sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A importância de Garay

"A vitória em Aveiro foi mais importante do que os números e os títulos dos jornais fazem supor.

Em primeiro lugar, o Beira-Mar, frágil no ataque, tem uma excelente defesa, depois o jogo sucedia a uma deslocação importante da Liga dos Campeões e o Benfica estava cansado, por fim vencemos uma arbitragem que, sem erros clamorosos, daqueles que fazem manchetes, empurrou nas pequenas faltas, nos amarelos, nos foras-de-jogo, o Benfica para um risco permanente de empatar o desafio. Um bom árbitro que não fez uma boa arbitragem e foi mal auxiliado.

Em suma, sem deslumbrar o Benfica conseguir ganhar e de preferência não passar por tantos sobressaltos. Aqueles livres e cantos no últimos minutos de Aveiro desfazem o coração do mais pacato adepto.

Olhanense, SC Braga e Sporting decidem muito daquilo que será o nosso campeonato. Os próximos três jogos serão decisivos na corrida ao título e não poderá haver deslizes. Parece claro que este ano a corrida será a três, é bom para o futebol que assim seja, e se for leal a competição o vencedor terá ainda mais valor e mérito. Ganhar na batota alegra pouco e poucos. Ganhar com classe e qualidade tem que ser o objectivo de um futebol decente.

Muito se tem falado das contratações mais importantes deste ano no Benfica, Nolito fez títulos no início da época, Artur veio depois ao impor a sua calma e serenidade como atributos decisivos, já poucos regateiam elogios a Bruno César e a Witsel, mas poucos falam de uma das mais decisivas contratações, Garay. Fantástico central, calmo e personalizado, com uma qualidade de passe rara, com um entrosamento com Luisão como se jogassem juntos desde pequenos, uma das mais decisivas compras do Benfica.

Hoje, temos uma das melhores duplas de centrais da Europa, na boa linha de Humberto, Mozer, Ricardo ou Gamarra."


Sílvio Cervan, in A Bola

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