sexta-feira, 13 de maio de 2011

A pedagogia do erro

"Na entrevista de 2.ª-feira, o presidente do Benfica reconheceu erros e equívocos que conduziram a uma época mais decepcionante e apontou alguns caminhos para o futuro.

Concordo com a essência do que de expressou, aliás, de um modo bem sincero.

O pecado original começou com a Supertaça, em ambiente excursionista de veraneio. Ali jogavam-se não só um troféu e prestígio, como o primeiro embate com o principal adversário com um novel treinador.

Houve erros na gestão desportiva, dando uma ideia de precariedade e de instabilidade.

Se a saída de Ramires era inevitável (embora o Benfica deva evitar ser placa giratória) e a de Di Maria foi um excelente negócio (e veio Gaitán, potencialmente mais completo), é de todo incompreensível a saída de David Luíz em Janeiro (o próprio Chelsea não o podia utilizar na Champions...). Terá sido uma 'imposição' dos fundos financeiros sobre a gestão desportiva. Mas não se pode prescindir de um jogador fundamental a meio da época, quando se estava em todas as frentes, substituindo-o por um esforçado Jardel, alcandorado directamente da 4.ª divisão do Brasil, via Olhanense! O certo é que o SLB sofre golos há 18 jogos consecutivos! Um mau recorde.

Depois, há o caso mal gerido do Roberto, lançado às feras sem adaptação gradual e a demora em substituir os alas (foi o caso do excelente Salvio) quando, há meses, se sabia da saída de Di Maria e Ramires.

Por fim, fazendo fé no que li em A BOLA, não pareceu avisado Luís Filipe Vieira ter ido a Madrid precisamente na semana que antecedeu a meia-final em Braga, negociar (?) um (o) jogador fundamental Fábio Coentrão.

Erros severos que, ao menos, servirão, pedagogicamente, de lição. Ainda bem."


Bagão Félix, in A Bola

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