sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fica (tão) bem

"Isto de escrever uma prosa sobre o Benfica, antes de uma meia-final europeia, tem que se lhe diga. Ou que se lhe não diga. Afinal, o problema de sempre. As vitórias dão robustez ao alicerce emocional, as derrotas amachucam o estado de alma. Que olhos vermelhos lêem este texto? Lêem-no, sabido já o desfecho do embate na Luz, frente ao Sporting de Braga, disputado ontem. Haverá vermelho de raiva ou vermelho de alento? A segunda hipótese, horas antes do jogo, sempre me pareceu mais verosímil. Uma questão de crença? Também uma questão de crença, só que ainda uma questão de justiça.

O triunfo na Taça da Liga serviu de lenitivo a um período conturbado em termos competitivos. Não é, ao invés do que proclamam os nossos detractores, um troféu de somenos. Em boa verdade, sem arranjar desculpas para o imprevisto desaire com o FC Porto, a Taça da Liga até tem mais exigência competitiva do que a Taça de Portugal, embora não tenha ainda carimbado estatuto de maior prestígio no calendário das competições domésticas.

Abril foi um mês atribulado para o Benfica. Contas houve que saíram furadas, expectativas houve que saíram frustradas. Ainda assim, o que se questione tudo o que de importante foi feito e conseguido pelo Clube nos últimos tempos. Não é nas adversidades que importa reforçar as convicções, reforçar as afeições? Também por isso, haja quem seja mais benfiquista agora do que há umas semanas. E como isso fica bem ao Benfica..."


João Malheiro, in O Benfica

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