sexta-feira, 11 de março de 2011

Ventania

"Na semana em que comemoramos o 107.º aniversário da prodigiosa história do Benfica, estamos a viver um dos ciclos mais notáveis do nosso triunfal ecletismo. Preciosas vitórias em Hóquei, Voleibol, Andebol, Futsal e Basquetebol, mas também noutras modalidades como Atletismo, Triatlo, Judo e Ténis de Mesa ou Natação, dos escalões de Formação até às equipas profissionais, cumprem, agora de modo sistemático, o máximo desígnio do Glorioso, num dos mais exaltantes momentos do seu historial.
Mas este ciclo de vitórias a que, nos dias mais tristes do passado recente, reiteradamente aludi nestas páginas, constituía uma onda inexorável que era fácil de prever, à medida em que sistematicamente via implantar no Clube a visionária estratégia traçada pelo presidente Luís Filipe Vieira. Muito, no nosso seio, que há três ou quatro anos apenas se preocupavam com a sucessão das pequenas derrotas desportivas, sem atenderem às profundas reformas a que a Direcção de Luís Filipe Vieira ia procedendo, não hesitaram mesmo, em verberar então a mensagem de confiança que alguns (poucos) persistíamos em afirmar, nesses momentos difíceis.
Vemos agora que a sagacidade e eficácia do presidente vieram potenciar de modo, inédito e exclusivo, todas as valências profundas que, anos demais, permaneceram adormecidas e desprezadas no interior do Benfica. E uma das mais diferenciadoras do presidente Vieira foi cedo ter compreendido, ainda durante os dois primeiros ciclos das suas presidências - da refundação e da construção -, que as vitórias que um dia voltaríamos a alcançar, não poderiam resultar apenas da sistemática acção dos nossos gestores, das virtudes dos formadores, da aplicação dos conhecimentos científicos das equipas médicas e, nem sequer, apenas do esforço e, do talento dos atletas, ou da capacidade táctica, da acção psicológica e dos métodos de treino e de solução dos seus treinadores.
A ventania de vitórias que define o Benfica como único Clube português com autêntica dimensão mundial, teria de voltar a ser sustentada na formidável massa crítica que o própria universo dos Sócios do Benfica consolida.
É isso que se tem verificado. Em torna de cada equipa, em cada jogo, em cada campo ou pavilhão, na Luz ou por esse Mundo de Cristo, os próprios treinadores confirmam que os primeiros impulsos, como as derradeiras reservas de esforço dos nossos atletas são sempre, mas sempre, oriundas dos corações e das gargantas dos dedicados sócios do Benfica, num impressionante registo de solidariedade e de dedicação, sem igual. Trezentos mil, avançou Luís Filipe Vieira ante a incredubilidade de muitos e os mais acabado e impotente despeito dos nossos adversários. Ora, por este andar, lá chegaremos! E quem sabe, se ainda antes do final de 2011..."
José Nuno Martins, in O Benfica

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