sexta-feira, 13 de maio de 2011

José Mourinho e o Benfica

"Na passada terça à noite, no aniversário do Rio Ave, fui abordado por um adepto do Benfica que muito simpaticamente me dizia: «No Benfica não têm de rolar cabeças, têm é de levantar a cabeça». Mote simples e directo no qual vale a pena reflectir.

Mourinho consegue proezas não só quando ganha mas também quando perde. Depois de não conquistar o título e de não chegar à final da Liga de Campeões, quando o normal seria a desmotivação e os desaires, Mourinho consegue um Real Madrid a golear e um Cristiano Ronaldo a lutar e, provavelmente, a ganhar, o prémio de melhor marcador a Messi. Será seguramente pouco, mas esta ambição permanente, esta capacidade de recriar objectivos e de os alcançar mantém viva a chama de um clube imenso como o Real Madrid. Gostava que o Benfica, mesmo quando não consegue os objectivos prioritários, conseguisse esta atitude, em vez do descalabro de ânimo e resultados. Esta é também uma prova da excelência, na derrota como na vitória poderemos ser mais exigentes.

O Paços de Ferreira, mesmo reduzido a dez jogadores, manteve o feito de Jimmy Hagan inalcançavel. Não reduz o mérito da época de Villas Boas este ano, mas aumenta e do Benfica de 72. O resultado é nosso e inigualável.

Este fim-de-semana, expectativas sobre uma despedida positiva nos seniores e sobretudo uns juvenis campeões.

O Benfica atingiu quatro meias-finais europeias (futebol, hóquei, futsal e andebol) mas deve querer ganhar ainda mais, mesmo sabendo que tanta ilusão, por vezes, pode redundar em grande desilusão.

É um preço de uma grandeza que devemos querer pagar. Depois da conquista de uma Taça CERS, duas décadas passadas sobre a primeira, temos no domingo a nossa primeira final europeia no andebol.

Parabéns ao hóquei e boa sorte ao andebol. Reconhecimento ao mérito e apoio ao esforço."


Sílvio Cervan, in A Bola

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