"O nosso Benfica está a habituar-nos a obras de arte, como descrevi na edição anterior, sobre o grande golo 'à inglesa', finalizado por 'Tacuara', aos 'bifes' de Manchester e, depois, os dois primores marcados no Porto. Para não me repetir, vou chamar-lhes obras-primas, golos decisivos a desfazerem por por duas vezes a vantagem da equipa da casa e obtidos - como diz Jorge Jesus - com elevada nota artística.
No primeiro golo, Nolito assiste Cardozo, que contorna Helton e, de ângulo difícil, lhe passa a bola por baixo do braço. No segundo, Cardozo recebe a bola, dominando-a com a sola da bota para o chão, num segundo toque coloca-a a jeito e, à terceira, dá para Saviola. De costas para a baliza, El Conejo vira-se e, à meia volta, dá mais para esquerda, por entre dois defesas portistas, para a frente de Nicolás Gaitán. A jogada é, toda ela uma obra-prima; o remate de Gaitán, evitando o carrinho de um defesa adversário e a mancha do guarda-redes, é um primor. Carrinho desgovernado, guarda-redes para um lado, bola para o outro, a subir indefensável até bater na malha superior e voltar ao relvado, bem dentro da baliza. Resultado: Dragão gelado versus Chama Imensa.
Nos 90 minutos de jogo tivemos dois grandes golos construídos, trabalho de equipa, bola corrida, grande técnica, entrega, eficácia e genialidade, assistências e remates, contra dois tentos paridos de bolas paradas, o primeiro dos quais com assistência decisiva do árbitro: a falta que rendeu o livre, e o primeiro golo do FC Porto, não existiu.
Para mim, como simples cronista, aumenta agora o desafio das palavras e expressões: obra de arte, obras-primas, e que mais se segue?"
João Paulo Guerra, in O Benfica
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