sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Papa-Almoços, os GATOS e os Ratos

"O prazer da degustação gastronómica é um atributo comum, a todas as profissões, tal como o seu contrário. Ou seja, para se ser bom ou mau em qualquer actividade, o prazer de comer não é determinante.
Já gostar muito de comer, à borla, pode levar muita gente a vender-se e até a trair princípios de instituições, que se afirmaram no imaginário colectivo, pela sua história impoluta e conduta recta. Esteve durante muitos anos nesta qualidade o jornal 'A Bola'. Fundado e dirigido por homens, de integridade inatacável (Cândido de Oliveira, Ribeiro dos Reis e Vicente Melo), mais tarde continuado por homens da mesma estirpe (Vítor Santos), eis que o jornal 'adoeceu' e deixa que um poder alicerçado no medo, na mentira, na arrogância, na ameaça velada e concretizada se necessário for, na corrupção e na parolice, leve o actual director a utilizar de forma concreta, um princípio horroroso combatido toda a vida por este mesmo jornal: a Censura.
Aquilo que Vítor Serpa fez, após os insultos pessoais escritos, por Sousa Tavares algo Miguel nessa mesma semana, nas páginas desse jornal, visando Zé Diogo e Ricardo Araújo Pereira, não se lamenta, repudia-se. Censurar-se o direito ao contraditório, depois de ter publicado com conhecimento de causa as aleivosias e mentiras escritas e repetidas, quer por Tavares quer por Moreira. Sim com conhecimento. Os arquivos de 'A Bola' têm registada a verdade de várias mentiras repetidas por estes Pinto-Costistas, abutres da cobardia de Serpa. Calabote, Clube do Regime, Apito Dourado, etc. Que nenhum benfiquista ou verdadeiro desportista compre o pasquim em que se transformou 'A BOLA'.
Uma lacónica coluna: 'Gostámos de cá ter os Gatos', demonstra a pobreza de argumentos de quem dirige actualmente este jornal. Ao menos diga a verdade e escreva: 'Gostamos (e precisamos) de cá ter os ratos'."


António Melo, in O Benfica


PS: Ainda hoje, o Moreira repetindo a estratégia, INSULTA, Domingos Amaral colunista benfiquista do outro pasquim, Record. À falta de argumentação, e até de imaginação, segue o caminho mais rasteiro, neste caso a coluna 'Tiro ao Roberto' nem sequer justificava qualquer resposta mais agressiva. Mas este senhor ou anda muito nervoso, ou está-se a candidatar a outro Corrupto-de-Ouro !!!
A impunidade, encoraja o insulto, entre outras coisas...!!!

Bolas de golfe

"1. Pelos vistos, muitas têm sido as bolas de golfe adquiridas nos últimos tempos no norte do País.
Segundo consta, esgotaram-se em Maio passado e voltaram a esgotar-se nas duas últimas semanas. O estranho é que a modalidade não teve nenhuma súbita afluência de novos praticantes. E as bolas apareceram nas mãos de umas claques muito 'aguerridas' que rapidamente as utilizaram tentando acertar nos guarda-redes adversários. E como não houve ferimentos graves e o Conselho de Disciplina da Liga tem sido amigo, esta nova modalidade desportiva promete continuar a desenvolver-se. Até acontecer uma tragédia. Porque uma coisa é um acto isolado (mesmo que condenável) de um espectador menos lúcido e outra, bem mais grave, uma actuação concertada de uns energúmenos, que deveriam ser impedidos de estar num jogo de futebol. As ridículas multas aplicadas aos clubes envolvidos são um convite à continuação...
2. Lamentável a saída do 'nosso' excelente Ricardo Araújo Pereira, do jornal 'A Bola'. Salvo esporádicas ocasiões, o Benfica não está bem representado em termos de colunistas na comunicação social escrita. Há quem se arme em neutro almejando porventura futuros cargos importantes na hierarquia desportiva ou política. Há quem se arvore em treinador mas, em lugar de moralizar, critica (em termos lamentáveis) os nossos próprios jogadores. Há quem alterne crónicas divertidas e defensores do nosso Clube, com outras divertidas nas inócuas. O nosso Gato Fedorento não tinha 'papas na língua' e, ao mesmo tempo que nos fazia rir, defendia da melhor forma o Benfica, pondo a nu as debilidades e as 'jogadas' dos adversários. Pediu a demissão em solidariedade com o amigo sportinguista José Diogo Quintela, cuja última crónica fora censurada pelo jornal. Bonita atitude. 'A Bola' estava em risco de ficar sem um dos portistas, Miguel Sousa Tavares, cujas opiniões contraditórias os dois 'Gatos' não se cansavam de denunciar. Com esta decisão, o jornal fez o jeito ao FC Porto e acabou por agradar também aos dirigentes do Sporting, que José Diogo Quintela muito tem criticado, não só, mas também, pela subserviência que patenteiam face a Pinto da Costa. O jornal resolveu dois problemas mas perdeu os seus melhores colunistas de entre aqueles que são afectos a clubes. E o Benfica perdeu o seu melhor representante.
Lamentável."
Arons de Carvalho, in O Benfica

