sexta-feira, 4 de março de 2011

Acreditar

"O Marítimo, certamente acreditou que poderia surpreender o Benfica na Luz. O árbitro, provavelmente, acreditou que o resultado não passaria do empate, depois de anular muito perto do fim o golo limpo que daria a vitória ao Benfica. Mas os benfiquistas, que acreditaram até ao derradeiro segundo que o Benfica poderia e acabaria por vencer, foram quem teve razão: a 30 segundos do apito final, o Benfica resolveu.
Um Clube Glorioso faz-se também com muita fé, dos dirigentes, dos jogadores e dos adeptos. E domingo passado, na Luz nova enchente de dezenas de milhar puxou pelo Benfica até ao último segundo e até à vitória.
Poderia compreender-se que a equipa apresentasse sinais de fadiga, ao quinto jogo, e quinta vitória, em 15 dias. Mas a verdade é que o Benfica até poderia ter goleado uma equipa organizada e aguerrida como a do Marítimo. Ou poderia, simplesmente, fazer um resultado tranquilo. Mas as coisas complicaram-se - o árbitro ajudou à complicação - e o Benfica viu-se a perder a alguns minutos do fim. Confesso-me, humildemente, homem de pouca fé, naqueles minutos finais. A minha condição humana pesou mais que o meu benfiquismo. E, assim, alimentei mais esperança num volte face do que verdadeira confiança na possibilidade da equipa dar a volta ao resultado. Mas foi isso que aconteceu: o Benfica venceu uma arbitragem incompetente, venceu os seus próprios limites e venceu o jogo.
E esta vitória deu aos benfiquistas, mesmo aos temerosos, razões para acreditar. Venha quem e o que vier: calendário, adversários e até gestões habilidosas de quintos amarelos, e de outros cartões. O Benfica está um vencedor."
João Paulo Guerra, in O Benfica

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