sábado, 28 de maio de 2011

A gestão das expectativas

"Ontem foi noticiado que a polícia esteve no Benfica. Ainda bem, regozijo-me, falo parte daquela pequena parte de portugueses que tem estima e respeito pelas polícias e medo dos ladrões.

Se o Benfica fosse visitado por ladrões isso me preocuparia. Espero sinceramente que o meu clube ajude e colabore em tudo que puder com a polícia e as suas investigações, esta ou outra qualquer que seja necessária.

Dia 22 de Junho, o plantel voltará ao trabalho, esse tempo que medeia até o semear de novas ilusões é longo e angustiante. Todos os dias sai um jogador diferente a acreditar nas primeiras páginas dos jornais. A ausência de notícias é sempre acompanhada do aumento de ruído.

Quem geriu de forma exemplar o sucesso do Villas Boas, prudente evitou a inflação das expectativas e colocou realismo nos objectivos da próxima época porque os êxitos desta não serão facilmente repetíveis.

Se Villas Boas foi prudente já Domingos foi sensato ao prometer apenas lutar pelo primeiro lugar. Os discursos panfletários não ganham títulos a não ser os dos jornais.

Espero que o recato e contenção de administradores e equipa técnica do Benfica correspondam a um trabalho de formiga na construção da próxima época. Gerir expectativas mais baixas pode ter vantagens se a ambição for cada vez mais alta.

Duas pré-eliminatórias, quatro jogos europeus a abrir a época são uma tarefa dura. Mais dura quando se sabe que o nosso primeiro adversário sairá do lote Odense, Zurique, Rubin Kazan, Trabzonspor e Timisoara. Os suíços e dinamarqueses era bem mais simpáticos que os fortes russos, os infernais turcos ou os matreiros romenos.

Na eliminatória seguinte, sairá alguém ainda mais forte e é desnecessário fazer previsões. Um Benfica forte vencer qualquer um, um Benfica débil pode perder com qualquer destes clubes."


Sílvio Cervan, in A Bola

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