar asperamente Eusébio. Quase como se meia-dúzia de palavras (fora de contexto) pudessem questionar os exemplos de desportivismo e integridade de que Eusébio, como jogador e depois de o ter sido, sempre deu provas. Eusébio não precisa que eu o defenda. Mas não me sentiria bem se omitisse esta traição mediática. Ainda não vale tudo e Eusébio vale por si. No passado, no presente e no futuro."
Bagão Félix, in A Bola
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