quarta-feira, 9 de março de 2011

O farolim

"Domingos Paciência foi o primeiro a lamentar que o Sporting de Braga não atuasse sempre com a motivação que o Benfica lhe desperta. Os jogadores enaltecerem o feito de terem interrompido a longa série de triunfos do adversário, com o decisivo Mossoró a confessar ter explodido de raiva. Jorge Jesus já tinha, aliás, previsto que os minhotos iam entrar para o “jogo da época” e não se enganou. O Benfica está para a Liga portuguesa como o farol de Finisterra para a frota do bacalhau. Aponta o caminho e dá ânimo ao mais desorientado dos timoneiros, servindo de referência para o bem e para o mal a todo o tipo de navios – almirantes, mercantes ou simplesmente recreativos – com um enorme altruísmo, traduzido no velho aforismo publicitário: “e eu a vê-los passar”.
Uma das curiosidades que sobra desta jornada para a seguinte consiste em avaliar o rendimento do próximo jogo dos bracarenses. Braga e Guimarães foram até agora as únicas equipas que conseguiram vencer na jornada a seguir a defrontarem o Benfica – sendo que a maioria realizou exibições confrangedoras (com derrotas), acusando sobremaneira a “concentração” na partida mais importante da época. Neste mesmo fim-de-semana, depois de uma resistência titânica no Estádio da Luz, o Marítimo perdeu em casa e, segundo o seu treinador, esteve “apático e amorfo”.
Numa breve consulta aos últimos sete anos, em que o Benfica ganhou dois campeonatos e o FC Porto quatro, verifica-se que os adversários dos portistas perdem muito menos vezes (mais de 25% de diferença) na jornada seguinte. Por um lado, não sofrerão tanto desgaste físico, por outro, os resultados frente aos dragões, esmagadoramente traduzidos em derrotas, não lhes afetarão tanto a psique. Talvez, defrontar o Porto não seja tão motivador, não justifique tanto empenho, não garanta tanto retorno.
..."

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