segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O fim de Amy num Mundo em crise

"Estou seguro de que também entre os jogadores de Futebol nacionais e estrangeiros muitos gostam da música de Amy Winehouse, desaparecida de forma trágica, aos 27 anos, na sua casa de Londres. Amy partiu com a mesma idade com que morreram Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix ou Brian Jones, entre outros. Até já se fala, com uma ponta de humor negro, do Clube dos 27, como se essa idade fosse uma espécie de Cabo das Tormentas, para muitos intransponível.

Mas, perguntarão os leitores, o que tem esta morte prematura a ver com o Mundo do Desporto? Na realidade, tem tudo e não tem nada. Tem tudo porque este tipo de situação-limite resulta da incapacidade que gente com grande talento evidencia em relação à permanente pressão mediática, que só pretende valorizar aspectos negativos e autodestrutivos do seu comportamento. Não tem nada porque os jogadores de alta competição estão sujeitos a uma vigilância e a um escrutínio constantes que os impedem de resvalarem para práticas de dependência que lhes destruam as carreiras.

Mas também no Futebol, em tempos diferentes dos actuais, se assistiu à autodestruição de jogadores de grande talento, como George Best ou Vítor Baptista. Hoje, um jogador que escolha o caminho errado, por mais talento que possa dar como garantia, tem, pela certa, um contrato rescindido e uma carreira sem horizontes.

No mundo do espectáculo musical as coisas são diferentes. Há o peso da noite e a necessidade de se encontrar inspiração.

Quem se quer destruir, facilmente encontra o caminho para o abismo. Foi esse que trilhou Amy Winehouse, cantora e compositora de características invulgares e com uma carreira fulgurante. A verdade é que não resistiu à pressão mediática, à dependência, à solidão e à luz ofuscante dos 'flashes', neste mundo que, transformado em verdadeira arena de circo romano, todos os dias precisa de novas vítimas para manter o público entretido. Enfim, sinais de uma profunda crise de civilização."


José Jorge Letria, in O Benfica

2 comentários:

  1. É uma pena! Porém, foi ela que assim o quis! Ela n enfrentou os problemas ou a pressão que outros sofreram, como o Kurt Cobain! Ou outros que se levantaram do fundo da fossa, como o Dave Gahan! Basta ouvir as suas entrevistas, foi ela que quis ir p fundo e ver o que lá havia... E depois n teve ng q a esbofeteasse para ela acordar. Uma pena, sem dúvida. Mas evitável!

    ResponderEliminar
  2. Profundamente lamentável a morte da última diva dos R&Blues.
    Voz incomparável com lugar assegurado na história dos grandes intérpretes do Séc XX. e não como alguns sugerem na entrada de mais um personagem no tétrico Clube 27...
    Deu muito mais ao público do que acabou por  receber. Com a sua morte, completou-se um ciclo de uma jovem cantora  que ainda tinha muito para dar.

    RIP AMY WINEHOUSE !

    ResponderEliminar

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!