Palhaçaria

"Palhaçaria é um país curioso. Vale uma visita...
Anafado, de olhos protuberantes, cabeça calva, orelhas peludas, o Rei dos Palhaços baba-se de uma barba bovina.
Opado pelos comprimidos que lhe permitem disfarçar a impotência, rebola o olhar pelos estranhos mamíferos que o rodeiam. Há para a sua flausina do momento um delicado vislumbre lúbrico. Repugnante mas ainda assim lúbrico. E ela, pobre tonta, cega, retribui.
A qualquer momento teme-se que lhe expluda uma coronária, mas o animal é rijo e suporta o arremedo de fluxo sanguíneo.
À sua volta, encharcados por um salivar constante das suas gengivas descarnadas, os cães-palhaço esperam um gesto seu.
Na continuada farsa em que se agitam, a degola de inocentes a que acabaram de assistir é apenas mais um episódio que os faz arfar de contentamento. E desta fez nem precisaram da ajuda do bando dos palhaços-pretos.
Há uns que aproveitam para enfiar nos focinhos as bolas de nariz de palhaço.
Em Palhaçaria, as bolas de narizes de palhaço não são vermelhas: são brancas. Bolas de golfe...
Como em todos os países, em Palhaçaria também há crianças que gostam de palhaços. Na sua inocência não entendem a profunda estupidez, os requintes de maldade, o humor boçal, os laivos de ordinarice sabuja. Depois crescem e entendem. E como todos os adultos deixam de ter paciência para palhaços. Sejam eles pobres ou ricos.
Em Palhaçaria os palhaços não se limitam a não ter graça. Não se limitam a ser grotescos. Não se cansam de espalhar em redor o nojo dos seus procedimentos macabros.
São apenas palhaços tristes..."

Afonso de Melo, in O Benfica

Futuro

"A participação da equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica nas comemorações oficiais do 35.º aniversário da República de Angola - defrontando e vencendo a selecção angolana - demonstra que no novo mundo global, e num quadro de relações entre estados soberanos e independentes, há um espaço comum, que em certos aspectos coincide com a Lusofonia e, noutros, a transcende, e que é marcado por outro tipo de sentimentos, emoções e motivações. Esse espaço é o Mundo Benfica, que ultrapassa largamente fronteiras geográficas, países e continentes. Como igualmente se viu, em Maio passado, na visita histórica do Benfica a Timor-Leste.
De todas as transformações inerentes à restauração da democracia em Portugal - dos três dês da Revolução dos Cravos - a mais profunda e irreversível foi a chamada descolonização, o parto com dor do qual nasceram os novos países da língua portuguesa, ao cabo de cinco séculos de história comum. Um parto que começara, aliás, no século XIX com o 'Grito do Ipiranga', no Brasil.
Li as notícias da Imprensa angolana sobre o jogo do Benfica em Luanda e não vislumbrei o mínimo ressentimento perante a derrota da Selecção de Angola. O sentimento geral era de alegria pela presença de alguma coisa que uma larga maioria dos dois povos partilha saudavelmente. Em certos jornais e da parte de alguns clubes portugueses é que há manifestações de tribalismo para arengar sobre o campeonato de um país de 89 mil quilómetros quadrados.
Há quem queira conotar o Benfica com a passado, para escamotear as conotações de terceiros com um mundo opaco de interesses esconsos. Mas a presença do Benfica no Mundo mostra que este é um clube de sempre e, por isso mesmo, também do futuro."

João Paulo Guerra, in O Benfica

Objectivamente (Angola)

"Infelizmente a deslocação do SL Benfica a Angola está a passar um pouco despercebida na comunicação social e até no seio do Clube quando o que na realidade devia acontecer era a preparação de uma imensa festa em Luanda com fortes repercussões no imenso universo benfiquista cá, lá ou em qualquer ponto do Planeta.
Penso que há muita gente que ainda não interiorizou bem o significado e a importância que o Benfica tem no continente africano e mais propriamente nos países lusófonos.
Quando se fala na necessidade urgente de se alcançar a meta dos 300 ou dos 400 mil sócios pagantes, é bom que se definam estratégias para o mundo lusófono. Há países como Angola, e até Moçambique ou Cabo Verde, que têm capacidade para mobilizar os simpatizantes do Benfica a alcançarem rapidamente essas metas que muitos julgavam impossível há pouco tempo.
A sensibilização dos adeptos tem de ser feita pela aproximação, pelo coração, pelo sentimento. E essa presença tem de ser mais assídua e envolvente sob pena de perdermos o capital angariado ao longo de dezenas de anos.
Por isso esta viagem a Luanda nas comemorações dos 35 anos da Independência daquele país irmão, tem de ser mais que um simples jogo de confraternização, Deverá ser um enorme abraço de carinho e de reconhecimento pelo amor que muitos benfiquistas espalhados por aquele imenso país dão, apaixonados pelo «Glorioso» tão forte como qualquer um que tenha a possibilidade de ir ao Estádio da Luz sempre que queira.
Estar longe é bem diferente. E nós que temos o privilégio de viver o Benfica em proximidade temos de aprender a dar valor a estas manifestações de paixão e saber retribuir da maneira mais entusiasta possível. Com muita paixão!"

João Diogo, in O Benfica