sábado, 24 de setembro de 2011

Obra de arte

"Eles já tinham ameaçado: Nicolás Gaitán, aos 13 e aos 16 minutos, com disparos de fora da área; Óscar Cardozo, aos 19 com um remate encaixado pelo guarda-redes adversário. Mas, aos 24 minutos juntaram-se para realizar uma verdadeira obra de arte, um hino à beleza dinâmica do Futebol.

Nico Gaitán recebeu a bola em cima da linha de meio-campo; Emerson conseguira fazer sobrar para ele de um despique junto à lateral com Fábio e Valencia; o argentino deu dois passos, ajeitando a bola em andamento, tirou Flectcher do caminho e cruzou, com o pé esquerdo, de trivela, para Óscar Cardozo. O paraguaio estava em posição frontal e bem perto da grande área do adversário, pelo que a bola cruzada por Gaitán terá percorrido uns 40 metros, até que Tacuara a parou no peito, de costas para a baliza e com dois adversários à ilharga. O francês Evra foi o primeiro a ficar fora da jogada, com a rotação de Cardozo, e Evans perdeu a oportunidade de chegar à bola, que o ponta-de-lança do Benfica protegeu no seu flanco direito. O defesa norte-irlandês ainda tentou pressionar Cardozo, cobrindo o lado da baliza mas perdeu em velocidade e o número 7 do Benfica atirou, com força, cruzado, a meia altura, de pé direito, às redes de Lindegaard. De nada valeu a estirada para o sítio certo do guarda-redes dinamarquês que, em diversas outras ocasiões, salvou a sua equipa.

Foi uma jogada admirável, um golo magnífico, que só uma comunicação social vesga e dominada pelo ciúme clubista e pela dependência em relação ao Sistema, não glorificou e elegeu como um monumento ao Futebol bem jogado, com arte, espectáculo e eficácia. Tenho décadas de memórias de bom Futebol não vou esquecer este golo."


João Paulo Guerra, in O Benfica

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